Com o título "Reverso da fortuna", a reportagem diz que Eike "já foi o mais rico do Brasil, mas vê seu império de empresas startups de petróleo, mineração e logística implodindo" (Jonathan Alcorn/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2013 às 09h13.
Londres - O jornal britânico Financial Times dedica uma página inteira da edição desta quarta-feira para analisar a ascensão e a queda do empresário brasileiro Eike Batista.
Com o título "Reverso da fortuna", a reportagem diz que Eike "já foi o mais rico do Brasil, mas vê seu império de empresas startups de petróleo, mineração e logística implodindo". De acordo com o jornal da Grã-Bretanha, ele "encara melhor que ninguém a euforia com o Brasil e outras nações emergentes durante a primeira década do século XXI".
Com chamada na primeira página do jornal, a reportagem diz que "a empresa de petróleo carro-chefe (a OGX) está à beira da falência depois de declarar o fracasso em poços de produção que podem ser desativados".
"Isso fez com que o magnata - que encarna melhor que ninguém a euforia com o Brasil e outras nações chamadas Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na sigla em inglês) durante a primeira década do século XXI - esteja à beira da ruína. Sua fortuna, estimada no ano passado em mais de US$ 30 bilhões, foi reduzida a US$ 200 milhões", diz o Financial Times.
A reportagem assinada pelos os jornalista Joe Leahy, chefe da sucursal do FT em São Paulo, e Samantha Pearson, repórter do jornal britânico no Brasil, classifica a recente evolução dos negócios como uma "morte" para o empresário. "Sua morte também é um sinal mais amplo dos tempos mais difíceis à frente para empresários brasileiros agora que a onda das commodities está diminuindo", diz o texto.
"A era da liquidez fácil acabou e as empresas brasileiras terão de lutar contra os concorrentes de outros mercados emergentes pelo capital cada vez mais escasso", diz a reportagem.
O FT diz que a queda do empresário "que já foi garimpeiro e campeão de esportes náuticos e se casou com uma capa da Playboy é, certamente, um teste para o exército de parceiros e investidores estrangeiros". "Eles vão desde a General Electric até o fundo de pensão das professoras de Ontário. Seus credores incluem a gestora de fundos Pimco e uma gama de bancos brasileiros", diz o texto.