Estratégia de dólares da GOL é ameaçada por voos da Azul
Companhia começou a voar a Miami para que as vendas em dólares ajudassem a financiar os custos do combustível
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2014 às 16h38.
São Paulo - A linha aérea brasileira de baixo custo GOL Linhas Aéreas Inteligentes começou a voar a Miami para que as vendas em dólares dos EUA ajudassem a financiar os custos do combustível com preço em verdinhas.
O que a empresa não esperava era que a operadora de curta distância Azul lhe apresentasse um desafio.
O serviço da GOL à Flórida, com aviões de corredor único e uma parada na República Dominicana, ficará em desvantagem em 2015, quando a Azul Linhas Aéreas Brasileiras SA acrescentar aviões de fuselagem larga para voos sem escalas.
Trata-se de uma ruptura com a tradição da Azul de operar jatos pequenos no Brasil – e uma luva atirada à GOL.
“Vai ser um cenário de concorrência acirrada”, disse Mário Bernardes Júnior, analista sênior do Banco do Brasil SA, em entrevista por telefone de São Paulo.
“É cedo para dizer em termos de mercado, mas a GOL vai ter que se mexer, até porque a estratégia dela é aumentar os voos internacionais”.
Embora as vendas em dólares representassem apenas 9,1 por cento da receita em 2013, o serviço da GOL nos EUA é importante porque 55 por cento dos seus custos por dívidas, combustível e outros gastos estão denominados na moeda desse país.
A GOL, com sede em São Paulo, anunciou rotas a Miami e a Orlando em 2012 para ajudar a acalmar os investidores diante de prejuízos persistentes.
Após ficar abaixo do índice Ibovespa do Brasil em retornos anuais desde 2010, a GOL está saindo à frente neste ano, com um ganho de 41 por cento que supera a alta de 4,9 por cento da medição.
As ações subiram mais de 50 por cento desde que Paulo Sérgio Kakinoff foi nomeado CEO, sucedendo o fundador Constantino de Oliveira Jr. em 2012.
Último lucro
O último lucro da GOL em um ano completo ocorreu em 2010. As medidas do novo CEO incluem descarregar os jatos velhos da aquisição da Webjet Linhas Aéreas SA em 2011 – e os voos aos EUA, que foram anunciados por volta de quatro meses depois que Kakinoff assumiu a chefia.
Voos internacionais não contribuem apenas com dólares dos EUA. Em toda a indústria global, eles também costumam gerar um rendimento maior, ou taxa média por quilômetro.
A razão: as linhas aéreas que fazem esses voos de longa distância normalmente não enfrentam a concorrência de rivais de baixo custo que é comum nas viagens domésticas.
“Passageiros internacionais são menos elásticos com variações de preços”, disse Bernardes, que considera que as ações da GOL superarão seu rendimento. “O yield é maior e é um dos pontos principais da expansão internacional”.
A estratégia de Kakinoff para voltar aos lucros já estava enfrentando a concorrência da Azul em voos dentro do Brasil, onde a companhia aérea menor cobre mais cidades com aviões turboélices e jatos regionais que utilizam pistas mais curtas do que os aviões 737 da Boeing Co. usados pela GOL.
Voos da Azul
Os voos da Azul aos EUA partirão do aeroporto de Campinas, a aproximadamente 101 quilômetros de São Paulo. Entre o público almejado pela Azul estão potenciais passageiros que moram fora de São Paulo e longe do seu aeroporto internacional.
“As razões pelas quais as pessoas não viajam tanto são custo e conveniência, que nós teremos com os nossos voos”, disse o fundador da empresa, David Neeleman, em uma coletiva de imprensa no mês passado.
“Teremos muita conveniência e sabemos que esse mercado vai crescer muito”.
A dívida da GOL era de R$ 5,59 bilhões (US$ 2,52 bilhões) no final de 2013, segundo dados compilados pela Bloomberg. Cerca de 78 por cento da dívida da companhia aérea é denominada em dólares dos EUA, segundo um documento regulatório.
