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Donos da Avianca fazem oferta pela TAP

O grupo Synergy, que controla a Avianca, é único que participa da fase final do processo de privatização da companhia aérea portuguesa


	Avião da Avianca: o grupo Synergy não revelou o valor oferecido pela aérea portuguesa
 (Divulgação/EXAME)

Avião da Avianca: o grupo Synergy não revelou o valor oferecido pela aérea portuguesa (Divulgação/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2012 às 09h53.

São Paulo/Rio de Janeiro - O grupo Synergy, controlador da companhia aérea Avianca, fez, na sexta-feira (07) uma proposta para a aquisição de 100% da portuguesa TAP. O Synergy é único grupo que participa da fase final do processo de privatização da companhia aérea portuguesa. O fechamento do negócio depende da aprovação de autoridades locais.

O empresário José Efromovich, presidente da Avianca Brasil e controlador do grupo Synergy ao lado do irmão German, confirmou que a empresa segue no processo de aquisição da TAP, mas não revelou o valor oferecido pela aérea portuguesa.

Os irmãos Efromovich vão utilizar sua cidadania polonesa para comprar a totalidade da TAP. O artifício visa atender a legislação europeia, que proíbe que grupos de fora da região sejam controladores de companhias aéreas sediadas na Europa. "Meu pai e meus avós são nascidos na Polônia. Já tínhamos a naturalização. Essa questão do capital estrangeiro está superada", disse José Efromovich.

O empresário diz que a aquisição da TAP "tem todas as sinergias do mundo" com as outras duas companhias aéreas do grupo - a Avianca Brasil e a colombiana. A TAP é a companhia aérea estrangeira que voa para a maior quantidade de destinos no Brasil - são dez cidades no total. A empresa é líder na rota entre Brasil e Europa e leva cerca de 30% dos passageiros que viajam entre os dois continentes.


"Quando o negócio fechar, a primeira coisa que vamos fazer é integrar as malhas da TAP e da Avianca para levar mais passageiros da Europa para toda América Latina", disse Efromovich. O primeiro passo nesse sentido será um pedido de code share (compartilhamento de voos), que permitirá que uma empresa venda passagens da outra.

Apesar da atual crise na Europa, Efromovich entende que a aquisição de uma empresa portuguesa ainda é um negócio atrativo. "Existe uma demanda de turismo e de negócios entre Europa e América Latina que sempre fará as pessoas viajarem de lá para cá."

Cronograma. O governo português terá de decidir agora se aceita ou não a oferta dos irmãos Efromovich. A expectativa dos portugueses é que a decisão seja tomada até o fim do ano.

A análise do documento entregue pelo grupo será feita pelo Conselho de Ministros, que se reunirá nos dias 20 e 27 de dezembro. Procurados, o Ministério das Finanças e a Parpública, empresa pública que gerencia as participações do governo português em empresas, não deram detalhes sobre a proposta apresentada pelo grupo Synergy.


Disputa

Ao longo do processo de privatização, a TAP atraiu o interesse de gigantes do setor. A IAG, controladora da British Airways e da Iberia, chegou a manifestar disposição em disputar a aérea, que acumula dívidas de 1,2 bilhão de euros. No mercado, circularam rumores de que a asiática Qatar Airways e a alemã Lufthansa também estariam de olho no negócio.

O governo português nunca escondeu que gostaria que um grupo brasileiro entrasse na disputa pela sua companhia aérea estatal. Autoridades do país estiveram no Brasil no fim do ano passado e neste ano para tratar do tema com representantes do governo brasileiro e com companhias aéreas nacionais.

Além dos controladores da Avianca, executivos da TAM, Gol e Azul foram procurados pelos portugueses. A crise no setor aéreo e a alta do dólar neste ano, que vem afetando a rentabilidade das companhias brasileiras, levaram as empresas a adotar uma postura mais conservadora e ficar de fora da disputa. A única brasileira que se interessou pelo negócio foi a Avianca, por meio do seu grupo controlador.

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