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Deutsche Bank pede "paciência" após mais um ano de perdas

Em 2016 o banco registrou perdas líquidas de 1,4 bilhão de euros, um resultado um pouco menos catastrófico que o de 2015 (7 bilhões de perdas)

Deutsche: "Foi um ano de pequenos passos. Mas esses pequenos passos foram muito numerosos, embora a maioria não aparecem nos resultados", acrescentou Cryan (Kai Pfaffenbach/Reuters)
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AFP

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 18h14.

O Deutsche Bank anunciou nesta quinta-feira uma perda líquida em 2016 acima do previsto, em um ano marcado por queda na arrecadação, multas altas e os custos de reestruturação. Pedindo "paciência", o banco garantiu que está preparando o futuro.

"O ano de 2016 foi um ano ruim (...) Fizemos avanços importantes", disse apesar de todo o presidente do grupo, o britânico John Cryan em uma coletiva de imprensa em Frankfurt.

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"Foi um ano de pequenos passos. Mas esses pequenos passos foram muito numerosos, embora a maioria não aparecem nos resultados", acrescentou Cryan, artífice desde sua chegada ao banco em meados de 2015 de um grande projeto de reestruturação.

Em 2016 o banco registrou perdas líquidas de 1,4 bilhão de euros, um resultado um pouco menos catastrófico que o de 2015 (7 bilhões de perdas), mas pior do que as previsões dos analistas.

Como aconteceu em 2015, no ano passado o grupo tevo que pagar várias multas que prejudicaram os resultados. Além disso, assim como seus concorrentes, foi prejudicado pelos juros baixos e pela maior riigidez da regulamentação bancária.

Em paralelo, o Deutsche Bank segue em frente com um vasto plano de reestruturação que prevê a supressão de 9.000 postos de trabalho até 2020 assim como o abandono de algumas atividades consideradas de risco ou pouco rentáveis.

"Naturalmente não estamos satisfeitos com os resultados", disse o diretor financeiro Marcus Schenck. Mas "temos que semear hoje se quisermos ter uma boa colheita, e isso pede paciência".

Quanto à reestruturação, o Deutsche Bank se desfez em 2016 de seus ativos de risco (que em 2012 ainda representavam 128 bilhões de euros), fechou várias filiais na Alemanha ereforçou sua base financeira para acalmas as preocupações de investidores e analistas.

O banco também colocou um ponto final em um dos litígios que mais ameaçavam o banco, aceitando pagar até 7 bilhões de dólares nos Estados Unidos em um caso relacionado com a crise das 'subprimes'.

Também pagou 600 milhões de multa no marco de uma investigação das autoridades americanas e britânicas sobre a lavagem de dinheiro procedente da Rússia.

Esses casos "não só nos custaram dinheiro como também prejudicaram a nossa reputação", lamentou Cryan.

Apesar das dificuldades, segundo o presidente do grupo John Cryan "a maioria de clientes mantêm sua confiança no Deutsche Bank" e estima que voltará a ser rentável em 2017 graças ao aumento das receitas e em um contexto econômico mais favorável.

Para evitar novos escândalos o banco acaba de contratar 350 novos colaboradores no setor do controle e a luta contra o crime e prevê contratar a outros 500 neste ano.

No entanto, o Deutsche Bank continua envolvido em pelo menos 8.000 casos legais em todo o mundo.

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