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Deutsche Bank estuda cortar 25% de empregos pelo mundo

O banco está estudando cortar 8.000 vagas de trabalho, além daquelas que serão eliminadas através da venda de uma de suas unidades de banco de varejo

A sede do Deutsche Bank, em Frankfurt (Daniel Roland/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2015 às 21h23.

O Deutsche Bank AG poderia dispensar quase 25 por cento de sua folha de pagamento global, pois o co-CEO John Cryan está tentando cumprir as promessas de reduzir custos e agilizar as operações.

O banco está estudando cortar 8.000 vagas de trabalho, além daquelas que serão eliminadas através da venda de uma de suas unidades de banco de varejo, e tomará uma decisão final no mês que vem, segundo uma fonte informada sobre o assunto.

O Deutsche Bank anunciou planos em abril para desinvestimento do Deutsche Postbank AG, que tem sede em Bonn e emprega cerca de 15.000 pessoas, por meio de uma venda comercial ou emitindo ações ao público.

O mais provável é que os cortes adicionais afetem principalmente os empregos administrativos e de tecnologia, mas alguns cargos de atendimento ao cliente também poderão ser eliminados, disse a fonte, que pediu anonimato porque os planos são confidenciais.

O Deutsche Bank, que administra o maior banco de investimento da Europa, empregava 98.647 pessoas no final de junho.

“A questão para o Deutsche Bank é saber se eles conseguirão levar isso adiante”, disse Dirk Sebrechts, que ajuda a gerenciar mais de 200 bilhões de euros (US$ 226 bilhões) na KBC Groep NV, por telefone, de Bruxelas, na terça-feira.

“O que quer que eles façam terá que ser bastante convincente, pois a última estratégia adotada por eles foi um pouco decepcionante”.

O KBC, um banco e gestor de ativos belga, está entre os 30 principais acionistas do Deutsche Bank, segundo dados compilados pela Bloomberg.

‘Cortes mais profundos’

Os investidores estão buscando mais detalhes sobre como Cryan, 54, planeja solucionar o que ele descreveu, quando substituiu Anshu Jain, em julho, como uma base de custos “inchada” e uma tecnologia “antiquada e inadequada” da empresa.

Cryan, que divide o posto de CEO com Juergen Fitschen, herdou uma estratégia para aumentar os retornos reduzindo as despesas em cerca de 15 por cento até 2020 e diminuindo os ativos do banco de investimento em até 17 por cento até 2018.

Klaus Winker, um porta-voz do banco, preferiu não comentar.

“Considerando que nada aconteceu de fato nos níveis de pessoal do Deutsche Bank em uma base líquida, Cryan terá que realizar alguns cortes mais profundos para mostrar que está levando a redução das despesas a sério”, disse Jon Peace, analista da Nomura Holdings Inc. que tem uma recomendação neutra para o Deutsche Bank.

“Uma redução da ordem de 10 por cento da equipe após a venda do Postbank finalmente traria credibilidade”.

O corte de quase um em cada quatro empregos permitiria que Cryan mantivesse a estratégia da empresa praticamente intacta e evitasse tomar “grandes decisões”, como abandonar negócios, disse Karim Bertoni, que ajuda a gerenciar mais de US$ 6 bilhões na Bellevue Asset Management.

Operações na Rússia

O Deutsche Bank provavelmente enfrentará um encargo de cerca de 800 milhões de euros para eliminar 8.000 postos de trabalho e poderia ter uma economia dessa magnitude, escreveu Philipp Haessler, analista do Equinet Bank AG, que mantém uma posição neutra para as ações, em um relatório enviado por e-mail, de Frankfurt, na terça-feira.

Embora o plano de Jain tivesse previsto que o banco chegaria a fechar 200 agências do banco de varejo e sairia de até 10 países, a empresa decidiu não dizer quantos empregos seriam perdidos e onde.

O Deutsche Bank provavelmente encerrará a maioria ou todas as suas operações de banco de investimento na Rússia, disse a fonte. O banco opera uma das maiores firmas de títulos estrangeiros da Rússia, com mais de 1.000 funcionários.

