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Em plena pandemia, Mercedes fecha contrato grande com transportadora

A negociação da venda de 100 caminhões extrapesados foi feita 100% online

Caminhões extrapesados da Mercedes: montadora fechou contrato de venda de 100 unidades para transportadora (Mercedes-Benz/Divulgação)

Caminhões extrapesados da Mercedes: montadora fechou contrato de venda de 100 unidades para transportadora (Mercedes-Benz/Divulgação)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 14 de julho de 2020 às 11h51.

Última atualização em 15 de julho de 2020 às 10h44.

Embora a pandemia tenha derrubado as vendas de veículos, principalmente pesados, a Mercedes-Benz acaba de fechar um grande contrato com a transportadora Contatto, do segmento de químicos e combustíveis. A montadora negociou a comercialização de 100 unidades do modelo extrapesado Actros, que começará a ser entregue a partir deste mês.

O processo de venda foi 100% online devido à pandemia e, com isso, o tempo de negociação foi reduzido de cerca de três semanas para apenas dois encontros. "Foi uma experiência diferente. O lado positivo é que conseguimos reunir todos os agentes interessados nas reuniões, o que não seria possível se fosse presencial", afirma Roberto Leoncini, vice-presidente da Mercedes, em entrevista exclusiva à EXAME.

A Contatto é uma empresa especializada no transporte de produtos químicos e GLP, conhecido como gás de cozinha. Cerca de 40% da demanda da companhia é do insumo.

"A demanda por gás de cozinha aumentou muito na quarentena. Por isso, tivemos que fazer um trabalho forte para cuidar dos nossos motoristas, porque não poderíamos deixar de atender o mercado", diz Marcelo Contatto, diretor da transportadora.

A empresa avaliou bem a compra antes de realizá-la, diante do momento de fortes incertezas da economia. "Um dos fatores que levamos em consideração para renovar a frota é a segurança, por isso tentamos manter a idade média da frota em torno de 2,3 anos", diz o executivo.

Mas essa não é a realidade do Brasil. Estudos apontam que a idade média da frota brasileira gira em torno de 15 a 18 anos, dependendo do segmento. Com a crise gerada pela pandemia, esse problema deve se agravar.

"Alguns segmentos vêm apresentando bom desempenho, como o agronegócio, mas outros estão sofrendo muito", diz Leoncini.

Neste cenário, a indústria projeta vendas de 65.000 veículos pesados neste ano, ante previsão de 110.000 unidades no início do ano. A Mercedes trabalha, hoje, com dois turnos de produção em São Bernardo do Campo, em São Paulo, e em um turno em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Leoncini destaca que, com a queda significativa da taxa básica de juros Selic, o financiamento do BNDES para o segmento, o Finame, voltou a ficar atrativo. "No começo da pandemia, o custo do capital foi para o espaço. Com isso, voltamos a ouvir falar de Finame e hoje o produto já representa metade das vendas do Banco Mercedes."

Ele afirma ainda que as consultas de crédito já estão próximas do nível pré-pandemia, o que sinaliza uma retomada do mercado. "Isso não significa necessariamente que todas as solicitações vão se traduzir em vendas, mas já apontam para uma melhora do mercado."

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