Negócios

Empresas eletrônicas japonesas sofrem para resgatar passado

Os fabricantes de câmeras digitais do país se ressentiram das preferências dos consumidores pelos celulares para imortalizar momentos

Sony anuncia lucros da empresa: a outrora número um do mundo registrou perdas líquidas de 160 milhões de dólares no período abril-setembro (AFP)

Sony anuncia lucros da empresa: a outrora número um do mundo registrou perdas líquidas de 160 milhões de dólares no período abril-setembro (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 17h10.

As principais empresas eletrônicas japonesas sofrem para recuperar o esplendor do passado em uma conjuntura em que a Sony teve que revisar para baixo suas perspectivas para este ano, embora a cambaleante Panasonic tenha registrado fortes ganhos.

Estas empresas se submeteram a uma dura reestruturação para tentar reverter anos de perdas e se manter no cada vez menos rentável negócio dos aparelhos de TV, enquanto concorrentes como Apple e a sul-coreana Samsung abrem caminho no lucrativo negócio dos smartphones.

A outrora número um do mundo Sony registrou perdas líquidas de 15,8 bilhões de ienes (160 milhões de dólares) no período abril-setembro e reduziu em 40% suas previsões para o ano devido à queda das vendas de câmeras digitais, computadores portáteis e aparelhos de TV.

No entanto, são um bom resultado em comparação com 40,1 bilhões de ienes em perdas registradas no mesmo período do ano passado.

Os fabricantes de câmeras digitais do país se ressentiram das preferências dos consumidores pelos celulares para imortalizar momentos, enquanto o negócio de filmes da Sony anda pior do que o esperado.

O presidente da companhia Kazuo Hirai ignorou os crescentes apelos para abandonar a fabricação de televisões, assim como as pressões do diretor de um fundo de investimentos especulativo para que se desfaça de 20% da divisão de entretenimento para melhoras os benefícios.

Em entrevista à imprensa estrangeira este mês, Hirai reiterou seu plano de manter a divisão de entretenimento no grande conglomerado, pois o considera "muito fundamental e importante na estratégia do Grupo Sony".

"É um dos pilares do nosso futuro crescimento", emendou.


A companhia observa um forte crescimento das vendas de seu PlayStation de 4 jogos da campanha de Natal para tentar alcançar a cota de seus concorrentes Nintendo e Microsoft em um mercado de 44 bilhões de dólares anuais.

Ao contrário, a Panasonic começou a colher os frutos de uma importante mudança de estratégia e da fragilidade do iene, afastando-se do abismo após vários trimestres de perdas vertiginosas.

A empresa assegurou que nos últimos seis meses até setembro registrou ganhos, o que lhe permite encarar o futuro com um sorriso após as perdas de 15 bilhões de dólares nos dois últimos anos fiscais.

A companhia anunciou lucros de 169,3 bilhões de ienes (1,72 bilhão de dólares) líquidos em abril-setembro, muito longe dos números vermelhos de 685,2 bilhões de ienes um ano antes. Neste ano fiscal que termina em março, espera obter ganhos líquidos de 100 bilhões de ienes.

No entanto, Koki Shiraishi, analista da SMBC Nikko Securities, em Tóquio, advertiu que "o impacto do iene frágil começará a desaparecer na segunda metade do ano fiscal, e por isso serão cortados os benefícios".

"Anos difíceis aguardam as fabricantes de eletrônicos japoneses", advertiu.

A Panasonic também anunciou que deixará o mercado dos smartphones devido à dura concorrência, um dia depois que o rival NEC anunciou perdas após descartar também este negócio.

Em um comunicado divulgado esta quinta-feira, a Panasonic confirmou que encerrará a produção de televisores de plasma nos próximos meses, assim como fizeram Hitachi e Pioneer nos últimos anos.

A empresa anunciou, ainda, a compra de 90% da empresa elétrica turca Viko Elektrik por 460 milhões de dólares.

A Sharp, por sua vez, reduziu as perdas para 44 milhões de dólares pela melhora da demanda de TVs de cristal líquido usados em smartphones e tablets, assim como em painéis solares e o corte dos custos trabalhistas.

No ano passado, a fabricante da marca Aquos anunciou que poderia fechar as portas enquanto renegociava sua dívida oferecendo sua sede em Osaka como garantia.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEmpresasEmpresas japonesasempresas-de-tecnologiaIndústria eletroeletrônicaJapãoPaíses ricosPanasonicSony

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia