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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - Os irmãos Enrique e Ignacio Cueto, proprietários da companhia aérea chilena LAN, consideraram a aliança anunciada ontem com a brasileira TAM "a operação mais transcendental" na história da companhia, fundada em 1929.
"Se queríamos estar entre as grandes companhias tínhamos de assumir a liderança na América Latina", assinalou em entrevista publicada hoje pela imprensa local Enrique Cueto, vice-presidente executivo da LAN, que com seu irmão Ignacio destacou os benefícios do acordo.
A chilena LAN e a brasileira TAM anunciaram na sexta-feira a união de suas operações por meio de uma nova companhia chamada Latam Airlines que será a maior da região, com voos para 115 destinos, uma frota de 220 aeronaves e cerca de 40 mil funcionários.
Enrique Cueto destacou a importância de a operação ser realizada em um momento em que as alianças definem o caminho da aviação mundial, como ocorre na Europa, onde "ficarão três ou quatro grandes grupos, dos dois que se consolidaram e têm 24% do tráfego mundial".
Na opinião dele, a criação da Latam "dá escala para ser uma das dez maiores companhias do mundo".
"Cerca de 6% da aviação mundial está na América Latina e nós (Lan) temos acesso a 3% porque os outros 3% estão no Brasil", disse e ressaltou que o que vai fazer Latam, "não poderia ser feito de forma independente nem pela LAN e tampouco pela TAM".
Uma vez concretizada a operação, com prazo estimado de seis meses, os executivos esperam a geração de sinergias de US$ 400 milhões anuais.
Esse rendimento, explicaram, provirá do alinhamento das redes de passageiros, crescimento na cobertura das operações de carga, internacionalmente e no Brasil e da redução de custos.
"Hoje temos 230 aviões e pedidos entre ambas as companhias de 200 novos aviões. Estamos falando dos próximos cinco anos. Vamos duplicar em cinco anos. Estamos vendo um maior crescimento e mais oportunidades para as pessoas", acrescentou.
Os executivos preveem melhores oportunidades para os mais de 40 mil funcionários da futura companhia, enquanto os passageiros vão dispor de um aumento nas operações, destinos e conexões, assim como de viagens mais rápidas na região.
Os membros dos programas de passageiro frequente poderiam acumular e cobrar prêmios em mais voos e, ao mesmo tempo, ganhariam milhas em mais companhias associadas obtendo maiores benefícios que antes, segundo precisou um comunicado oficial.
No ano passado, as companhias aéreas registraram receitas combinadas de US$ 8,5 bilhões e em conjunto transferiram mais de 45 milhões de passageiros e 832 mil toneladas de carga.