Negócios

Eletrobras reduz investimento em 45% em Plano de Negócios 2018-22

Plano prevê investimentos da ordem de 19,75 bilhões de reais em geração, transmissão, distribuição e infraestrutura

Eletrobras: elétrica ainda lista em seu plano iniciativas para reduzir custos com pessoal em cerca de 959 milhões de reais (Nadia Sussman/Bloomberg)

Eletrobras: elétrica ainda lista em seu plano iniciativas para reduzir custos com pessoal em cerca de 959 milhões de reais (Nadia Sussman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 07h25.

Última atualização em 18 de dezembro de 2017 às 13h37.

São Paulo - A Eletrobras aprovou um novo Plano Diretor de Negócios e Gestão para entre 2018 e 2022 que prevê investimentos totais de 19,75 bilhões de reais no período, uma queda de quase 45 por cento ante os 35,8 bilhões de reais do planejamento para 2017-2021.

O plano aprovado pelo Conselho de Administração da elétrica aponta maiores aportes em geração, em um total de quase 10 bilhões de reais no período de cinco anos, enquanto os investimentos em transmissão são previstos em cerca de 8 bilhões de reais, segundo comunicado divulgado no início da madrugada desta segunda-feira.

O programa de investimentos faz pouca alusão ao esperado programa de privatização da empresa, previsto para ocorrer em 2018.

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., disse em ocasiões recentes que o novo plano de negócios deveria apontar alguns caminhos para a companhia após a privatização anunciada pelo governo em agosto.

O documento divulgado nesta segunda-feira, no entanto, afirma que "a efetivação da operação... depende de autorizações governamentais, legislativas e regulatórias, assim como avaliação e confirmação do modelo a ser adotado" e não apresenta maiores detalhes sobre o tema.

A companhia disse apenas que espera que o modelo adotado na desestatização aumente a receita da empresa, em decorrência de mudança no chamado regime de "cotas" para comercialização da energia de suas usinas que prorrogaram concessão, bem como gere "possibilidade de novos investimentos devido ao aumento da receita e capital do novo sócio".

A Eletrobras disse que espera também, com a privatização, "aumento no volume de investimento para recuperação do rio São Francisco".

Procurada, a Eletrobras não comentou de imediato a ausência de detalhes sobre a privatização em seus planos.

O planejamento de negócios da Eletrobras ainda manteve a projeção de que a companhia deverá vender todas suas seis subsidiárias de distribuição de eletricidade "até 31 de julho de 2018", bem como a previsão de venda de fatias minoritárias em ativos de geração e transmissão que totalizam cerca de 4,6 bilhões de reais em valor contábil.

A estatal ainda lista em seu plano iniciativas para reduzir custos com pessoal em cerca de 959 milhões de reais, por meio de plano de incentivo ao desligamento e redução de despesas gerenciáveis, como horas extras.

Aportes

O plano de negócios da Eletrobras prevê investimentos totais de 6,2 bilhões de reais em 2018, contra estimativas de 5 bilhões de reais para este ano.

A partir de então, os aportes programados ficam em escala bem inferior, na casa dos 3 bilhões de reais --com projeção de 3,78 bilhões para 2019 e 3,5 bilhões para 2022.

Os números confirmam uma retração da participação da estatal no mercado frente às rivais.

Com o corte de investimento anunciado em novembro para 5 bilhões de reais neste ano, a Eletrobras perdeu o posto de maior investidora no setor elétrico do Brasil para a francesa Engie, que estima aportes de 5,8 bilhões de reais neste ano, sem contar aquisições.

De acordo com o plano de negócios, a Eletrobras pretende "atuar nos mercados de energia de forma integrada, rentável e sustentável", e estar "entre as três maiores empresas globais de energia limpa e entre as 10 maiores do mundo em energia elétrica".

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