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Empresa da JBS está em lista suja de trabalho escravo

A subsidiária da JBS em Vidal Ramos, SC, foi fiscalizada em 2015 e foram encontradas irregularidades na apanha de aves

JBS: 9 trabalhadores estavam envolvidos na situação irregular (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: 9 trabalhadores estavam envolvidos na situação irregular (Ueslei Marcelino/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 16h34.

São Paulo – A JBS Aves, empresa da JBS, é uma das 132 companhias na lista suja de trabalho análogo à escravidão realizada pelo Ministério do Trabalho. A lista foi conseguida com exclusividade pelo programa Fantástico.

A subsidiária da JBS em Vidal Ramos, SC, foi fiscalizada em 2015 e foram encontradas irregularidades na apanha de aves. 9 trabalhadores estavam envolvidos na situação irregular.

O levantamento conseguido pelo Fantástico foi o último a ser realizado pelo Ministério do Trabalho , mas não foi divulgado por conta das mudanças na lei do trabalho escravo.

No dia 16, o governo federal anunciou uma portaria que altera os conceitos de trabalho forçado, jornada exaustiva e condições análogas à de escravo para a concessão de seguro desemprego.

Para que o trabalho seja considerado degradante, a nova norma determina que será preciso comprovar que o funcionário não poderia deixar o local e que havia segurança armada para fiscalizá-lo.

Além disso, as novas normas também alteram a divulgação da lista suja. Ao invés de ser feita pelo corpo técnico do Ministério do trabalho, o levantamento será publicado pelo próprio ministro.

A portaria dificulta enquadrar as empresas em trabalho escravo e a exposição das que estão na lista suja.

Em comunicado, a JBS Aves disse que não estava ciente de sua inclusão na lista e que não foi notificada pelo Ministério do Trabalho. Confira a nota completa:

“A JBS Aves desconhece sua inclusão na lista de empregadores que tenham submetido trabalhadores à condições análogas à escravidão, não tendo sido notificada até o presente momento pelo Ministério do Trabalho sobre qualquer decisão nesse sentido. A Companhia e todas as suas marcas não compactuam com esse tipo de prática e possuem rígidos controles na contratação de prestadores de serviços e fornecedores.

A empresa também reafirma seu compromisso com o fortalecimento das ações contra o trabalho escravo no Brasil e reforça que é signatária, desde 2007, do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e foi a primeira indústria de alimentos a se tornar membro do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO) desde 2014”.

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