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Cresce risco de chuva no início da colheita de café

Chuvas podem ameaçar a qualidade dos grãos, disseram meteorologistas, enquanto padrões climáticos também podem aumentar o risco de danos por geadas este ano

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 17h27.

Brasília - Um clima úmido pode prejudicar os estágios iniciais da colheita de café no Brasil, que começa em meados de maio, ameaçando a qualidade dos grãos, disseram meteorologistas, enquanto alguns padrões climáticos também podem aumentar o risco de danos por geadas este ano.

Além de potencialmente afetar a produção, um junho mais chuvoso poderia retardar a colheita e o fluxo da nova safra, embora os grandes estoques de passagem da temporada passada significam que o mercado continuará bem abastecido.

"Frentes frias farão com que alguma chuva ocorra em algumas áreas de café do norte... mas não vai causar problemas sérios", disse o meteorologista Drew Lerner, da World Weather, em Kansas City, acrescentando que espera tempo predominantemente normal, exceto por um junho mais úmido.

A chuva pode estragar o sabor dos grãos de café, fazendo com que eles fermentem quando estão espalhados ao ar livre para secar, depois da colheita, forçando os agricultores a vender por valores menores, ao mesmo tempo em que impulsiona o preço do grão de boa qualidade que escapa da umidade.

O clima no cinturão de café geralmente fica extremamente seco por vários meses durante o inverno do Brasil, que começa em junho. Meteorologistas esperam que a chuva neste ano venha a ser mais um aborrecimento no início da colheita de que um fator de grandes prejuízos.

Tanto Lerner, da World Weather, quando o Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia, de São Paulo, afirmam à Reuters que frentes frias que veem da Argentina serão mais constantes e farão chover com mais frequência.

O aumento do número de frentes frias, devido a condições neutras nos padrões climáticos, ou seja, a ausência tanto do La Niña quanto do El Niño, anomalias ligada à mudança de temperatura do oceano, também é um fator que eleva risco de geadas, a julgar pelos dados históricos, disse Lerner.


"No entanto, o máximo solar não reforça isso", disse ele, referindo-se a um aumento cíclico na produção de calor pelo sol, que está agora se aproximando de seu auge. "Estes dois tipos de tendências compensam-se um pouco." A geada é uma ocorrência rara nos cafezais do Brasil desde que as fazendas se mudaram para fora da região Sul, depois de uma geada devastadora em meados dos anos 1970. Os futuros do arábica saltaram mais de 5 por cento após uma geada observada em agosto de 2011, mas caíram rapidamente quando ficou evidente que os cafezais sofreram poucos danos.

A chuva no cinturão de café tem sido extraordinariamente pesada, até agora, em abril, com os principais Estados produtores de café, como Minas Gerais, que cultiva metade do café produzido no Brasil, recebendo quase a média para todo o mês nos primeiros 10 dias.

Nesta fase, as chuvas são vistas como benéficas para ajudar os grãos a atingirem um tamanho mais procurado pelos torrefadores.

Apesar da previsão de que as chuvas vão se estender além do início do período de início de colheita, não há expectativa de que se repitam as chuvas constantes de junho do ano passado, que prejudicaram os grãos colhidos mais cedo e atrasaram os trabalhos nas lavouras, disse Santos, da Somar.

"Poderá haver mais episódios de chuva e ela prejudicar a qualidade do café, mas não vai ser tão ruim quanto no ano passado", disse ele.

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