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Europa autoriza marcas a chamar hambúrguer sem carne de hambúrguer

Parlamento Europeu rejeitou tentativa de proibir empresas de rotular produtos de origem vegetal com nomes como se fossem de origem animal

Hambúrguer de carne: mercado de produtos de proteína de origem vegetal tem crescido pela percepção de que são mais saudáveis (Tricia Vieira/Feed/Divulgação)
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AFP

Publicado em 23 de outubro de 2020 às 15h44.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 15h51.

O Parlamento Europeu rejeitou nesta sexta-feira, 23, uma tentativa de proibir as empresas de rotular produtos de origem vegetal com nomes como se fossem de origem animal, autorizando o uso de termos como "hambúrguer vegetariano" ou "salsicha vegana".

No entanto, os eurodeputados apoiaram uma alteração que proíbe a utilização de termos como "queijo" ou "iogurte" para produtos alimentares cremosos que não possuem leite e estão cada vez mais populares.

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De acordo com ativistas ambientais, o debate sobre a tentativa do lobby da carne para limitar o uso de termos como "bife", " hambúrguer " ou "salsicha" desviou a atenção de um projeto de lei agrícola mais amplo que, segundo eles, prejudica o clima.

Mas grupos ambientalistas comemoraram a vitória.

"Não estamos surpresos, mas estamos satisfeitos que os eurodeputados rejeitaram as tentativas cínicas de uma indústria protecionista da carne de impedir a comercialização de proteínas vegetais na UE", disse Joanna Swabe, da Humane Society International.

Em sua opinião, o argumento dos produtores de carne de que os consumidores ficariam "confusos" foi corretamente rejeitada "como um absurdo desproporcional".

Os mesmos ativistas, no entanto, não esconderam sua decepção com a proibição em relação aos laticínios, embora essa medida ainda possa ser retirada do projeto de lei quando negociadores no parlamento e nos Estados membros da UE encerrarem o texto.

"É uma pena que o lobby da agricultura industrial não se contente em acumular bilhões [ de euros ] em subsídios para a agricultura industrial destrutiva", afirmou Marco Contiero, diretor de política agrícola do Greenpeace Europa.

"Agora eles estão turvando o debate sobre a reforma agrícola com uma votação inútil sobre os nomes dos alimentos", lamentou.

O grupo que reúne sindicatos agrícolas europeus, o Copa Cogeca, se mostrou a favor das duas proibições, argumentando que os consumidores ficariam confusos.

Porém, grupos de consumidores e ambientalistas ridicularizaram esse argumento depois que a imprensa noticiou que essa proibição tinha sido adicionada a um projeto de lei agrícola da UE.

"Os consumidores não se confundem de forma alguma com filé de soja ou salsicha à base de grão de bico, desde que o produto seja claramente rotulado como vegetariano ou vegano", argumentou Camille Perrin, do sindicato de consumidores Beuc.

O mercado de produtos de proteína de origem vegetal tem crescido pela percepção de que são mais saudáveis e por deixar uma pegada ambiental menor do que as fazendas de gado, que são grandes emissoras de CO2.

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