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Crise nas montadoras vai além do dólar

Cortes como os anunciados nesta sexta-feria pela GM do Brasil são uma resposta à valorização cambial, mas as matrizes também têm seus motivos para reclamar

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A crise da General Motors (GM) bateu à porta da operação brasileira. A montadora americana anunciou cortes de pessoal, de produção e nos números de exportação. O problema da GM no Brasil é a valorização do real, que vem forçando uma queda na rentabilidade das exportações brasileiras. Mas não é só isso. A pulverização do número de plantas de produção pelo mundo, aliada aos baixos custos de fabricação em países asiáticos, está por trás da crise que afeta não apenas as filiais brasileiras, mas também as matrizes.

"Esse é um mercado extremamente competitivo. Se a rentabilidade do negócio cai em um país, existe logo outra planta pronta para tomar esse espaço", diz o economista da Sul América Investimentos, André Valdevez.

Nesta sexta-feira (13/5), a filial brasileira da General Motors anunciou que vai promover cortes de pessoal na fábrica em São José dos Campos, por meio de um Programa de Demissão Voluntária (PDV). A estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos é de que 500 empregados deixem a unidade da GM. "O problema é que parte dessas vagas serão congeladas", diz o presidente do Sindicato de São José dos Campos, Luís Carlos Prates.

Além disso, a GM brasileira irá reduzir as exportações para o México, seu principal cliente. Com isso, deixarão de embarcar cerca de 11 000 veículos, reduzindo as vendas para o mercado mexicano para 69 000 unidades. Segundo a diretoria da montadora americana no país, a empresa está promovendo ajustes à produção para se adequar à nova realidade das exportações brasileiras leia-se, real valorizado. A mudança provocará a queda no número de veículos fabricados por dia: passará de 46 para 40 unidades de Corsa, Montana e Meriva, produzidos diariamente em São José dos Campos.

Só o começo
O economista da Sul América tem uma visão pessimista sobre o futuro próximo. Segundo ele, o real não mostra sinais de desvalorização, o que deve provocar cortes em outras montadoras. Nas matrizes, o cenário também não é animador, já que em muitas categorias de veículos a produção japonesa ganha da americana em termos de preço. "E olha que a China ainda nem entrou para valer nesse mercado", lembra Vanderez.

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