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Em Detroit, feira automotiva celebra uma era de mudança

ÀS SETE - Novidades da maior feira automotiva dos EUA vêm em uma época que marca profundas mudanças no setor, que deve sofrer uma virada nos próximos anos

Feira reúne varejistas e montadoras em uma apresentação de novas pick-ups, carros de alta tecnologia e utilitários esportivos
DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 06h10.

Última atualização em 15 de janeiro de 2018 às 07h18.

A North America International Auto Show, a mais importante feira automotiva dos Estados Unidos, começa num momento de guinada: sobra incerteza em relação ao futuro de carros elétricos, e também sobre o presente de dificuldades mais terrenas.

A feira reúne varejistas e montadoras em uma apresentação de novas pick-ups, carros de alta tecnologia e utilitários esportivos que devem aparecer em showrooms nos próximos meses.

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As novidades vêm em uma época que marca profundas mudanças no setor, que deve sofrer uma virada nos próximos anos.

No ano passado foram vendidos nos Estados Unidos 17,2 milhões de veículos, a primeira queda em 7 anos de alta consecutivas.

O setor de veículos está saturado, segundo um número crescente de analistas, com 1,26 carro nas ruas para cada motoristas licenciado.

Com a alta na taxa de juros prevista para 2018, é esperado que se torne mais difícil comprar ou arrendar um carro — estima-se que só em 2018 4 milhões de veículos deixem de ser arrendados e sejam vendidos como usados de baixa quilometragem, um mercado em alta no país.

Além dos problemas no varejo direto, há também questões que afetam diretamente a indústria. A depender de como andem as negociações do bloco econômico do Nafta, o governo de Donald Trump pode acabar impondo tarifas em veículos fabricados no Canadá e no México.

Um aumento nos impostos teria impacto direto no preço dos veículos, que já recebem pesados incentivos das montadoras. Estima-se que, na média, 11% do preço de um automóvel nos Estados Unidos seja em incentivos. Em 2014, essa margem era de 8%.

As inovações do setor, que devem ser os principais queridinhos do Detroit Auto Show, como carros elétricos e automatizados ainda são incipientes.

Enquanto as fabricantes apresentam modelos mais modernos, é incerto quando eles serão comercializados em grande escala e quantos as companhias terão a capacidade de vender.

No início do ano, a montadora Tesla, famosa fabricante de carros elétricos, informou que sua produção do Modelo 3, o mais “popular” e de menor custo da empresa, estava muito atrás do previsto.

O presidente da Tesla, Elon Musk, disse que conseguiria fabricar 20.000 carros elétricos por mês em dezembro passado: no último trimestre do ano foram montados somente 2.425. As montadoras tradicionais de Detroit são muito mais competentes na montagem de veículos, sejam eles elétricos ou tradicionais.

Mas, para isso, precisam que as pessoas queiram comprá-los. Esta é a grande questão de fundo do salão de Detroit deste ano.

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