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Eventual união de AB InBev e SABMiller deve excluir China

A tentativa da AB InBev de abocanhar a SABMiller enfrenta dois grandes obstáculos no país

Cerveja Stella Artois, uma das principais marcas da AB InBev: a tentativa da AB InBev de abocanhar a SABMiller enfrenta dois grandes obstáculos na China (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 11h05.

Xangai/Hon Kong - Um eventual casamento bem-sucedido entre as cervejarias Anheuser-Busch InBev e SABMiller vai certamente ter de ser feita sem uma das joias da coroa da SABMiller: a participação de 49 por cento da empresa na marca de cerveja mais vendida da China.

Isso vai significar que a possível megafusão vai ter de deixar de lado a enorme rede de distribuição e instalações de engarrafamento detidas pela joint venture chinesa da SAB, a CR Snow, uma plataforma que ajudaria a companhia combinada a crescer no grande mercado chinês.

A tentativa da AB InBev de abocanhar a SABMiller enfrenta dois grandes obstáculos na China, onde a SAB e sua parceira na joint venture, a China Resources Enterprises (CRE), produzem a Snow, a cerveja mais vendida no mundo em volume.

O primeiro é que a mudança no controle que será gerada pela operação provavelmente vai dar à CRE direito de comprar a participação da SAB na joint venture, uma opção que fontes em bancos de investimento afirmam que a CRE tem interesse em exercer.

O segundo é que a combinação entre AB InBev e SABMiller expandiria a participação de mercado do novo grupo na China para 37 por cento, levantando preocupações entre autoridades de defesa da concorrência no país.

Em 2008, o Ministério do Comércio da China aprovou a compra da Anheuser-Busch pela InBev por 52 bilhões de dólares, mas impediu que as duas empresas aumentassem suas participações em companhias domésticas, em um sinal de preocupação das autoridades chinesas sobre a concentração no mercado de cerveja.

"É altamente provável que a China possa exigir que a SABMiller tenha que vender sua participação de 49 por cento na joint venture como condição para liberar a transação", afirmou o advogado Leon Liu, sócio do escritório de advocacia MWE China, baseado em Xangai.

O Ministério do Comércio da China não comentou o assunto.

As vendas de cerveja na China foram estimadas em cerca de 486 bilhões de iuans (76,4 bilhões de dólares) no ano passado e a expectativa é que atinjam 683 bilhões de iuans até 2019, segundo a empresa de pesquisa Euromonitor.

A CR Snow tem cerca de 100 cervejarias na China, com uma capacidade anual de produção de 155 milhões de hectolitros de cerveja no ano passado, segundo o Deutsche Bank. A participação da SAB na CR Snow é avaliada em 4 bilhões de dólares e executivos de bancos de investimento consideram que um leilão dessa fatia seria altamente disputado.

"É uma rara oportunidade em um mercado grande e todo mundo vai querer fazer parte", disse um executivo sênior de banco de investimento.

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Xangai/Hon Kong - Um eventual casamento bem-sucedido entre as cervejarias Anheuser-Busch InBev e SABMiller vai certamente ter de ser feita sem uma das joias da coroa da SABMiller: a participação de 49 por cento da empresa na marca de cerveja mais vendida da China.

Isso vai significar que a possível megafusão vai ter de deixar de lado a enorme rede de distribuição e instalações de engarrafamento detidas pela joint venture chinesa da SAB, a CR Snow, uma plataforma que ajudaria a companhia combinada a crescer no grande mercado chinês.

A tentativa da AB InBev de abocanhar a SABMiller enfrenta dois grandes obstáculos na China, onde a SAB e sua parceira na joint venture, a China Resources Enterprises (CRE), produzem a Snow, a cerveja mais vendida no mundo em volume.

O primeiro é que a mudança no controle que será gerada pela operação provavelmente vai dar à CRE direito de comprar a participação da SAB na joint venture, uma opção que fontes em bancos de investimento afirmam que a CRE tem interesse em exercer.

O segundo é que a combinação entre AB InBev e SABMiller expandiria a participação de mercado do novo grupo na China para 37 por cento, levantando preocupações entre autoridades de defesa da concorrência no país.

Em 2008, o Ministério do Comércio da China aprovou a compra da Anheuser-Busch pela InBev por 52 bilhões de dólares, mas impediu que as duas empresas aumentassem suas participações em companhias domésticas, em um sinal de preocupação das autoridades chinesas sobre a concentração no mercado de cerveja.

"É altamente provável que a China possa exigir que a SABMiller tenha que vender sua participação de 49 por cento na joint venture como condição para liberar a transação", afirmou o advogado Leon Liu, sócio do escritório de advocacia MWE China, baseado em Xangai.

O Ministério do Comércio da China não comentou o assunto.

As vendas de cerveja na China foram estimadas em cerca de 486 bilhões de iuans (76,4 bilhões de dólares) no ano passado e a expectativa é que atinjam 683 bilhões de iuans até 2019, segundo a empresa de pesquisa Euromonitor.

A CR Snow tem cerca de 100 cervejarias na China, com uma capacidade anual de produção de 155 milhões de hectolitros de cerveja no ano passado, segundo o Deutsche Bank. A participação da SAB na CR Snow é avaliada em 4 bilhões de dólares e executivos de bancos de investimento consideram que um leilão dessa fatia seria altamente disputado.

"É uma rara oportunidade em um mercado grande e todo mundo vai querer fazer parte", disse um executivo sênior de banco de investimento.

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