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Conheça o CEO que abandonou o posto para ser um pai melhor

Presidente da MongoDB comunicou nesta semana, por meio meu de seu blog, que deixará o cargo para poder se dedicar mais à família

Paternidade: aos homens, dificuldade em conciliar filhos e trabalho não é muito questionada (Stock.Xchange)

Luísa Melo

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 18h02.

São Paulo - Histórias de executivas bem-sucedidas que deixaram tudo para trás ou botaram o pé no freio na carreira para cuidar dos filhos não são incomuns. Exatamente por esse motivo, muitas empresas tem criado benefícios exclusivos para ajudar suas funcionárias a conciliarem trabalho e vida pessoal.

Nesta semana, porém, foi um homem que decidiu abrir mão de seu cargo de CEO para ser um pai melhor.  Na terça-feira, Max Schireson, presidente da MongoDB - uma fornecedora de banco de dados que tem clientes como IBM, Intel e Cisco - comunicou em seu blog que deixaria o posto para poder estar mais próximo da família .  A decisão foi bastante repercutida na mídia internacional.

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No post, entitulado "Por que estou deixando o melhor emprego da minha vida", o executivo ironizou o fato de nunca ter sido questionado sobre a paternidade. "Como um CEO do sexo masculino, tenho sido perguntado sobre qual tipo carro eu dirijo ou de que estilo de música eu gosto, mas nunca sobre como eu balanceio as demandas de ser um pai e um CEO", escreveu.

Schireson tem três filhos (de 9, 12 e 14 anos) que vivem com sua esposa em Palo Alto, no estado da Califórnia, nos EUA. A maioria das atividades da MongoDB, porém, são baseadas em Nova York. Por conta disso,  ele precisava viajar entre as duas cidades a cada duas ou três semanas, além dos deslocamentos a trabalho.

"Durante essas viagens, tenho perdido muitos momentos de diversão da minha família, e talvez mais importante que isso, eu não estava com as minhas crianças quando nosso cachorro foi atropelado por um carro ou quando meu filho precisou de uma cirurgia (pequena, bem-sucedida e, é claro, não esperada)", disse no texto.

Na postagem, ele diz que sua esposa também tem uma carreira importante como médica e professora na Universidade de Stanford e que nunca poderá compensá-la por conseguir se dedicar aos filhos, mesmo com tanto trabalho.

"Ela é uma mãe fantástica, brilhante, linda e infinitamente paciente comigo. Eu a amo, eu estarei infinitamente em débito com ela por ter encontrado um jeito de manter a família unida apesar das minhas viagens loucas. Eu não deveria continuar a abusar da paciência dela", brincou.

Na carta, ele afirma que dentro de cerca de um mês passará o comando da companhia para outra pessoa e que estará ao lado desse profissional para ajudar no que for preciso "em tempo integral, mas não em tempo integral louco".

"Eu reconheço que ao escrever isso devo estar me desqualificando para um papel de CEO no futuro. Isso vai me custar dezenas de milhões de dólares um dia? Talvez. Mas a vida é feita de escolhas. Agora, eu escolhi passar mais tempo com a minha família e estou confiante de que posso continuar tendo uma atuação significativa e gratificante no trabalho fazendo isso".

O executivo também falou sobre a dificuldade de tomar a decisão. "No princípio, pareceu uma escolha difícil, mas quanto mais eu abraço essa escolha, mais convencido eu estou de que ela é a certa".

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