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Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 18h58.
São Paulo - A CPFL Eficiência assinou com a empresa de tecnologia Algar Tech o primeiro acordo de eficiência energética desde sua criação, no início do ano.
Focada inicialmente na autoprodução de energia, a companhia do grupo CPFL acredita que o mercado de eficiência energética poderá abrir oportunidades a novos negócios fora das áreas de concessão onde atua a CPFL.
"Este momento representa uma janela de oportunidade para projetos de eficiência energética. As empresas estão enfrentando aumento do insumo (custo da energia), e por isso adotam medidas de redução de custos", comenta o diretor da CPFL Eficiência, Luciano Goulart.
"A CPFL tem oportunidade de sinergias entre as áreas do grupo e queremos explorar esse modelo de negócio fora da área de concessão", complementou o executivo em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
A proposta idealizada pela CPFL Eficiência foi colocada em prática no acordo formalizado com a Algar Tech.
Tratado como um projeto multissoluções, o contrato prevê a modernização da iluminação e climatização de áreas da empresa, além do investimento em usinas solares de pequeno porte e da migração da empresa de tecnologia do mercado cativo para o mercado livre, no caso das unidades da Algar em Uberlândia, Jaraguá (ambos em Minas Gerais) e Campinas (SP).
O projeto prevê investimento total de R$ 6 milhões, a ser financiado com recursos da CPFL Eficiência.
As duas empresas firmaram acordo de seis anos, período no qual o investimento e o serviço da CPFL Eficiência serão remunerados a partir de contratos nas modalidades BOT (construir, operar e transferir, na sigla em inglês), no qual os ativos são transferidos para o cliente ao fim do acordo, e de performance, atrelado à economia financeira obtida pela Algar com os projetos.
"A Algar terá ganho já no primeiro ano. Com a economia gerada a partir desse conjunto de projetos, ela não precisará utilizar capex (investimento em bens de capital). A própria economia vai remunerar o investimento", afirma Goulart. O valor dessa economia não foi revelado.
O projeto será implantado a partir de outubro e deverá ser concluído em um prazo de quatro meses. Serão substituídas 18 mil lâmpadas convencionais por LED e o gás utilizado na climatização dos data centers da Algar Tech localizados em Campinas e Uberlândia.
Além disso, a CPFL Eficiência firmou parceria com a Alsol, empresa incubada da Algar na área de energia solar, para a construção de uma usina solar no data center de Campinas e a expansão da usina solar existente em Uberlândia.
Esse conjunto de medidas, segundo a CPFL, proporcionará economia de 3,5 mil MWh por ano no consumo de energia da Algar Tech, energia suficiente para abastecer 1,165 mil famílias com consumo mensal de 300 kWh.
Praticamente três quartos desse ganho terão origem nos projetos de eficiência energética. O restante virá da autoprodução de energia das usinas solares.
"Houve um primeiro contato da Algar, que tinha interesse em instalar usinas de energia fotovoltaica e preparava o investimento em uma subestação. Após análise, identificamos que esse investimento poderia se postergado ou até mesmo não precisaria ser feito", relembra o executivo.
Nesse processo de análise e negociação, que levou seis meses, a CPFL mostrou à Algar Tech que a migração da energia para o mercado livre geraria economia suficiente para viabilizar as usinas solares.
Com isso, a CPFL Eficiência envolveu em um único projeto o trabalho interno, a expertise do grupo em projetos renováveis, a partir da CPFL Renováveis, e a venda de energia no mercado livre, a partir da CPFL Brasil.
Além da sinergia, outro fato comemorado pela CPFL Serviços é o caráter multissoluções do acordo em uma localidade fora das áreas de concessão da CPFL, uma das maiores distribuidoras de energia do País.
"Vamos explorar esse modelo de negócio. Temos bases em cidades como Recife, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro, e estamos com uma série de negociações ainda para este ano", afirmou.
"Há, principalmente, uma maior procura por projeto de cogeração a partir do aproveitamento de vapor das indústrias para a geração de energia elétrica", complementou.