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EUA: bancos obtêm bons resultados, apesar de cenário difícil

Analistas consideram que setor estava subvalorizado devido aos problemas econômicos do país

O Citibank, um dos bancos que registraram lucro no trimestre (Getty Images)

O Citibank, um dos bancos que registraram lucro no trimestre (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2011 às 17h39.

Nova York - Os grandes bancos americanos - com exceção do Goldman Sachs - surpreenderam positivamente os mercados no segundo trimestre, apesar de um cenário difícil, enquanto se preparam para se adaptar à nova regulamentação internacional do setor.

"Em geral, os resultados são bastante positivos, levando em conta o contexto", constatou Jamie Peters, analista da Morningstar, aludindo a um mercado agitado, dados ruins de emprego nos Estados Unidos e à incerteza sobre a situação financeira da Europa.

"Os segmentos de banco tradicional" das grandes instituições "registraram cifras positivas", concordou Richard Bove, da Rochdale Securities.

Na opinião dele, os bancos estão muito subvalorizados pelos investidores atualmente. "O mercado poderá começar a tratá-los melhor", afirmou.

Citigroup, Wells Fargo e JPMorgan Chase anunciaram lucros importantes.

O Morgan Stanley teve uma perda de 558 milhões de dólares devido a gastos excepcionais, mas publicou um volume de negócios em alta de 17%, para 9,3 bilhões de dólares.

Todas essas instituições superaram as previsões dos analistas.

Por sua vez, o Bank of America registrou uma perda de 9,1 bilhões de dólares, que não surpreendeu o mercado. O BoA tinha anunciado no fim de junho que faria uma provisão de 14 bilhões de dólares para saldar ações judiciais relacionadas com a crise das hipotecas "subprime".

Por outro lado, o Goldman Sachs, apesar de um lucro de 1,05 bilhão de dólares, decepcionou os investidores. Seu volume de negócios foi menor que o de seu rival Morgan Stanley, baixando para 7,3 bilhões de dólares.

O prestigiado banco de investimentos "foi extremamente conservador" no trimestre e parece "não querer tomar tantos riscos como no passado", afirmou Richard Bove. Essa "estratégia muito defensiva" contrasta com a do Morgan Stanley, completou.

Sinal positivo no trimestre: em geral, os bancos anunciaram uma queda de suas reservas para perdas relacionadas com seus empréstimos.


"A qualidade do crédito melhorou", afirmou Erik Oja, da Standard & Poor's. Os lucros registrados pelos bancos continuam baseados em uma queda de suas reservas para perdas, que representaram 25% de seus resultados no trimestre, contra mais de 30% no trimestre anterior.

Paralelamente, "os empréstimos das divisões comerciais foram retomados. É uma tendência promissora", afirmou Jamie Peters, da Morningstar. Isso poderá implicar em "mais investimentos e expansões", exatamente "o que a economia precisa para se reativar", completou.

Contudo, muitas instituições continuam enfrentando as consequências da crise imobiliária, como no caso do Bank of America. "Os bancos continuam sendo afetados pelo que fizeram durante a crise 'subprime' e tentam avançar", estimou a analista.

A nova regulamentação internacional sobre os recursos próprios dos bancos, chamada Basileia III, gerou diversos questionamentos dos analistas nas teleconferências durante o trimestre.

Querem saber "se os bancos estão prontos", disse Jamie Peters.

O governo americano poderá exigir dos grandes bancos níveis de capital próprio mais elevados, mas ainda não deu precisões.

"Alguns deles ainda não captaram recursos suficientes para cumprir com essas condições" exigidas pelas novas regras, principalmente o Bank of America, declarou Erik Oja. Mas a maioria dos bancos "estão bastante bem posicionados", afirmou.

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