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Direitos de transmissão, a galinha dos ovos de ouro do COI

Os direitos de transmissão dos Jogos quadruplicaram entre 1992 e 2012 e continuam sendo a principal fonte de receitas do Comitê Olímpico Internacional


	Jogos Olímpicos: os direitos de transmissão dos Jogos alcançaram 2,56 bilhões de dólares na edição de Londres
 (Reprodução)

Jogos Olímpicos: os direitos de transmissão dos Jogos alcançaram 2,56 bilhões de dólares na edição de Londres (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 14h47.

Os Jogos Olímpicos de Londres-2012 chegaram a convocar 3,6 bilhões de telespectadores, o que transforma esta competição esportiva na mais assistida do planeta, juntamente com a Copa do Mundo de futebol.

Não surpreende que os direitos de transmissão dos Jogos, que se quadruplicaram entre 1992 e 2012 para alcançar 2,56 bilhões de dólares em Londres, continuem sendo - e de longe - a principal fonte de receitas do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Cerca de 90% dessas receitas são entregues a federações internacionais, comitês olímpicos nacionais e comitês organizadores dos Jogos. O COI, por exemplo, aporta 1,5 bilhão de dólares ao comitê organizador do Rio-2016.

Televisionados pela primeira vez por circuito fechado em Berlim-1936 e ao vivo em Roma-1960, os Jogos Olímpicos de verão são hoje em dia o maior espetáculo televisivo do mundo.

As receitas pelos direitos de transmissão, que ultrapassam 636 milhões de dólares em Barcelona-92, se duplicaram em Sidney-2000 (1,33 bilhão de dólares) e não pararam de aumentar, até chegar aos 2,56 bilhões em Londres-2012. O valor definitivo do Rio não foi informado pelo COI.

O montante dos direitos televisivos dos Jogos de Inverno é muito inferior: 1,26 bilhão de dólares para Sochi-2014.

Segurança financeira a longo prazo

Globalmente, os direitos de retransmissão representam 73% das receitas do COI no período 2009/12, de um total de 5,2 bilhões de dólares. "Para o período 2013/16, os direitos de retransmissão cresceram 7,4%, a 4,1 bilhões de dólares em relação a 2009/2012", afirmou o COI em seu relatório anual de 2014.

Para o período 2013/2016, o COI espera finalmente receitas globais de 5,5 bilhões.

O COI tem as finanças garantidas até o momento graças à assinatura de um contrato com o grupo americano NBC Universal até 2032, acordo que segundo alguns poderá pesar na eleição da cidade sede de 2024, desejada por Los Angeles.

Fora dos Estados Unidos, o COI recorre cada vez mais a redes privadas, o que constitui "uma importante mudança de política olímpica e garante o financiamento do COI a longo prazo", analisa o professor universitário suíço Jean-Loup Chappelet, em seu recente livro "Jogos Olímpicos: avivar a chama".

Colchão de segurança 

Criado em 1985 com a ajuda do britânico Patrick Nally, pioneiro do marketing esportivo que também colaborou com a Fifa, o programa "TOP" (The Olympic Partner) é um programa de patrocínio mundial administrado pelo COI.

Seu objetivo é gerar receitas diversificadas repartidas 50% entre os comitês organizadores dos Jogos Olímpicos (COJO) e o movimento olímpico (COI, federações internacionais, comitês olímpicos nacionais, etc.).

Dos 106 milhões de dólares do período 1985/88 (Calgary, Seul), as receitas do programa TOP se multiplicaram por 10 até 2013/16 com 10 sócios, a um total de 1 bilhão de dólares.

O COI assinou dois contratos de longa duração com a Bridgestone e a Toyota e renovou os acordos com outros três sócios (Atos, Panasonic e Samsung).

Somado o contrato com a NBC, o COI assinou em 2014 "contratos de televisão e associação por mais de 10 bilhões de dólares", o que representa "uma contribuição significativa para a estabilidade financeira do movimento olímpico até 2032", diz o COI.

Como a Fifa, que tem 1,5 bilhão de dólares em sua conta bancária, o COI dispõe de uma reserva que em 2014 ultrapassava 980 milhões de dólares. A maior parte dessa quantia foi obtida durante a presidência do belga Jacques Rogge (2001-2013).

Esta reserva "garante o funcionamento do COI em caso de crise importante que afete os Jogos", explicou Rogge antes de passar seu posto para o alemão Thomas Bach. O belga também implantou uma maior transparência em uma instituição sacudida nos anos 2000 por um escândalo de corrupção.

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