Esta empresa cobra - e caro - pelo uso das salas de reuniões
Mais do que a redução do tempo gasto em reuniões, o modelo também trouxe vantagens financeiras para a empresa
Karin Salomão
Publicado em 23 de junho de 2019 às 16h07.
Espaços de reunião são cobiçados e requisitados em grande parte dos escritórios. Mas, no caso de uma empresa japonesa, o uso é desencorajado. A fabricante de chips para equipamentos Disco Corp cobra caro para que seus 5 mil funcionários usem as salas de reunião.
Há vários métodos para tornar reuniões mais produtivas , como focar nos assuntos mais importantes ou evitar distrações. Para esta empresa japonesa, a cobrança foi a solução encontrada. O preço de 100 dólares a hora pelos espaços é um experimento de gestão para diminuir o tempo gasto em reuniões desnecessárias.
Outros itens também são precificados, como as mesas e computadores e até um lugar para o guarda-chuva, segundo a Bloomberg.
Colegas também pagam a outros pelo serviço. Cada equipe é vista como uma companhia individual e pode escolher que projetos irá desenvolver. Uma equipe paga pelo trabalho de outra e as melhores ideias podem ser compradas em leilões diários. O objetivo é que cada funcionário decida como gerenciar seu dia.
Os pagamentos são feitos em uma moeda virtual, chamada "will". "Criamos uma zona de livre comércio, igual à que existe fora da companhia", afirmou Toshio Naito, que desenhou o modelo de gestão, à Bloomberg.
Além do salário, a companhia japonesa também criou um sistema de remuneração que leva em conta a contribuição de cada um para o resultado final da empresa.
Mais do que a redução do tempo gasto em reuniões, o modelo também trouxe vantagens financeiras para a empresa. As margens cresceram de 16% a 26% nos últimos oito anos e o valor de mercado mais que quadruplicou. Apesar do sucesso, nem todos os funcionários se adaptam e nenhuma outra empresa adotou o modelo.
A empresa foi fundada em 1937 e começou a fornecer ferramentas para o exército japonês antes da Segunda Guerra Mundial.