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Empresário brasileiro é o 3º mais pessimista do mundo

País só perde para a Grécia e para a Estônia com empresários mais pessimistas no que diz respeito ao que esperam nos próximos 12 meses


	O índice registrado para o período ficou negativo em 24%, atrás apenas de Grécia, com queda de 36%, e Estônia, com índice negativo em 26%
 (Creatas Images/Thinkstock)

O índice registrado para o período ficou negativo em 24%, atrás apenas de Grécia, com queda de 36%, e Estônia, com índice negativo em 26% (Creatas Images/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2015 às 14h27.

São Paulo - O empresariado brasileiro está entre os mais pessimistas do mundo no que diz respeito ao que esperam para os próximos 12 meses. É o que revela o International Business Report (IRB), documento confeccionado pela Grant Thornton no segundo trimestres deste ano com base nas respostas de 2.580 líderes empresariais de mais de 30 nações e de diferentes setores.

No Brasil, o índice registrado para o período ficou negativo em 24%, atrás apenas de Grécia, com queda de 36%, e Estônia, com índice negativo em 26%.

O índice para o Brasil está bem abaixo da média global, positiva em 45%, e representa a maior queda no patamar de otimismo desde 2007, ano que o País passou a integrar a pesquisa trimestral da Grant Thornton.

Segundo o managing partners da Grant Thornton Brasil, Daniel Maranhão, em comparação com o primeiro trimestre, houve queda de seis pontos porcentuais no índice, que passou de -18% para -24%.

Na variação anual, o decréscimo foi maior, de 56 pontos. A Armênia com queda de 24% no seu grau de otimismo, e a Latvia (-6%) completam o Top 5 dos países menos otimistas, segundo o ranking IBR.

Na mão contrária, os empresários mais otimistas com relação à atual situação econômica são os da Alemanha, com um índice de 92%.

Ainda de acordo com o levantamento, a América Latina registrou no segundo trimestre patamar de 1% de otimismo, o que significa, de acordo com a Grant Thornton, queda de 4 pontos porcentuais em comparação com o primeiro trimestre e de 30 pontos na variação anual. A região está à frente apenas dos países Bálticos, que registraram índice de -1% para o período.

Dentre os fatores que justificam o pessimismo do empresariado brasileiro para os próximos 12 meses, a incerteza econômica é o principal deles, segundo 65% dos consultados.

Tal índice coloca o Brasil na terceira posição do ranking das nações mais preocupadas com a instabilidade econômica. A Grécia vem na frente, com 76% dos empresários aflitos com a situação financeira daquele país, seguida da Argentina, com 72%.

Porém, outros aspectos preocupam o brasileiro: para 57% dos líderes o alto custo da energia é o que mais deve dificultar o crescimento dos negócios este ano; e para 50%, é a queda no volume de encomendas o que mais incomoda. Outro ponto relevante que a pesquisa traz diz respeito à questão salarial.

Apenas 8% dos líderes brasileiros esperam proporcionar a seus funcionários aumento de salário acima da inflação em 12 meses, contra 9% do registrado para o trimestre anterior e 13% no mesmo período do ano passado.

De acordo com Maranhão, as empresas estão avaliando que já está valendo a pena demitir pessoal com altos salários para contratar salários mais baixos.

Normalmente o mercado de trabalho é um dos últimos segmentos a reagirem, tanto para o bem quanto para o mal, às mudanças na economia por conta do elevado custo de contratação e de demissão.

"Com juro e inflação altos, baixo crescimento, pouca demanda e escassez de crédito, está valendo a pena as empresas trocarem mão de obra cara por barata. Isso só não está acontecendo ainda nas empresas que demandam mão de obra de alta qualificação", explicou.

Na tentativa de contornar a situação e proporcionar o crescimento dos negócios em 12 meses, a maioria dos líderes consultados (49%) espera aumentar a efetividade de sua força de vendas, seguida de mais incentivo para a produtividade (45%), e da contratação de mão de obra especializada (33%), diz o estudo da Grant Thornton.

Outra saída que as empresas estão adotando, de acordo com Maranhão, é a terceirização de seus departamentos administrativos. "Tem também empresas buscando instalações menores, trocando aluguéis maiores por menores e buscando se instalarem em cidades onde o Imposto Sobre Serviços (ISS) é menor para reduzir custos", disse o executivo.

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