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Empréstimo bilionário para Odebrecht é adiado, dizem fontes

Uma unidade da Odebrecht não recebeu um empréstimo sindicalizado de US$ 4,1 bilhões esperado para financiar um projeto, dizem fontes

Odebrecht: comitês de crédito de um grupo de 20 bancos que está oferecendo o empréstimo sindicalizado se recusaram, até o momento, a assinar o acordo (Vanderlei Almeida/AFP)
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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2016 às 21h57.

Uma unidade da Odebrecht , empreiteira cujo ex-presidente foi preso em junho de 2015 como parte das investigações da Lava Jato e ainda está na prisão, não recebeu um empréstimo sindicalizado de US$ 4,1 bilhões esperado para financiar um projeto estratégico na América Latina, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto.

Os comitês de crédito de um grupo de 20 bancos que está oferecendo o empréstimo sindicalizado se recusaram, até o momento, a assinar o acordo, que originalmente tinha previsão de aprovação para o ano passado, para financiar um projeto de gasoduto no Peru, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são privadas.

As áreas de compliance dos bancos credores não estão confortáveis em fazer o empréstimo para a Gasoducto Sur Peruano (GSP), uma sociedade de propósito específico controlada pela Odebrecht, por causa das investigações e incertezas a respeito das multas por corrupção que podem ser recebidas pelo conglomerado, disseram as pessoas.

A Odebrecht, que controla a GSP com participação de 55 por cento, conquistou uma licença de 34 anos para construir e operar um gasoduto de 1.080 quilômetros em junho de 2014.

A espanhola Enagas possui uma participação de 25 por cento e a peruana Grana & Montero comprou uma fatia de 20 por cento em setembro por US$ 215 milhões.

A Odebrecht está tentando vender sua participação no projeto e há cinco grupos interessados, segundo a assessoria de imprensa da empresa com sede em São Paulo, que não quis citar os nomes das empresas. A Odebrecht transferiu a gestão da GSP para a Enagas, disse o assessor, que preferiu não comentar sobre o empréstimo. A GSP também preferiu não comentar.

A GSP vem recorrendo a empréstimos-ponte, que são mais caros, enquanto aguarda o financiamento sindicalizado, disseram as pessoas. Em entrevista concedida no ano passado, o então diretor financeiro da GSP, Marko Harasic, disse que a empresa originalmente esperava fechar o empréstimo em julho.

“Nosso trabalho é segregar ao máximo o projeto no Peru e entregar um pacote de relatórios de conformidade para tranquilizar os bancos”, disse Harasic na ocasião. A ideia de Harasic é tentar separar ativos a fim de protegê-los de reclamações contra a empresa controladora, bem como de restrições e leis no país de origem.

Marcelo Odebrecht foi condenado em março a mais de 19 anos de prisão após as acusações de participação em um cartel de construtoras que pagou propinas para conseguir contratos com a Petrobras.

O atraso do financiamento é mais um exemplo de como o maior escândalo de corrupção do Brasil tem tido consequências para além das fronteiras do país. A investigação do esquema de propinas secou linhas de crédito para projetos de infraestrutura, contribuindo para que o Brasil entrasse em uma recessão que deverá ser a pior em um século.

O presidente peruano, Ollanta Humala, disse que o gasoduto é necessário para reforçar a oferta energética e ajudar a reanimar a economia de seu país, dependente da mineração, após a queda dos preços dos metais.

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Uma unidade da Odebrecht , empreiteira cujo ex-presidente foi preso em junho de 2015 como parte das investigações da Lava Jato e ainda está na prisão, não recebeu um empréstimo sindicalizado de US$ 4,1 bilhões esperado para financiar um projeto estratégico na América Latina, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto.

Os comitês de crédito de um grupo de 20 bancos que está oferecendo o empréstimo sindicalizado se recusaram, até o momento, a assinar o acordo, que originalmente tinha previsão de aprovação para o ano passado, para financiar um projeto de gasoduto no Peru, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são privadas.

As áreas de compliance dos bancos credores não estão confortáveis em fazer o empréstimo para a Gasoducto Sur Peruano (GSP), uma sociedade de propósito específico controlada pela Odebrecht, por causa das investigações e incertezas a respeito das multas por corrupção que podem ser recebidas pelo conglomerado, disseram as pessoas.

A Odebrecht, que controla a GSP com participação de 55 por cento, conquistou uma licença de 34 anos para construir e operar um gasoduto de 1.080 quilômetros em junho de 2014.

A espanhola Enagas possui uma participação de 25 por cento e a peruana Grana & Montero comprou uma fatia de 20 por cento em setembro por US$ 215 milhões.

A Odebrecht está tentando vender sua participação no projeto e há cinco grupos interessados, segundo a assessoria de imprensa da empresa com sede em São Paulo, que não quis citar os nomes das empresas. A Odebrecht transferiu a gestão da GSP para a Enagas, disse o assessor, que preferiu não comentar sobre o empréstimo. A GSP também preferiu não comentar.

A GSP vem recorrendo a empréstimos-ponte, que são mais caros, enquanto aguarda o financiamento sindicalizado, disseram as pessoas. Em entrevista concedida no ano passado, o então diretor financeiro da GSP, Marko Harasic, disse que a empresa originalmente esperava fechar o empréstimo em julho.

“Nosso trabalho é segregar ao máximo o projeto no Peru e entregar um pacote de relatórios de conformidade para tranquilizar os bancos”, disse Harasic na ocasião. A ideia de Harasic é tentar separar ativos a fim de protegê-los de reclamações contra a empresa controladora, bem como de restrições e leis no país de origem.

Marcelo Odebrecht foi condenado em março a mais de 19 anos de prisão após as acusações de participação em um cartel de construtoras que pagou propinas para conseguir contratos com a Petrobras.

O atraso do financiamento é mais um exemplo de como o maior escândalo de corrupção do Brasil tem tido consequências para além das fronteiras do país. A investigação do esquema de propinas secou linhas de crédito para projetos de infraestrutura, contribuindo para que o Brasil entrasse em uma recessão que deverá ser a pior em um século.

O presidente peruano, Ollanta Humala, disse que o gasoduto é necessário para reforçar a oferta energética e ajudar a reanimar a economia de seu país, dependente da mineração, após a queda dos preços dos metais.

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