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Lucca Durli, nova geração; Volnei Durli, CEO; Jandyr Durli, conselheiro, e Evandro Durli, CEO. (Divulgação)
Editor da Região Sul
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 13h10.
Última atualização em 9 de dezembro de 2025 às 13h16.
Do interior de Erechim (RS) para uma cadeia global de fornecimento aos setores de vestuário, automotivo, moveleiro e náutico. A Durli Leathers comemora 65 anos de atividade consolidada como uma das maiores fornecedoras de couro da América Latina, com exportações para mais de 80 países e operações no Brasil, Paraguai e México.
O que nasceu como um pequeno negócio familiar de botas, cintos e artigos de selaria, a partir do aproveitamento do couro bovino, tornou-se um grupo internacional altamente integrado — do campo ao curtume.
Hoje, o carro-chefe do grupo é a manufatura industrial, responsável pelo processamento de 27 mil peles por dia, apoiado por fazendas próprias, frigoríficos, graxarias, produção de colágeno e gelatina e logística interna. A matriz, atualmente, fica em São José dos Pinhais (PR), além unidades de Erechim (RS), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Santa Teresinha (BA, Wanderlândia (TO), Xinguara (PA).
A empresa emprega 2,2 mil colaboradores e movimentou US$ 1,26 bilhão em 2024 (aproximadamente R$ 6,5 bilhões). Os numeros de 2025 ainda não foram finalizados, mas diante do crescimento ao longo dos últimos anos, é possívei projetar que a empresa ultrapasse a marca dos R$ 7 bilhões de receita neste ano. “No começo, éramos apenas três irmãos e poucas pessoas ao nosso lado. Hoje, somos uma família industrial que chega ao mundo inteiro. É um orgulho olhar para trás e ver aonde chegamos”, afirma Evandro Durli, CEO da Durli Leathers.
O couro, que antes era tratado como subproduto da indústria da proteína animal, tornou-se um ativo estratégico para a economia global, com aplicação em moda, mobiliário, aviação, tecnologia e principalmente na indústria automotiva.
A Durli figura entre os maiores exportadores de couro wet blue e semiacabado da América Latina, fornecendo matéria-prima de alto desempenho para marcas globais e reforçando a reputação de qualidade e resistência do couro brasileiro. O avanço internacional da companhia também mostra a capacidade do Brasil de transformar recursos agroindustriais em produtos de alto valor agregado, com exigências técnicas elevadas e forte apelo de sustentabilidade.
A evolução da Durli acompanha transformações profundas do setor. A companhia intensificou investimentos em automação, controle de processos, eficiência química e tecnologias de monitoramento, reduzindo desperdícios e elevando a precisão exigida pelo padrão global de fornecimento.
Paralelamente, o couro ganha relevância como solução sustentável: por reutilizar um resíduo da indústria alimentícia, evita que milhões de toneladas de materiais sejam descartados na natureza, o que soma um forte argumento ambiental ao produto. “O couro é um material natural, renovável e biodegradável. Não existe futuro para a indústria sem transparência e responsabilidade”, afirma Durli.
Em 2025, a empresa lançou seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, alinhado às diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), e consolidou um sistema pioneiro de rastreabilidade individual da matéria-prima com uso de blockchain e geomonitoramento via satélite.
A tecnologia permite acompanhar cada pele desde a fazenda de origem até o cliente final, garantindo legalidade, bem-estar animal e conformidade socioambiental de toda a cadeia. A empresa também possui a certificação LWG Gold, concedida pela Leather Working Group, reconhecida globalmente por auditar critérios ambientais e de rastreabilidade em curtumes.
O compromisso ESG reflete ações contínuas de redução de água e energia por unidade processada, tratamento próprio de efluentes e valorização de resíduos sólidos, transformando subprodutos em insumos agrícolas e fertilizantes orgânicos dentro de um modelo de economia circular.
Na agenda social, a companhia está em processo de certificação SA8000, que audita direitos humanos e condições de trabalho, e mantém iniciativas de apoio à educação e cultura nas comunidades onde opera, reforçando a governança como vetor estratégico. “Crescemos acompanhando as mudanças do próprio setor e seguimos comprometidos em entregar qualidade com responsabilidade”, destaca o CEO.
Para os próximos anos, a Durli pretende alcançar rastreabilidade total, incluindo fornecedores indiretos, e liderar o avanço de práticas ESG no curtume brasileiro, contribuindo para a padronização dos indicadores ambientais e de governança, por meio da participação no ESG Now, iniciativa do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). “Nosso compromisso é continuar evoluindo. Queremos mostrar ao mundo que o couro brasileiro é sinônimo de qualidade, origem responsável e impacto positivo”, reforça Durli. Se o couro é o elo entre campo, indústria, moda e design, a Durli quer seguir como símbolo desse vínculo — agora com 65 anos de história e um futuro ainda em expansão.
O Brasil é hoje o terceiro maior produtor de couro do mundo e o segundo maior exportador de couros acabados, abastecendo principalmente os setores automotivo, moveleiro e calçadista. Em 2024, as exportações brasileiras ultrapassaram US$ 1,5 bilhão, segundo o CICB.
A performance de players nacionais reforça a competitividade do país em uma cadeia global que exige inovação, rastreabilidade e transparência. Nesse mercado, esses atributos deixaram de ser diferenciais para se tornarem passaporte obrigatório.