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Estaleiros consideram projeto da OSX inviável, diz fonte

A unidade da OSX foi planejada para ser o "maior estaleiro das Américas", com capacidade para integrar simultaneamente até 14 plataformas na primeira etapa


	A OSX recebeu aprovação de prioridade de financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) de R$ 2,7 bilhões em junho de 2011, e depois uma linha adicional de R$ 1,5 bilhão
 (Divulgação)

A OSX recebeu aprovação de prioridade de financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) de R$ 2,7 bilhões em junho de 2011, e depois uma linha adicional de R$ 1,5 bilhão (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 19h00.

Rio de Janeiro - Um dos maiores elefantes brancos das empresas de Eike Batista, o estaleiro da OSX em São João da Barra (RJ) pode gerar ao grupo um prejuízo bilionário.

A unidade da OSX foi planejada para ser o "maior estaleiro das Américas", com capacidade para integrar simultaneamente até 14 plataformas na primeira etapa, e investimento estimado em R$ 4,8 bilhões. Mas, sem petróleo da coirmã OGX, as encomendas não vieram. E o estaleiro, de 2,5 milhões de metros quadrados de área útil, cais erguido e galpões em pé, ficou ocioso.

A OSX tenta negociá-lo, mas ninguém está disposto a pagar o valor inicialmente previsto. "O projeto, como foi planejado, ficou inviável. Não tem encomenda no mercado que pague a conta", disse uma fonte do setor naval.

Um dos principais candidatos seria o estaleiro Keppel, que atuou em parceria com a OSX, tem encomendas bilionárias na carteira e é um estaleiro maduro. Jurong e Estaleiro Atlântico Sul (EAS), dentre outros, chegaram a conversar, mas já teriam desistido.

A estimativa é que a unidade valha não os bilhões aplicados pelo grupo de Eike, mas apenas algumas centenas de milhões. Possíveis interessados tentam esperar a situação se agravar para conseguir comprar a planta "a preço de banana".

Apenas no primeiro trimestre deste ano, a OSX investiu mais de meio bilhão de reais na unidade de construção naval. Nem todo o investimento programado, de quase R$ 5 bilhões, foi despendido. Mas o ativo já se encontra registrado no balanço até março, por R$ 2,358 bilhões.

A OSX recebeu aprovação de prioridade de financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) de R$ 2,7 bilhões em junho de 2011, e depois uma linha adicional de R$ 1,5 bilhão.

Não se sabe a cifra exata que cada banco repassou ao estaleiro, que agora perdeu valor. Só a Caixa Econômica Federal (CEF) financiou mais de R$ 1 bilhão para o estaleiro. E pelo menos Caixa e BNDES também fizeram empréstimos de curto prazo que vencem nos próximos meses.

A OSX recebeu da Caixa, em 27 de abril de 2012, R$ 400 milhões num empréstimo-ponte de 18 meses que vence no próximo 19 de outubro. Em 28 de dezembro de 2012, foram repassados pela Caixa R$ 627,4 milhões, com carência de 36 meses e vencimento em junho de 2033, referente ao 1º desembolso do FMM.


Em 28 de dezembro de 2011, a OSX também recebeu R$ 427,6 milhões num empréstimo-ponte do BNDES com vencimento previsto para 15 de agosto de 2013.

A construção do estaleiro começou há exatos três anos. Até o ano passado, a previsão era que a primeira fase iniciasse operações em março passado.

A carteira de pedidos contratados foi composta de 16 unidades destinadas à produção de petróleo e gás. As encomendas externas foram minguando e, na segunda-feira, 01, veio o golpe fatal do próprio grupo. A OGX anunciou que, por falta de petróleo para explorar, estava suspendendo a encomenda de cinco plataformas, três fixas e duas flutuantes.

A OSX atualizou a carteira de encomendas da fase 1 do estaleiro, anexo ao Porto do Açu, com um navio do tipo PLSV e integração de duas plataformas flutuantes.

As outras duas plataformas em construção para a OGX, a OSX-3 e a WHP-2, receberão US$ 314 milhões da empresa de petróleo para sua conclusão. A primeira está com 92,7% da obra pronta, e a segunda, 50,1%.

A OSX detém outros serviços de melhor potencial, que podem ser mantidos na reestruturação, como a área de leasing. A OGX pagará pelas unidades com contrato em afretamento até que sejam revendidas no mercado. No entanto, o estaleiro em si "micou", com investimento feito, dívidas de curto prazo a vencer, e sem encomendas.

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