O bilionário Richard Branson, fundador da Virgin: rosto visível das empresas que fundou e referência para Adibe (Todd Owyoung/NBC/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 25 de maio de 2024 às 08h08.
Última atualização em 25 de maio de 2024 às 12h19.
A rotina de João Adibe Marques, CEO da Cimed, pode ser acompanhada em tempo real pelo Instagram, onde ele tem mais de 3,5 milhões de seguidores. Ali, o lado pessoal e o profissional de Adibe viram uma coisa só. A programação começa às 5 da manhã, com a publicação da sua agenda para o dia, seguida por dezenas de stories ou registros no feed sem um filtro específico.
Cabem no espaço desde comentários sobre as campanhas de vendas da Cimed até cenas dos exercícios físicos ou retratos de viagens a destinos paradisíacos com a mulher, Cinthya Marques."O brasileiro gosta de quem mostra a cara para vender produtos, de quem conta uma história”, diz Adibe sobre a exposição da própria imagem. “Estou aqui para contar boas histórias.”
A grande inspiração de João Adibe para se tornar um CEO que personifica a Cimed nos mais diversos canais é o bilionário Richard Branson, do Grupo Virgin. Com postura de rockstar, Branson construiu um império global do zero, com mais de 40 empresas em 35 países. De gravadora de música a companhia aérea, passando por turismo espacial e banco digital. Aos 73 anos, sua fortuna é avaliada em US$ 2,6 bilhões de dólares, cerca de R$ 10 bilhões.
O britânico começou a empreender nos anos 1970, quando criou uma varejista de discos por correspondência e, na sequência, entrou oficialmente para o mundo da música. Dos Sex Pistols aos Rolling Stones passaram pela Virgin Records.
De lá para cá, o empresário diversificou seu portfólio e criou dezenas de empresas com o nome “Virgin”, todas conhecidas por adotarem uma postura mais pop e inovadora.
Com forte presença no setor de turismo e lazer, o Grupo Virgin sentiu os efeitos da pandemia de covid-19. A companhia aérea Virgin Atlantic entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos para proteger seus ativos de credores. E a empresa de foguetes Virgin Orbit, que abriu o capital em 2021 avaliada em 4 bilhões de dólares, faliu em 2023 e vendeu seus ativos.
O sucesso da companhia deve muito à imagem pública do próprio Branson, que aposta em ações de marketing ousadas e tem como hobby uma obsessão por quebrar recordes mundiais, incluindo a travessia mais rápida do Atlântico e uma série de viagens oceânicas de balão e kitesurf.
O bilionário tem mais de 40 milhões de seguidores nas redes sociais, nas quais compartilha questões que vão desde empreendedorismo até meio ambiente, aventura e propósito.
Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME EmpreendaBranson e futuramente João Adibe têm um desafio comum: a sucessão. “Se a marca foi construída toda na imagem do CEO, qual é a capacidade do próximo em fazer parte dessa história?”, questiona Erica Bamberg, professora de marketing da Fundação Dom Cabral. “Quem vai suceder a atual liderança deve ser incluído na comunicação com o público.”
No Grupo Virgin e na Cimed, a próxima geração já está dentro da operação. Dois dos três filhos de Branson trabalham na companhia. No caso da Cimed, os filhos de João Adibe e Karla atuam em diversos setores da companhia. Adibe Marques é diretor comercial e Juliana Felmanas é diretora de inovação e novos negócios. Repetir o sucesso dos pais em negócios cada vez mais diversos será um desafio e tanto.
A nova edição da revista EXAME conta com um perfil da Cimed, farmacêutica que faturou R$ 3 bilhões em receitas no último ano. O CEO João Adibe Marques também fala sobre o futuro da companhia, que envolve aquisições e categorias. Leia mais detalhes aqui.