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Evasão e reajuste são os desafios das companhias de ensino

Crescimento nas matrículas e nas margens foi bem recebido pelo mercado, mas as preocupações agora se voltam para evasão e preços

Sala de aula: Kroton, Anima e Ser Educacional tiveram em torno de 12% de evasão no ensino presencial ante um patamar de 8% a 9% em 2014 (Jetta Productions/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2015 às 09h45.

São Paulo - As companhias de ensino superior conseguiram resultados positivos no primeiro trimestre, apesar dos impactos das mudanças recentes no programa de financiamento estudantil do governo, o Fies.

Crescimento nas matrículas e nas margens foi bem recebido pelo mercado, mas as preocupações agora se voltam para evasão e preços.

Para os resultados de janeiro a março, as empresas do setor se destacaram positivamente ao conseguir amenizar efeitos negativos com ofertas de programas de financiamento próprios, além do aumento da rentabilidade com redução de custos e captura de sinergias após aquisições.

O encolhimento do Fies, porém, é uma preocupação futura porque pode levar alunos a abandonarem as salas de aula no segundo semestre ao mesmo tempo em que, para atrair estudantes, as empresas correm o risco de não conseguir reajustar suas mensalidades de forma a compensar a inflação.

Evasão

Os índices de evasão já aumentaram no primeiro trimestre, ressalta a analista do BB Investimentos Gabriela Cortez.

Na média, Kroton, Anima e Ser Educacional tiveram em torno de 12% de evasão no ensino presencial ante um patamar de 8% a 9% em 2014.

A exceção foi a Estácio, com evasão de 2,9%, mas a companhia sofreu de outra forma: deu descontos altos e não conseguiu repassar a inflação aos preços.

"A atenção dos investidores está agora em um potencial aumento nas taxas de evasão, em razão da maior restrição do Fies", disse José Cataldo, da Ágora Corretora.

Gabriela, do BB, acredita que as empresas têm meios de reverter o aumento da evasão acompanhando mais de perto a evolução dos alunos.

Junto com o risco de evasão está o de preço. Estudo feito pela consultoria Hoper considera que é possível esperar uma política de descontos mais intensiva das companhias de ensino na tentativa de evitar a desistência.

A expectativa de alta do desemprego também contribui para esse efeito. Além disso, o fato de que alunos sem Fies podem optar por instituições de menor preço aumenta a agressividade na competição.

Na Estácio, a alta do tíquete médio no ensino presencial foi de 5%, abaixo da inflação em razão de descontos, disse o diretor financeiro, Virgílio Gibbon. Para enfrentar o risco de evasão, a companhia lançou dois programas de retenção.

Financiamento

Programas de financiamento alternativos ao Fies têm sido usados para mitigar esses impactos. Estácio, Anima e Ser firmaram parceria com a empresa de crédito Ideal Invest com juros subsidiados.

Já na Kroton, 22,8 mil alunos foram matriculados num programa de "empréstimo-ponte" sem juros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - As companhias de ensino superior conseguiram resultados positivos no primeiro trimestre, apesar dos impactos das mudanças recentes no programa de financiamento estudantil do governo, o Fies.

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Para os resultados de janeiro a março, as empresas do setor se destacaram positivamente ao conseguir amenizar efeitos negativos com ofertas de programas de financiamento próprios, além do aumento da rentabilidade com redução de custos e captura de sinergias após aquisições.

O encolhimento do Fies, porém, é uma preocupação futura porque pode levar alunos a abandonarem as salas de aula no segundo semestre ao mesmo tempo em que, para atrair estudantes, as empresas correm o risco de não conseguir reajustar suas mensalidades de forma a compensar a inflação.

Evasão

Os índices de evasão já aumentaram no primeiro trimestre, ressalta a analista do BB Investimentos Gabriela Cortez.

Na média, Kroton, Anima e Ser Educacional tiveram em torno de 12% de evasão no ensino presencial ante um patamar de 8% a 9% em 2014.

A exceção foi a Estácio, com evasão de 2,9%, mas a companhia sofreu de outra forma: deu descontos altos e não conseguiu repassar a inflação aos preços.

"A atenção dos investidores está agora em um potencial aumento nas taxas de evasão, em razão da maior restrição do Fies", disse José Cataldo, da Ágora Corretora.

Gabriela, do BB, acredita que as empresas têm meios de reverter o aumento da evasão acompanhando mais de perto a evolução dos alunos.

Junto com o risco de evasão está o de preço. Estudo feito pela consultoria Hoper considera que é possível esperar uma política de descontos mais intensiva das companhias de ensino na tentativa de evitar a desistência.

A expectativa de alta do desemprego também contribui para esse efeito. Além disso, o fato de que alunos sem Fies podem optar por instituições de menor preço aumenta a agressividade na competição.

Na Estácio, a alta do tíquete médio no ensino presencial foi de 5%, abaixo da inflação em razão de descontos, disse o diretor financeiro, Virgílio Gibbon. Para enfrentar o risco de evasão, a companhia lançou dois programas de retenção.

Financiamento

Programas de financiamento alternativos ao Fies têm sido usados para mitigar esses impactos. Estácio, Anima e Ser firmaram parceria com a empresa de crédito Ideal Invest com juros subsidiados.

Já na Kroton, 22,8 mil alunos foram matriculados num programa de "empréstimo-ponte" sem juros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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