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Imprensa mundial celebra o Dia do Jornalismo com campanha global “Escolha a Verdade”

A edição deste ano destaca o compromisso dos jornalistas em relatar fatos com precisão em meio à desinformação

World News Day: No Brasil, há mais de 60 inscritos, um número recorde, abrangendo cerca de 100 países (Leandro Fonseca/Exame)

World News Day: No Brasil, há mais de 60 inscritos, um número recorde, abrangendo cerca de 100 países (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 28 de setembro de 2024 às 09h36.

A indústria global de notícias celebra neste sábado, 28, o Dia Mundial do Jornalismo (World News Day), em uma campanha que reúne mais de 800 organizações de comunicação, associações ligadas à atividade jornalística, às liberdades de imprensa e expressão, e outras entidades. No Brasil, há mais de 60 inscritos, um número recorde, abrangendo cerca de 100 países.

O Dia Mundial do Jornalismo é organizado pelo Fórum Mundial de Editores (WEF, na sigla em inglês), entidade ligada à World Association of News Publishers (WAN-IFRA), e pela Canadian Journalism Foundation (CJF). O tema desta edição, “Escolha a Verdade”, foi desenvolvido pelo Project Kontinuum, uma incubadora liderada por Branko Brkic, fundador do Daily Maverick, da África do Sul.

A edição deste ano enfatiza o compromisso inabalável dos jornalistas de relatar os fatos, reconhecendo o desafio de navegar em um ambiente repleto de desinformação. “Com ‘Escolha a Verdade’, destacamos nosso compromisso compartilhado de defender os princípios do jornalismo baseado em fatos. Em um mundo sobrecarregado pela desinformação, a responsabilidade dos jornalistas de fornecer notícias precisas, confiáveis e independentes nunca foi tão crítica", afirma Ladina Heimgartner, presidente da WAN-IFRA e CEO da Ringier Media Switzerland.

O jornalismo em tempos de desinformação

Martha Ramos, presidente do WEF, ressaltou a importância do jornalismo de qualidade em um mundo sobrecarregado de informações: “Os cidadãos precisam de fatos, certeza e perspectiva. O jornalismo de qualidade oferece isso e muito mais. Agora, nos reunimos como cidadãos para lembrar por que esse jornalismo importa e por que vale a pena apoiar uma mídia ética, confiável e que busca a verdade.”

Kathy English, presidente da CJF, reforçou que “o jornalismo importa. Os fatos importam. A verdade importa.” Ela destacou que os jornalistas devem buscar sempre a melhor versão disponível da verdade, atualizando os fatos à medida que novas informações surgem e corrigindo erros quando necessário.

Desafios para a liberdade de imprensa

A pressão sobre as liberdades de imprensa e de expressão em 2024 é destacada por Maria Ressa, ganhadora do Prêmio Nobel e CEO do Rappler.com, e por Branko Brkic, criador do tema “Escolha a Verdade”. “Regimes autocráticos ao redor do mundo lançaram um desafio às liberdades através de fronteiras, raças e religiões”, afirmam em artigo conjunto. Para David Walmsley, editor-chefe do The Globe and Mail e criador do Dia Mundial do Jornalismo, é um dia de pausa e reflexão sobre a importância dos jornalistas independentes e corajosos que fazem a diferença em suas comunidades.

Marcelo Rech, presidente-executivo da ANJ, alertou para a poluição social gerada pelas grandes plataformas digitais, afirmando que “essas plataformas devem pagar uma taxa de sustentação do jornalismo profissional, que limpa boa parte dessa poluição”. Segundo ele, veículos que abrem mão da ética ou da veracidade na divulgação de conteúdos não sobrevivem.

Fatemah Farag, fundadora da Welad ElBalad Media, no Egito, destacou os perigos à democracia com a perda da mídia independente, especialmente local. “Estamos confiantes de que a sobrevivência de um setor de mídia diverso e proficiente é essencial nessa busca por humanidade e liberdade”, afirmou.

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