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Embraer vê cenário favorável para vendas em 2010

São Paulo - A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) vê em 2010 um cenário mais favorável para novas vendas em relação a 2009, quando o mercado de aviação sofreu um duro golpe com a crise financeira global. Mesmo assim, o vice-presidente executivo de Finanças e de Relações com Investidores da fabricante de aeronaves, Luiz Carlos […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

São Paulo - A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) vê em 2010 um cenário mais favorável para novas vendas em relação a 2009, quando o mercado de aviação sofreu um duro golpe com a crise financeira global. Mesmo assim, o vice-presidente executivo de Finanças e de Relações com Investidores da fabricante de aeronaves, Luiz Carlos Aguiar, avalia que ainda não é possível saber se esse esboço de recuperação é sustentável. "Vemos um cenário um pouco mais positivo, sem dúvida, o mercado vem melhorando aos poucos, mas ainda sem grande euforia ou certeza sobre a sustentabilidade de crescimento da demanda em todas as linhas de produtos", afirmou hoje.

"Venderemos mais do que no ano passado, mas ainda não nos níveis de 2006, 2007", disse o executivo. Para ele, a retomada e a melhoria "significativa" deste mercado virão somente em meados de 2011. Segundo o vice-presidente de Finanças, a Embraer não tem presenciado postergações ou cancelamentos na entrega de aeronaves como em 2009. Aguiar comentou que a fabricante continua dependendo de sua carteira de pedidos firmes (backlog) para gerar receitas. O backlog da Embraer somava, ao final de 2009, US$ 16,6 bilhões, volume suficiente para 3,3 anos.

Embora tenha destacado que a empresa já trabalhou com mais folga em seu backlog - em 2008, a carteira de US$ 20,9 bilhões supria 3,8 anos -, Aguiar destacou que o prazo de 3,3 anos é tido como "razoável" pela empresa. "Consideramos esse número razoável, é bem confortável, sim", disse a jornalistas. Conforme Aguiar, a empresa segue com expectativas positivas com relação à venda de jatos executivos. Ele disse que a empresa conseguiu vender bem estes produtos em 2009, ao contrário de seus pares, porque seus lançamentos tinham sido vendidos antes da crise. "Vendemos 850 Phenom 100 e 300 no final de 2008 e em 2009. Isso nos deu uma capacidade muito grande de entregas e de geração de receita, por isso crescemos neste segmento, a despeito da crise", explicou.

Ele pondera que, "infelizmente, na aviação comercial o cenário não é o mesmo". Mas Aguiar se diz confiante de que a Embraer conseguirá ser competitiva em termos de preço e produtividade. O executivo destaca, também, que há indicadores enunciando uma recuperação deste mercado, como a venda de aviões usados, que está um pouco mais baixa do que no ano passado. Ontem, ao divulgar suas demonstrações financeiras referente ao quarto trimestre e ano de 2009, a fabricante anunciou que espera entregar 90 aeronaves comerciais e 137 jatos executivos em 2010. Do total de aviões executivos, 120 unidades devem ser da família Phenom e os outros 17 serão Legacy e Lineage.

Estoques

Os estoques da Embraer baixaram 17,5% em 2009, comparativamente ao ano anterior, para US$ 2,340 bilhões. Com isso, a empresa conseguiu ajustar-se a níveis inferiores aos de 2007, quando seus estoques somavam US$ 2,491 bilhões. O vice-presidente executivo de Finanças e de Relações com Investidores da fabricante de aeronaves, Luiz Carlos Aguiar, sinalizou que continuará comprando menos de seus fornecedores, já que possui uma reserva alta de peças e precisa equalizá-las ao cenário de demanda atual. "A expectativa é de que a Embraer ainda consuma parte dos estoques atuais", afirmou, durante teleconferência com a imprensa.

No final de 2009, a fabricante de aeronaves informou a seus fornecedores que compraria menos peças neste ano. Naquela ocasião, em reunião promovida em São José dos Campos, onde está sediada, a empresa havia sinalizado que as compras de peças programadas para 2010 cairiam 23% ante 2009. Por conta da crise financeira global, agravada em outubro de 2008, a Embraer procurou reduzir o volume de compras de seus fornecedores de forma gradativa, para tentar não fragilizar outros elos da cadeia aeronáutica.

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