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Despesas menores elevam lucro ajustado do Bradesco no 3º tri

O segundo maior banco privado do país anunciou que seu lucro líquido ajustado do período somou 4,81 bilhões de reais

Bradesco: lucro teve avanço sequencial de 2,3% e de 7,8% na comparação ano a ano (Adriano Machado/Bloomberg)

Bradesco: lucro teve avanço sequencial de 2,3% e de 7,8% na comparação ano a ano (Adriano Machado/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 08h25.

São Paulo - O Bradesco teve leve alta do lucro recorrente no terceiro trimestre, uma vez que menores despesas administrativas e com provisões para calotes compensaram os efeitos de outra rodada de contração do crédito.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira que seu lucro líquido ajustado do período somou 4,81 bilhões de reais, avanço sequencial de 2,3 por cento e de 7,8 por cento na comparação ano a ano. Em termos líquidos, o lucro de 2,88 bilhões de reais representou queda de 26,3 por cento sobre o trimestre anterior e de 10,9 por cento ante mesma etapa de 2016.

A despesa com provisões para perdas com inadimplência caiu 23,1 por cento e 33,4 por cento nas comparações trimestral e anual, respectivamente, a 3,82 bilhões de reais.

Esse dado veio acompanhado de melhora na qualidade da carteira do Bradesco, com o índice de inadimplência acima de 90 dias recuando a 4,8 por cento, queda de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 0,6 ponto contra um ano antes.

Isso ocorreu mesmo com o estoque de financiamentos recuando pelo quarto trimestre consecutivo. No fim de setembro, as operações de crédito do Bradesco totalizavam 486,86 bilhões de reais, recuo de 1,4 por cento em três meses e de 6,7 por cento ano a ano.

O recuo nos empréstimos atingiu a margem financeira, que teve redução de 5,7 por cento na medição trimestre a trimestre, para 14,6 bilhões de reais. Essa linha foi pressionada também por uma baixa contábil relativa ao ajuste de preços de ativos financeiros, que subiu 520 milhões de reais contra o segundo trimestre.

Em contrapartida, o banco teve queda sequencial de 2,7 por cento nas despesas de pessoal, para 4,83 bilhões de reais, já computando os efeitos de um plano de demissão incentivada realizado em agosto, que teve 7,4 mil adesões.

No conjunto, as despesas administrativas recuaram 3,9 por cento em 12 meses, a 9,86 bilhões de reais, refletindo entre outros fatores a redução de quase 500 agências no período. O Bradesco, que no ano passado selou a integração do HSBC, comprado um ano antes, vem gradualmente ajustando sua estrutura enquanto tenta tornar seus canais de atendimento mais digitais.

Em outra frente, o banco viu suas receitas de prestação de serviços subirem 4,3 por cento trimestre a trimestre e 5 por cento sobre o mesmo período de 2016, para 7,82 bilhões de reais.

Esse conjunto levou a uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 18,1 por cento de julho a setembro, recuo de 0,1 ponto contra o trimestre anterior, mas alta de 0,5 ponto sobre mesma etapa de 2016.

Os números vão numa direção similar à mostrada pelo rival maior Itaú Unibanco, que na véspera reportou que seu lucro do terceiro trimestre tinha crescido com ajuda da queda nas despesas com provisões para perdas e administrativas.

O Bradesco, que no mês passado anunciou a renúncia do presidente do conselho de administração, Lazaro Brandão, função que passou a ser acumulada pelo presidente-executivo Luiz CarlosTrabuco, comentará os resultados em teleconferência com analistas no final da manhã desta quarta-feira.

Trabuco deixa a presidência-executiva em março, quando um sucessor será indicado para o cargo e ele seguirá como presidente do conselho.

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