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Empresa acusada de acidente ecológico vai recorrer de multa

São Paulo, 2 de abril (Portal EXAME) O diretor da Indústria Cataguazes Papel, Félix Santana, disse no final da tarde desta quarta-feira (2/4) que a empresa vai recorrer da multa de 50 milhões de reais que recebeu ontem do governo do Rio de Janeiro pelo vazamento de resíduos tóxicos no rio Pomba, no noroeste do […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

São Paulo, 2 de abril (Portal EXAME) O diretor da Indústria Cataguazes Papel, Félix Santana, disse no final da tarde desta quarta-feira (2/4) que a empresa vai recorrer da multa de 50 milhões de reais que recebeu ontem do governo do Rio de Janeiro pelo vazamento de resíduos tóxicos no rio Pomba, no noroeste do Estado. A empresa toda não vale isso , afirmou o executivo. Ele diz que esse é um direito que a lei concede à empresa, que fatura cerca de 27 milhões de reais por ano.

Hoje, o secretário de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais, José Carlos de Carvalho, também anunciou que a empresa receberá outra multa do mesmo valor.

A companhia fica no município mineiro de Cataguazes, próximo à divisa com o Rio de Janeiro. No último sábado, uma barragem da indústria, com cerca de 1 milhão de metros cúbicos de resíduos tóxicos (entre eles soda cáustica, lignina e licor preto), se rompeu e atingiu o Rio Pomba. Várias cidades estão com o abastecimento de água suspenso. Autoridades do Estado estimam que cerca de 500 mil pessoas serão afetadas pelo acidente ecológico.

De acordo com o executivo, cerca de 90% do conteúdo da barragem vazou. Há ainda uma segunda barragem, com aproximadamente 200 mil litros de resíduo, mas Santana afirma que não há risco de rompimento. Segundo o executivo, um técnico foi contratado pela empresa para analisar as duas barragens.

Santana disse que os tanques eram monitorados diariamente e que nada de anormal havia sido detectado do acidente. Esse tipo de barragem, diz o executivo, é feita de terra e não requer manutenção. As duas construções foram erguidas pelo grupo Matarazzo, então proprietário da empresa, há mais de 20 anos.

A versão do governo de Minas é diferente. O estado afirma que a última fiscalização da polícia ambiental emitiu um boletim de ocorrência para o Ibama no dia 19 de fevereiro, em que constatava um risco que não era imediato, mas afirmava que o local exigia cuidados.

A Cataguazes fabrica mensalmente 4 mil toneladas de papel reciclado para embalagem. A produção é destinada ao mercado paulista. Na manhã desta quarta-feira (2/4), a e mpresa recebeu um comunicado do governo mineiro que dá 48 horas de prazo para que a produção da empresa seja desativada. Santana afirma que a empresa também recorrerá na Justiça para continuar operando.

Questionado sobre a intenção da companhia de indenizar as comunidades atingidas, Santana afirmou que a empresa ainda não conseguiu pensar a respeito, porque no momento está concentrada em resolver o rompimento da barragem, em analisar o estado do tanque menor e em monitorar a água da represa atingida, próxima à empresa. No município fluminense de Santo Antônio de Pádua, de 40 mil habitantes, há 15 caminhões-pipa distribuindo água à população.

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