Eletrobras: empresa afirmou que está cooperando com as investigações (Nadia Sussman/Bloomberg/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 5 de abril de 2019 às 09h12.
São Paulo — A Eletrobras informou que o diretor-presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, passou por procedimentos investigativos entre 2015 e 2018 e que não foi detectada "qualquer suspeição" sobre sua conduta, nem "qualquer envolvimento" dele com o esquema de corrupção revelado na subsidiária nuclear da elétrica estatal.
Em comunicado na noite de quinta-feira, 4, a Eletrobras destacou que realizou investigação abrangente na Eletronuclear e cooperou com o Ministério Publico Federal, o que resultou na condenação de ex-executivos da Eletronuclear.
As declarações ocorrem após o ex-presidente Michel Temer ter virado réu no âmbito da operação Lava Jato do Rio de Janeiro, acusado de desvios de recursos e de influência na Eletronuclear.
De acordo com o MPF, Temer teria recebido propinas da empresa Engevix em troca de contratos com a Eletronuclear para realizar obras em Angra 3. O ex-presidente chegou a ser preso no mês passado devido à denúncia, mas foi solto posteriormente por decisão liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
"Os atos ilícitos referentes à Eletronuclear, relacionados à Usina Nuclear de Angra 3, identificados na investigação independente, foram objeto de medidas administrativas cabíveis, tais como encerramento de contratos e exoneração de executivos envolvidos, bem como o registro de perdas da ordem de 141.313 mil reais", afirmou a Eletrobras.
A empresa disse que continua acompanhando as ações em curso da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, para avaliar se deve adotar alguma medida adicional.