Cosan foca em setores menos sujeitos a variação de preços
Quase metade do ebitda da companhia já vem de setores não ligados à produção de açúcar e álcool
Daniela Barbosa
Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 11h19.
São Paulo - A Cosan quer elevar para mais 60% a participação de suas linhas de negócios não ligadas a commodities em seus resultados financeiros, afirmou Marcos Lutz, diretor-presidente da companhia, em teleconferência ao mercado, nesta quinta-feira (10/2). “Vamos apostar cada vez mais em segmentos estáveis para geração de caixa”. O objetivo é que a produção de açúcar e álcool represente menos de 40% do caixa da empresa. O executivo, no entanto, não estabeleceu um prazo para que a mudança aconteça.
Segundo balanço referente ao terceiro trimestre de 2011, período que, para a empresa, se refere aos meses de outubro a dezembro do ano passado, a CCL, do segmento de distribuição de combustível e óleo, a Rumo Logística e a Cogen, de co-geração de energia, foram responsáveis por 45% do ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). A companhia apresentou no período ebitda de 410 milhões de reais. Na comparação com os resultados apresentados um anos antes, esses mesmos segmentos eram responsáveis por 19% do ebitda.
O lucro líquido de 27,9 milhões de reais caiu 83,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A baixa nos resultados foi justificada pelo aumento de custos gerado da quebra de safra e pelos reflexos cumulativos do preço do ATR.
As vendas de açúcar da companhia totalizaram 931,9 milhões de reais no trimestre, contra 735,6 milhões de reais no mesmo período do ano anterior. Já as vendas de etanol atingiram 647,7 milhões de reais, quase o dobro dos 338,3 milhões obtidos no terceiro trimestre fiscal de um ano antes.
Restrições do Cade
Em relação à decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), anunciado na última quarta-feira (9/2), que aprovou com restrições a compra de parte da Cosan pela Shell, afirmando que a Shell deve vender os ativos referentes à distribuição do produto nos aeroportos. A companhia preferiu não se manifestar sobre o assunto. “Mas não vemos impactos na Cosan em tal decisão”, afirmou Lutz.