Embraer espera que EUA compensem demanda fraca na Europa
A fabricante encerrou o primeiro trimestre com sua carteira de pedidos em 14,7 bilhões de dólares, abaixo dos 15,4 bilhões de dólares em dezembro
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2012 às 16h06.
São Paulo - A Embraer , terceira maior fabricante mundial de aviões comerciais, espera que os Estados Unidos voltem a ter um peso maior na receita da empresa, compensando a fraqueza vista no mercado europeu diante da crise no continente e garantindo estabilidade em sua carteira de pedidos.
"Existem campanhas (de vendas) que devem começar brevemente, e todos esses anos o mercado norte-americano esteve praticamente parado para aviões desse tamanho (de 70 a 120 assentos). Nossa expectativa é de que esse ano comece a ter um aquecimento, compensando um pouco essa baixa na Europa", disse o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, em entrevista durante o Reuters Latin American Investment Summit, nesta terça-feira.
"Os E-jets têm uma base europeia muito forte. As atividades lá são mais de opções de compra e são quantidades pequenas, mas em termos de volume nós passamos mais a contar com os EUA." A América do Norte, que já chegou a representar cerca de 70 por cento das vendas totais da Embraer anos atrás, respondeu por 20 por cento do faturamento da companhia em 2011.
A participação da região foi reduzida diante do esforço da companhia para diversificar sua base de clientes, com Ásia, Oriente Médio e América Latina, além da própria Europa, ampliando relevância na receita da fabricante.
A Embraer está atenta à negociação de sindicatos de companhias aéreas norte-americanas, entre elas Delta e American Airlines, sobre o tamanho das aeronaves que seus pilotos podem pilotar, comentou Curado.
Eventuais acordos autorizando o uso de jatos regionais maiores por essas empresas abririam a perspectiva de novas encomendas para a Embraer nos EUA.
A fabricante encerrou o primeiro trimestre com sua carteira de pedidos (backlog) em 14,7 bilhões de dólares, abaixo dos 15,4 bilhões de dólares em dezembro.
Curado disse que a queda da carteira nos primeiros meses de 2012 deveu-se, principalmente, ao cancelamento de um pedido relevante de aviões executivos por um cliente no Oriente Médio.
Segundo ele, a Embraer espera este ano ao menos manter o nível do backlok.
Crédito - Apesar de observar um "resfriamento" em novas encomendas de aviões, Curado garantiu que "não estamos vendo aquela coisa aguda de 2008", quando houve muitos cancelamentos de pedidos na aviação executiva e pedidos de adiamento de entregas de aeronaves comerciais.
"Não é um choque como foi em 2008. Todo mundo estava em pleno crescimento, com o pé no acelerador (...) e de repente a demanda sumiu. Isso não está acontecendo hoje. Agora está uma coisa mais suave", disse.
Curado afirmou que há dinheiro disponível para financiar a venda aeronaves, sobretudo de agências de crédito à exportação. Ainda assim, a oferta de financiamento não se recuperou ao nível de 2006 e 2007, antes da crise financeira que teve como marco o colapso do Lehman Brothers na segunda metade de 2008.
China - A Embraer espera receber entre junho e julho a autorização para produzir o jato executivo Legacy 650 na China, em parceria com a empresa local Avic, revelou Curado.
Os investimentos necessários para adaptação da fábrica chinesa, que antes produzia na unidade o avião comercial ERJ 145, de 50 passageiros, serão "marginais", e não será necessário novo aporte de capital dos sócios da companhia.
Azul e Trip - O presidente-executivo da Embraer acredita que a fusão das clientes Azul e Trip, anunciada na segunda-feira, é "bastante positiva".
"Acho que não vai ter nenhum problema com aprovação do Cade (Comitê Adminsitrativo de Defesa Econômica). São duas empresas de porte menor... Mesmo com a fusão, elas ficam bem menores que TAM e Gol", disse Curado, referindo-se às líderes no mercado aéreo no país.
"O fato de ambas usarem nossos aviões certamente é uma sinergia positiva... Essas sinergias certamente devem ter pesado na decisão deles." Azul e Trip utilizam E-Jets da Embraer e turboélices da ATR. "A gente vai ter algo como 60 e poucos aviões em operação já nessa empresa combinada. Já é uma frota razoável de E-Jets, e nossa expectativa é de que isso cresça, não encolha", acrescentou Curado.
Perguntado sobre o desenvolvimento da segunda geração dos E-Jets, Curado disse que a Embraer ainda espera ter uma decisão sobre o motor a ser usado nos futuros aviões no final deste ano ou começo de 2013.
