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Emae busca sócios para disputar leilão com termelétrica de US$1,7 bi

Já haveria conversas com possíveis interessados, incluindo fundos de investimento, após o empreendimento ter obtido licença ambiental prévia

Leilão: Emae busca parcerias para tentar viabilizar um projeto termelétrico bilionário (Leonardo Benassatto/Reuters)

Leilão: Emae busca parcerias para tentar viabilizar um projeto termelétrico bilionário (Leonardo Benassatto/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de julho de 2019 às 17h26.

São Paulo - A estatal paulista Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) vai buscar parcerias para tentar viabilizar um projeto termelétrico bilionário no próximo leilão de energia do governo federal, o chamado A-6, agendado para 17 de outubro.

Já há conversas com possíveis interessados, incluindo fundos de investimento, após o empreendimento, o chamado Bloco I da térmica Piratininga, ter obtido licença ambiental prévia junto aos órgãos estaduais de licenciamento, disse à Reuters o presidente da Emae, Ronaldo Souza Camargo.

O projeto a gás natural, com 1,7 gigawatt em capacidade, deve demandar cerca de 1,7 bilhão de dólares em investimentos. Ele envolveria a substituição de unidades da antiga térmica Piratininga, na capital paulista, que funcionava a diesel e está parada.

"Por essas negociações serem sigilosas, o que posso adiantar é que temos grupos de fundos. Temos quatro grupos, de três países, interessados... um grupo brasileiro", afirmou Camargo, acrescentando que a Fundação Getulio Vargas (FGV) está assessorando a estatal paulista nas negociações.

O executivo disse que há "forte vontade política" para viabilização da termelétrica, que o governo paulista estima que poderia gerar milhares de empregos durante a fase de construção.

Apesar de ter um amplo programa de privatizações como uma das bandeiras de sua gestão, o governador de São Paulo, João Doria, já decidiu que não privatizará a Emae, que deverá buscar parcerias, segundo Camargo.

"O governador me recomendou, antes de eu assumir aqui, que nós atraíssemos sócios e negócios. Fortalecer e ampliar os negócios com sócios, o que é diferente de privatização", afirmou.

O executivo explicou que a Emae já possui um sócio acertado para a térmica, a Gasene, e que as empresas ainda negociarão o desenho final do grupo que iria implementar o projeto.

"Tudo vai depender da equação econômico-financeira que a FGV está estruturando... estão em negociação os percentuais de participação", disse.

A Emae já tem pré-acertos com a Comgás para o fornecimento do gás natural que iria abastecer a térmica, embora a empresa e seus sócios possam também avaliar outros fornecedores. Também há pré-acordo com a Siemens para os equipamentos, embora também com possibilidade de mudança após a licitação.

Os vencedores do leilão em outubro assinarão contratos com distribuidoras de energia para a venda da produção por 25 anos, no caso das térmicas a gás, com entrega dos projetos em 2025.

"Esse é um projeto que, no Brasil, não existe outro igual, em termos de localização e produção de energia. Nós estamos exatamente ao lado dos consumidores, da carga... é realmente um investimento muito grande, entretanto de retorno rápido", acrescentou Camargo.

Segundo ele, a Emae é dona do terreno onde o projeto seria construído, assim como responsável pelo licenciamento ambiental.

Além da usina Piratininga I, o Conselho Estadual do Meio Ambiente de São Paulo aprovou na semana passada licença prévia também para a chamada Fase II do projeto, que seria uma parceria com a AES Tietê, mas não disputará leilões de energia neste ano, segundo Camargo.

O órgão ambiental ainda garantiu licença também para a termelétrica de Lins, da privada Omega Engenharia.

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