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Corretoras têm aumento em consultas após acordo entre XP e Itaú

A corretora Modalmais notou um aumento de cerca de 30% no tráfego em sua página na Internet nesta sexta-feira

XP Investimentos: "Não dá para dizer se esse (acordo entre Itaú e XP) é o motivo, mas seria muita coincidência numa sexta-feria, que tem movimento menor, acontecer esse crescimento", disse o sócio da Modalmais (./Divulgação)

XP Investimentos: "Não dá para dizer se esse (acordo entre Itaú e XP) é o motivo, mas seria muita coincidência numa sexta-feria, que tem movimento menor, acontecer esse crescimento", disse o sócio da Modalmais (./Divulgação)

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Reuters

Publicado em 12 de maio de 2017 às 21h57.

São Paulo - A compra de uma fatia da XP Investimentos pelo Itaú Unibanco tem ajudado a elevar as consultas de clientes e agentes autônomos a outras corretoras e plataformas de investimento independentes, segundo profissionais do mercado ouvidos pela Reuters.

A corretora Modalmais notou um aumento de cerca de 30 por cento no tráfego em sua página na Internet nesta sexta-feira, em relação ao movimento médio para as sextas-feiras.

"Não dá para dizer se esse (acordo entre Itaú e XP) é o motivo, mas seria muita coincidência numa sexta-feria, que tem movimento menor, acontecer esse crescimento", disse o sócio da Modalmais Rodrigo Puga.

Aproveitando o momento, a corretora acelerou seus planos de investimento que incluem dobrar o tamanho das equipes de atendimento e de tecnologia.

Além disso, a corretora vai colocar no ar novas plataformas e acelerar a inclusão de gestores, com planos de subir dos três atuais para 50.

"A gente tinha planejamento de fazer isso tudo até o fim do ano, mas o que aconteceu é que a gente trouxe isso para mais cedo... e em vez de fazer paulatinamente até fim do ano a gente quer fazer até final de junho", disse Puga.

Ele acrescentou que a estimativa da corretora era fechar o ano com 40 mil a 45 mil clientes, mas que frente ao acordo do Itaú Unibanco com a XP ele vê a possibilidade do total chegar ao patamar entre 60 mil e 70 mil.

O movimento de consultas a outras corretoras e plataformas de investimento acontece apesar da afirmação da XP e do Itaú de que o modelo de negócios será mantido após a conclusão da operação.

Na noite de quinta-feira, o Itaú Unibanco anunciou acordo para comprar 49,9 por cento da XP Investimentos por 6,3 bilhões de reais. O acordo prevê pagamento de 5,7 bilhões de reais aos acionistas do fundo de private equity General Atlantic e da gestora Dynamo por suas ações na corretora. Adicionalmente, o Itaú Unibanco fará aporte de 600 milhões de reais na XP.

"Essa notícia gera uma necessidade, no mínimo, de o parceiro (agentes autônomos) ver o que o mercado tem a oferecer", disse o sócio-diretor da Órama Investimentos Habib Nascif Neto.

Segundo ele, a Órama lançou em novembro do ano passado uma plataforma voltada para agentes autônomos e identificou nesta semana um aumento nas consultas desses profissionais. Nascif Neto comentou que o negócio entre Itaú e XP "foi um fator que acelerou e até antecipou algumas reuniões com potenciais parceiros que tínhamos agendadas mais para frente".

Outra corretora a mencionar que percebeu um fluxo maior de consultas por parte de agentes autônomos foi a Guide Investimentos.

"Já somos o segundo maior player em quantidade de agentes autônomos e nessa linha a gente sentiu algum aumento, um burburinho" nos últimos dias, disse o diretor da Guide Fernando Cardozo, acrescentando que a fusão entre XP e Itaú não altera os planos de investimento e expansão da Guide.

Para os profissionais consultados, a operação vai intensificar o movimento de consolidação do mercado de corretoras e plataformas de investimento.

"No médio prazo pode até ser (que outros bancos façam movimentos semelhantes), mas no curto prazo eu apostaria mais no interesse dos fundos de private equity pelas corretoras e plataformas independentes", disse Nascif Neto, da Órama.

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