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Ele concluiu que as americanas invejam a beleza das brasileiras e criou um negócio de R$ 200 milhões

Renato Antunes é o fundador da Braé, marca de tratamentos capilares que cresceu promovendo a 'Brazilian experience' dentro e fora do país e que, agora, está lançando fragrâncias corporais

Renato Antunes, da Braé: foco no marketing de influência com 'publis' da marca nos perfis de celebridades (Divulgação/Divulgação)

Renato Antunes, da Braé: foco no marketing de influência com 'publis' da marca nos perfis de celebridades (Divulgação/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 8 de dezembro de 2023 às 13h09.

Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 16h47.

Num país com dificuldade de usar a sua própria imagem para alavancar negócios no exterior, como é o caso do Brasil, o mercado de cuidados pessoais foge à regra e vem demonstrando como conseguir lucrar com o Brazilian lifestyle.

Vide exemplos como a depilação íntima feminina apelidada de Brazilian wax nos Estados Unidos ou, ainda, os chinelos Havaianas onipresentes ao redor do planeta.

O empreendedor Renato Antunes sonha em criar mais uma marca brasileira capaz de ser um nome familiar em mercados como Estados Unidos e Europa.

Quem é o empreendedor

Nascido em Sorocaba, no interior paulista, Antunes está à frente da Braé Hair, uma empresa de tratamentos capilares aberta em 2015. Neste ano, o negócio deve faturar 200 milhões de reais, 15% disso fora do Brasil – sobretudo nos Estados Unidos.

A pegada da Braé é oferecer às estrangeiras um pouco da experiência das brasileiras de cuidados capilares. Daí o nome da empresa, uma abreviação de Brazilian experience.

O Brasil é um laboratório mundial para quem cuida de cabelos. A miscigenação e as condições climáticas favorecem uma diversidade única dos fios. Só aqui é possível encontrar cachos com formatos diferentes.

Como se não bastasse, o país é um celeiro de tinturas capilares e de salões de beleza. Há mais de 40.000 deles só na cidade de São Paulo.

A profusão de tratamentos capilares com nomes cativantes como escova marroquina, escova japonesa e tantas outras fizeram sucesso por aqui nas últimas décadas não por acaso.

"O sonho da mulher americana é ter o mesmo cabelo bonito e bem cuidado das brasileiras", diz Antunes.

Formado em engenharia, Antunes construiu carreira como gerente de comércio exterior de empresas do setor de higiene e beleza em Miami.

Qual é a fórmula da Braé

A decisão de empreender veio após a constatação das queixas sobre tratamentos para descoloração de cabelos da época.

"Me juntei a especialistas e coloração para montar uma fórmula que eu pudesse garantir uma cor bacana sem detonar o cabelo da cliente", diz ele.

Patenteada, a receita da fórmula é um segredo guardado por ali com um zelo semelhante ao dos ingredientes da Coca-Cola.

Aberta em Miami, onde Antunes passava boa parte do tempo na ocasião, a Braé começou vendendo produtos para profissionais de beleza nos Estados Unidos. O resultado foi ok, mas Antunes tinha a sensação de estar deixando dinheiro na mesa.

"No Brasil, fonte de inspiração para a Braé desde o início, ninguém tinha um produto de hidratação para tratamentos de descoloração tão bom quanto o que havíamos desenvolvido", diz ele. "Estava ali um mercado mais fácil para ganhar escala e relevância rápido."

Como o Brasil foi importante para a marca

A partir de 2017, o Brasil virou o centro das atrações da Braé. Numa sociedade tão afeita às redes sociais como a brasileira, a estratégia para ganhar mercado aqui foi a de contratar influenciadores de moda e beleza para campanhas em seus perfis – também chamados de publi.

As primeiras caras da Braé foram socialites badaladas em São Paulo como Mari Saad e Carol Celico.

Mais tarde, à medida que a marca ia ganhando uma presença nacional, nomes como Deborah Secco, Cláudia Raia, Ticiane Pinheiro, Lore Improta, Claudia Leitte, Simaria e Camila Coelho viraram também embaixadoras da Braé.

O boca a boca digital ajudou a abrir as portas de salões de beleza aos produtos da Braé. Hoje a empresa está em mais de 25.000 salões em 12 países. A maioria deles, contudo, acaba sendo no Brasil.

Com o modelo de negócio testado e aprovado por cabeleireiros, o passo seguinte foi a venda direta ao consumidor.

Inicialmente a marca apostou em lojas multimarcas de produtos de beleza como Ikesaki e Beleza na Web. Hoje, os produtos estão em mais de 5.000 pontos de venda.

Mais recentemente, a Braé investiu na abertura de quiosques dedicados em lojas de produtos de beleza para profissionais. Hoje são sete pontos de venda no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Além disso, em Nova York, a empresa abriu o The Boutique By Braé, um salão de beleza a poucas quadras de Soho, região no sul de Manhattan alçada à fama pela presença de boutiques de luxo e galerias de arte.

Por ali, 100% dos cabeleireiros são profissionais brasileiros dispostos a dar às americanas um pouco da experiência vivida pelas brasileiras em salões de beleza.

"A gente tem o costume de escutar mais as clientes e de fazer um atendimento mais personalizado do que o usual nos salões de beleza dos Estados Unidos", diz ele.

Os planos daqui para frente

Em cinco anos, a meta de Antunes é faturar 1 bilhão de reais com a Braé. Para isso, a estratégia agora é ir além das mechas hidratadas.

Neste 8 de dezembro, a Braé está lançando a sua primeira fragrância corporal: Braé For Her, um perfume com notas florais e cítricas criadas pelo perfumista brasileiro Eurico Mazzini a partir de essências de bergamota, flor de peônia, rosa e jasmim.

Como de costume, o marketing será o de influência via redes sociais. A embaixadora da nova linha é a atriz Paolla Oliveira.

"Este lançamento marca não apenas a entrada da Braé no universo da categoria pele de perfumaria como também um passo importante para outras categorias de produtos para o cuidado da mulher", diz.

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