O real do Brasil se desvalorizou 7,4 por cento frente ao dólar desde o começo do ano passado.
O combustível para jatos também tem preço em dólares e, em 2010, antes do início da série de perdas anuais da GOL, custava em média US$ 2,19 por galão (3,78 litros), de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A média deste ano: US$ 3,02.
“É um cenário muito positivo para os passageiros e fica mais complicado para a Gol”, disse Bernardes, do Banco do Brasil. “Fica mais difícil para a expansão internacional”.
Tempo de performance: 74
Como o ranking mostra, o Singapore Airlines oferece, de longe, a melhor experiência em voos de longa distância em classe econômica do mundo. De acordo com a pesquisa, “os funcionários são treinados para tratar a todos com carinho e respeito e isso faz toda a diferença”.
A companhia foi a única que recebeu nota máxima pelo conforto dos bancos, limpeza da cabine e entretenimento a bordo, o que torna fácil entender porque ela é a número 1.
Tempo de performance: 74
A Malaysia Airlines recebeu a pontuação máxima para o conforto do assento e eficiência do serviço – mas deixou a desejar no desempenho de outros quesitos. Pela preocupação com o bem estar da maioria, a companhia proíbe, inclusive, a presença de crianças em algumas áreas da aeronave – o que não impede que você tenha em seu assento chutes traseiros dos pequenos, dependendo de onde estiver sentado.
Tempo de performance: 74
A Virgin America, companhia do excêntrico bilionário Richard Branson, marcou nota 90 pela oferta de entretenimento em voo. Além dos itens básicos exigidos no quesito, como limpeza e atendimento,a companhia ainda fez os fãs da Apple mais felizes ao nomear um de seus aviões com “Stay Hungry, Stay Foolish” ("Continuem famintos, continuem tolos", em tradução livre), uma das famosas frases ditas por Steve Jobs em seu discurso na Universidade de Stanford.
Tempo de performance: 80 Anteriormente conhecida como Seul Airlines, a Asiana Airlines tem sede nos arredores da capital sul-coreana, e foi eleita como uma das melhores companhias do mundo pela Business Travel, apesar de ficar em quarta colocação neste estudo, graças ao atendimento aos passageiros.
Tempo de performance: 60 A Qatar Airways recebeu pontuação máxima para o conforto do assento e eficiência dos serviços – um dos motivos é o de ofertar bebida de graça em voos internacionais. Vale lembrar que a companhia tem metade de sua participação acionária nas mãos do governo do Catar.
Tempo de performance: 74 ANA é a maior companhia aérea do Japão e não conseguiu nota perfeita em nenhum dos pontos avaliados. Mas seu desempenho foi consistente em todos eles, o que acabou por render a ela o sexto lugar entre as melhores do mundo, segundo a pesquisa.
Tempo de performance: 74
A Garuda Indonesia teve a pontuação quase máxima, 90, em um dos quesitos mais difíceis – e mais admirados pelos passageiros: o tamanho dos assentos. Porém, o fato da companhia ter sido considerada insegura e proibida de voar no espaço aéreo da União Europeia, entre 2007 e 2009, contaram na pesquisa e fizeram com que ela ocupasse o sétimo lugar no ranking. A maioria dos seus destinos são para lugares da Ásia, Austrália e Oriente Médio.
Tempo de performance: 74
A Silk Air teve boa pontuação em todas as categorias, exceto na de entretenimento em voo, em que sua pontuação ficou em 60 pontos.
Como a subsidiária da Singapore Airlines, que opera voos mais curtos, seus passageiros não são suscetíveis a dar tanta importância para o atendimento em voo, especialmente desde que bebidas sem álcool passaram a ser oferecidas à vontade em voos internacionais.
Tempo de performance: 74 A companhia coreana, parceira de diversas outras pelo mundo, apresentou notas nem tão boas, nem tão ruins em todos os quesitos analisados – fato que a deixou nem 9º lugar entre as melhores do mundo.
