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Demora do Cade atrapalha expansão da BRF, diz Furlan

Rio de Janeiro - A demora na aprovação do negócio entre Perdigão e Sadia pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) está atrapalhando a estratégia de expansão internacional da Brasil Foods, ao mesmo tempo em que favorece a concorrência, disse nesta quinta-feira Luiz Fernando Furlan, copresidente do Conselho de Administração da companhia. "Nós imaginávamos que, […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Rio de Janeiro - A demora na aprovação do negócio entre Perdigão e Sadia pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) está atrapalhando a estratégia de expansão internacional da Brasil Foods, ao mesmo tempo em que favorece a concorrência, disse nesta quinta-feira Luiz Fernando Furlan, copresidente do Conselho de Administração da companhia.

"Nós imaginávamos que, dependendo do andamento do Cade, poderíamos acelerar... A empresa tinha capacidade disponível de investimentos anteriores, principalmente no campo da expansão internacional. Estamos aguardando...", declarou ele a jornalistas, durante um evento no Rio.

Questionado como seria a expansão, Furlan afirmou que ela poderia ser orgânica ou "através de aquisição de unidades", e destacou que o fato de não contar com o aval do Cade para integrar totalmente as operações também resultou na postergação de investimentos.

"Fizemos recentemente uma estrutura de distribuição e vendas na Arábia Saudita que vai bem, mas essa insegurança gera também uma perda de quadros para nós", declarou, ressaltando que mais de 20 executivos da empresa já deixaram as companhias para ingressar em outras empresas em função da demora na aprovação do negócio.

Em setembro do ano passado, o Cade deu autorização para que as duas companhias coordenassem atividades voltadas ao mercado externo no segmento de carnes in natura. E, posteriormente, a BRF foi autorizada pelo conselho a atuar conjuntamente na aquisição de insumos.

Mas isso não é suficiente, na opinião de Furlan.

"(A análise pelo Cade) já ficou tarde. A nossa expectativa era de que em um ano fosse possível um encaminhamento final, já estamos aí com 15 meses", afirmou ele, citando o período que se passou desde que a Perdigão comprou a Sadia, com problemas financeiros na época.

"O que atrapalha é a não captura de sinergias, que dão mais competitividade à empresa e que poderiam fazer com essa melhoria pudesse ser repassada aos consumidores", destacou, lembrando que a aprovação poderia minimizar os efeitos negativos da valorização do real.

Concorrência

Em meio à demora do Cade, segundo Furlan, a BRF enfrenta concorrência mais forte da Seara, cuja marca e unidades foram compradas no ano passado pelo Marfrig junto à multinacional Cargill.

"O concorrente tem uma vantagem relativa enquanto estamos de mãos atadas. Alguns concorrentes nacionais e estrangeiros estão tendo oportunidades de crescer no mercado", disse ele.

O processo longo tem gerado a expectativa do mercado de que a aprovação poderá demorar, ficando para 2011.

Por volta das 15h20 (horário de Brasília), as ações da BRF operavam em queda de 0,65 por cento, enquanto o Ibovespa operava praticamente estável.

Em junho de 2010, a Secretaria de Acompanhamento Econômico recomendou a aprovação do negócio pelo Cade, mas com várias restrições.

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