A assembléia com os credores da Parmalat Alimentos que homologaria o consórcio formado pela Perdigão e o fundo latino-americano Laep como novo dono da companhia no Brasil, nesta sexta-feira (19/5), não durou mais do que trinta minutos. Segundo alguns representantes dos bancos credores, novos documentos foram trocados até a madrugada de hoje e não houve tempo para analisá-los. A reunião foi adiada para a próxima quarta-feira (24/5).

Os representantes dos credores e da Parmalat não confirmam oficialmente o nome da oferta vencedora. De acordo com José Vita, diretor do banco Pactual, contratado pela Parmalat para coordenar a operação, os credores trabalham hoje com apenas uma oferta. "Eles estão analisando uma única proposta finalista", afirmou. Fontes próximas às negociações garantem que o autor da proposta é o consórcio Perdigão-Laep.

Uma das principais pendências que atrasam a decisão dos credores está a recuperação do controle da Batávia, empresa do grupo Parmalat que passou às mãos de seus acionistas minoritários - donos de 49% do capital - em uma vitória nos tribunais. Para que a Batávia seja vendida como parte do grupo, a Parmalat terá de derrubar uma decisão judicial e reassumi-la.

A Parmalat brasileira está em crise desde 2003, depois de a matriz se envolver em um grave escândalo financeiro. A subsidiária teve de entrar em um plano de recuperação judicial, coordenado pela consultoria Íntegra e homologado pelo juiz Alexandre Alves Lazzarini, da Primeira Vara de Recuperação e Falências de Empresas do Tribunal de Justiça de São Paulo, em fevereiro deste ano.