Tempo de performance: 74 A Air New Zealand, que oferece serviços de longa distância para Austrália, no Pacífico Sul, Ásia, Europa e América do Norte, teve nota alta na experiência de voo, que inclui limpeza e serviços de bordo. Em compensação, sua pontualidade e segurança ofertadas aos passageiros fizeram com que ela ficasse em nono lugar no ranking geral.
Tempo de performance: 74 A companhia sediada em Hong Kong teve pontuação máxima em entretenimento de voo – o que ajudou a impulsionar sua nota de “experiência de voo”. Mas a empresa peca, segundo o estudo, em outros aspectos, como o de cobrar por um serviço de bebida cinco estrelas que equivale a um de três estrelas, em questões de preço e variedade de drinques.
Tempo de performance: 74 Pode-se imaginar que dificilmente uma empresa sul-africana de aviação ganharia de outras europeias e americanas entre as melhores do mundo – mas, sim, a South African Airways foi uma delas. A empresa voa para 38 cidades próximas a Joanesburgo e impressiona os passageiros da classe econômica em trajetos de longa distância, pela oferta de excelentes refeições, entretenimento a bordo, conforto e tamanho do assento, diz o estudo.
Tempo de performance: 74 A Turkish Airlines, companhia aérea nacional da Turquia, acabou levando nota 80 em todas as categorias de experiência de voo avaliadas pela pesquisa – mesmo com o fato de ter criado uma norma em que as aeromoças são obrigadas a se cobrir até o tornozelo para trabalhar.
Ainda assim, a empresa foi avaliada como pouco confiável nos aspectos de segurança e pontualidade pela pesquisa. No mundo, a empresa voa para 221 aeroportos em 98 países.
Tempo de performance: 74 Finnair é a principal companhia aérea para voos domésticos e internacionais em seu país de origem, a Finlândia, além de pertencer majoritariamente ao governo. A companhia oferece aos passageiros da classe econômica uma refeição quente, mas a qualidade da comida marcou 70 pontos.
Tempo de performance: 81
A Japan Airlines serve 103 destinos em todo o mundo e é uma das maiores compradoras de jatos de passageiros Dreamliner da Boeing, um modelo que tem enfrentado problemas de bateria e, por isso, acabou deixando a empresa no 15º lugar enquanto espera soluções para poder voltar a voar normalmente.
Tempo de performance: 79 A Thai Airways voa para 75 destinos em 35 países e é a companhia aérea oficial da Tailândia. É uma das patrocinadoras do Red Bull Racing e da Associação de Futebol da Tailândia, dois requisitos que fazem dela uma das mais populares do país. Porém, não a melhor fora dele.
Tempo de performance: 75 A Oman Air, baseada em Omã, país da península arábica, marcou 80 pontos em itens como limpeza da cabine e entretenimento – mas conquistou notas não tão boas em pontualidade, afirma a pesquisa.
Tempo de performance: 82 Air Astana é a companhia aérea oficial da República do Cazaquistão e começou a operar voos comerciais em 2002. Apesar de não ter recebido boas notas nesta pesquisa, incluindo na parte de pontualidade e entretenimento, a empresa venceu o prêmio de "Melhor Companhia Aérea da Ásia Central e Índia", concedido pelo World Airline Awards, no ano passado.
Tempo de performance: 75 A Lufthansa, maior companhia aérea da Europa, ocupa o 19º lugar entre as melhores do mundo, segundo o ranking, graças ao seu empenho em manter a qualidade frente ao crescimento de concorrentes. Dá pra se notar porque ela precisa melhorar já que ocupa tal posição mesmo sendo uma das mais tradicionais no setor.
Tempo de performance: 74 A companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, Etihad Airways, opera há apenas dez anos, mas está crescendo rapidamente. Tanto que seus lucros triplicaram para cerca de 42 milhões de dólares no último ano - resultado conquistado com ajuda da oferta de bons serviços de entretenimento a bordo, segundo a pesquisa.