Está, também, passando por uma investigação que visa descobrir se US$ 6 bilhões em negócios realizados em Moscou e Londres fizeram parte de um possível esquema de lavagem de dinheiro por clientes russos, disseram fontes informadas sobre a situação em junho.

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O Deutsche Bank AG poderia dispensar quase 25 por cento de sua folha de pagamento global, pois o co-CEO John Cryan está tentando cumprir as promessas de reduzir custos e agilizar as operações.

O banco está estudando cortar 8.000 vagas de trabalho, além daquelas que serão eliminadas através da venda de uma de suas unidades de banco de varejo, e tomará uma decisão final no mês que vem, segundo uma fonte informada sobre o assunto.

O Deutsche Bank anunciou planos em abril para desinvestimento do Deutsche Postbank AG, que tem sede em Bonn e emprega cerca de 15.000 pessoas, por meio de uma venda comercial ou emitindo ações ao público.

O mais provável é que os cortes adicionais afetem principalmente os empregos administrativos e de tecnologia, mas alguns cargos de atendimento ao cliente também poderão ser eliminados, disse a fonte, que pediu anonimato porque os planos são confidenciais.

O Deutsche Bank, que administra o maior banco de investimento da Europa, empregava 98.647 pessoas no final de junho.

“A questão para o Deutsche Bank é saber se eles conseguirão levar isso adiante”, disse Dirk Sebrechts, que ajuda a gerenciar mais de 200 bilhões de euros (US$ 226 bilhões) na KBC Groep NV, por telefone, de Bruxelas, na terça-feira.

“O que quer que eles façam terá que ser bastante convincente, pois a última estratégia adotada por eles foi um pouco decepcionante”.

O KBC, um banco e gestor de ativos belga, está entre os 30 principais acionistas do Deutsche Bank, segundo dados compilados pela Bloomberg.

‘Cortes mais profundos’

Os investidores estão buscando mais detalhes sobre como Cryan, 54, planeja solucionar o que ele descreveu, quando substituiu Anshu Jain, em julho, como uma base de custos “inchada” e uma tecnologia “antiquada e inadequada” da empresa.

Cryan, que divide o posto de CEO com Juergen Fitschen, herdou uma estratégia para aumentar os retornos reduzindo as despesas em cerca de 15 por cento até 2020 e diminuindo os ativos do banco de investimento em até 17 por cento até 2018.

Klaus Winker, um porta-voz do banco, preferiu não comentar.

“Considerando que nada aconteceu de fato nos níveis de pessoal do Deutsche Bank em uma base líquida, Cryan terá que realizar alguns cortes mais profundos para mostrar que está levando a redução das despesas a sério”, disse Jon Peace, analista da Nomura Holdings Inc. que tem uma recomendação neutra para o Deutsche Bank.

“Uma redução da ordem de 10 por cento da equipe após a venda do Postbank finalmente traria credibilidade”.

O corte de quase um em cada quatro empregos permitiria que Cryan mantivesse a estratégia da empresa praticamente intacta e evitasse tomar “grandes decisões”, como abandonar negócios, disse Karim Bertoni, que ajuda a gerenciar mais de US$ 6 bilhões na Bellevue Asset Management.

Operações na Rússia

O Deutsche Bank provavelmente enfrentará um encargo de cerca de 800 milhões de euros para eliminar 8.000 postos de trabalho e poderia ter uma economia dessa magnitude, escreveu Philipp Haessler, analista do Equinet Bank AG, que mantém uma posição neutra para as ações, em um relatório enviado por e-mail, de Frankfurt, na terça-feira.

Embora o plano de Jain tivesse previsto que o banco chegaria a fechar 200 agências do banco de varejo e sairia de até 10 países, a empresa decidiu não dizer quantos empregos seriam perdidos e onde.

O Deutsche Bank provavelmente encerrará a maioria ou todas as suas operações de banco de investimento na Rússia, disse a fonte. O banco opera uma das maiores firmas de títulos estrangeiros da Rússia, com mais de 1.000 funcionários.

Está, também, passando por uma investigação que visa descobrir se US$ 6 bilhões em negócios realizados em Moscou e Londres fizeram parte de um possível esquema de lavagem de dinheiro por clientes russos, disseram fontes informadas sobre a situação em junho.

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