"Desde o começo nós falamos da visão de (o E-Jet remotorizado) entrar em serviço em 2018... O caminho crítico e as etapas fundamentais para que a gente atinja esse prazo estão ocorrendo." (Reportagem adicional de Alexandre Caverni)
São Paulo - A Embraer , terceira maior fabricante mundial de aviões comerciais, espera que os Estados Unidos voltem a ter um peso maior na receita da empresa, compensando a fraqueza vista no mercado europeu diante da crise no continente e garantindo estabilidade em sua carteira de pedidos.
"Existem campanhas (de vendas) que devem começar brevemente, e todos esses anos o mercado norte-americano esteve praticamente parado para aviões desse tamanho (de 70 a 120 assentos). Nossa expectativa é de que esse ano comece a ter um aquecimento, compensando um pouco essa baixa na Europa", disse o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, em entrevista durante o Reuters Latin American Investment Summit, nesta terça-feira.
"Os E-jets têm uma base europeia muito forte. As atividades lá são mais de opções de compra e são quantidades pequenas, mas em termos de volume nós passamos mais a contar com os EUA." A América do Norte, que já chegou a representar cerca de 70 por cento das vendas totais da Embraer anos atrás, respondeu por 20 por cento do faturamento da companhia em 2011.
A participação da região foi reduzida diante do esforço da companhia para diversificar sua base de clientes, com Ásia, Oriente Médio e América Latina, além da própria Europa, ampliando relevância na receita da fabricante.
A Embraer está atenta à negociação de sindicatos de companhias aéreas norte-americanas, entre elas Delta e American Airlines, sobre o tamanho das aeronaves que seus pilotos podem pilotar, comentou Curado.
Eventuais acordos autorizando o uso de jatos regionais maiores por essas empresas abririam a perspectiva de novas encomendas para a Embraer nos EUA.
A fabricante encerrou o primeiro trimestre com sua carteira de pedidos (backlog) em 14,7 bilhões de dólares, abaixo dos 15,4 bilhões de dólares em dezembro.
Curado disse que a queda da carteira nos primeiros meses de 2012 deveu-se, principalmente, ao cancelamento de um pedido relevante de aviões executivos por um cliente no Oriente Médio.
Segundo ele, a Embraer espera este ano ao menos manter o nível do backlok.
Crédito - Apesar de observar um "resfriamento" em novas encomendas de aviões, Curado garantiu que "não estamos vendo aquela coisa aguda de 2008", quando houve muitos cancelamentos de pedidos na aviação executiva e pedidos de adiamento de entregas de aeronaves comerciais.
"Não é um choque como foi em 2008. Todo mundo estava em pleno crescimento, com o pé no acelerador (...) e de repente a demanda sumiu. Isso não está acontecendo hoje. Agora está uma coisa mais suave", disse.
Curado afirmou que há dinheiro disponível para financiar a venda aeronaves, sobretudo de agências de crédito à exportação. Ainda assim, a oferta de financiamento não se recuperou ao nível de 2006 e 2007, antes da crise financeira que teve como marco o colapso do Lehman Brothers na segunda metade de 2008.
China - A Embraer espera receber entre junho e julho a autorização para produzir o jato executivo Legacy 650 na China, em parceria com a empresa local Avic, revelou Curado.
Os investimentos necessários para adaptação da fábrica chinesa, que antes produzia na unidade o avião comercial ERJ 145, de 50 passageiros, serão "marginais", e não será necessário novo aporte de capital dos sócios da companhia.
Azul e Trip - O presidente-executivo da Embraer acredita que a fusão das clientes Azul e Trip, anunciada na segunda-feira, é "bastante positiva".
"Acho que não vai ter nenhum problema com aprovação do Cade (Comitê Adminsitrativo de Defesa Econômica). São duas empresas de porte menor... Mesmo com a fusão, elas ficam bem menores que TAM e Gol", disse Curado, referindo-se às líderes no mercado aéreo no país.
"O fato de ambas usarem nossos aviões certamente é uma sinergia positiva... Essas sinergias certamente devem ter pesado na decisão deles." Azul e Trip utilizam E-Jets da Embraer e turboélices da ATR. "A gente vai ter algo como 60 e poucos aviões em operação já nessa empresa combinada. Já é uma frota razoável de E-Jets, e nossa expectativa é de que isso cresça, não encolha", acrescentou Curado.
Perguntado sobre o desenvolvimento da segunda geração dos E-Jets, Curado disse que a Embraer ainda espera ter uma decisão sobre o motor a ser usado nos futuros aviões no final deste ano ou começo de 2013.
"Desde o começo nós falamos da visão de (o E-Jet remotorizado) entrar em serviço em 2018... O caminho crítico e as etapas fundamentais para que a gente atinja esse prazo estão ocorrendo." (Reportagem adicional de Alexandre Caverni)