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Confirmado pagamento a ex-diretor no caso Alstom

Cópia de ordem bancária comprova a transferência de US$ 103,5 mil para a conta de titularidade do ex-diretor da CPTM

CPTM: a suspeita é de que o ex-diretor teria recebido propina para firmar contratos relativos a projetos de transporte pela CPTM à Alstom (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2013 às 09h00.

São Paulo - Cópia de ordem bancária que a Suíça enviou ao Brasil há um mês comprova a transferência de US$ 103,5 mil para a conta Milmar, alojada no Credit Suisse de Zurique e de titularidade do ex-diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos ( CPTM ), engenheiro João Roberto Zaniboni.

O depósito em favor do executivo foi realizado em 27 de abril de 2000 - quando ele exercia o cargo na estatal paulista -, por orientação da Gantown Consulting S.A.

Offshore sediada em Montevidéu, Uruguai, a Gantown é controlada pelo lobista Arthur Gomes Teixeira, apontado pelo Ministério Público como pagador de propinas da multinacional francesa Alstom , dentro do esquema do cartel dos trens suspeito de atuar nos governos tucanos no Estado de São Paulo.

A investigação revela que a Gantown era titular da conta Rockhouse, na mesma instituição financeira em Zurique que abrigava a conta 180636-Milmar. O documento bancário agora encartado nas investigações do Ministério Público no Brasil é um manuscrito por meio do qual a offshore solicita transferência daquele valor.

A prova põe em xeque a versão de Zaniboni que, em depoimento à força-tarefa do Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, afirmou ter realizado serviços de consultoria para Teixeira antes de assumir o cargo de diretor de manutenção da CPTM. Ele ocupou o posto durante parte dos governos do PSDB de Mário Covas e Geraldo Alckmin.

Zaniboni disse que "não tem cópia" do contrato com Teixeira. Questionado sobre outras consultorias que teria feito, ele disse que trabalhou apenas para o lobista da Alstom.

Consultoria. Outro documento apreendido pela Suíça confirma a parceria da offshore com a Alstom - em 3 de setembro de 1999 elas fecharam acordo de consultoria em contrato da multinacional com a CPTM para reforma e melhorias de 129 vagões.

A Milmar recebeu depósitos que somaram US$ 836 mil, entre 1999 e 2002. Outra parte desse valor foi remetida para Zaniboni por ordem de outra offshore, a GHT Consulting S/A, também controlada por Teixeira. Todos os ativos migraram em 2007 para a conta de uma filha de Zaniboni, em Nova York.

A Suíça abriu investigação de polícia criminal e analisou as movimentações financeiras das offshores e de Zaniboni. "As análises de fluxos revelaram que fundos foram transferidos a João Roberto Zaniboni", descreve relatório do Ministério Público da Confederação (MPC) suíça. "Este cidadão era, naquela altura, manifestamente diretor no âmbito da CPTM."

Ao examinar o ingresso de valores na conta de Zaniboni, a Suíça ressaltou: "Há uma forte suspeita de que esses pagamentos foram efetuados em relação com a atribuição de contratos relativos a projetos de transporte pela CPTM à Alstom."

O advogado Luiz Fernando Pacheco rechaça a suspeita. "(Zaniboni) é um técnico. Recebeu o dinheiro pela consultoria que prestou a Arthur Teixeira e a outras pessoas, quando ainda não ocupava o cargo na CPTM."

A Alstom informa que está colaborando com as investigações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O depósito em favor do executivo foi realizado em 27 de abril de 2000 - quando ele exercia o cargo na estatal paulista -, por orientação da Gantown Consulting S.A.

Offshore sediada em Montevidéu, Uruguai, a Gantown é controlada pelo lobista Arthur Gomes Teixeira, apontado pelo Ministério Público como pagador de propinas da multinacional francesa Alstom , dentro do esquema do cartel dos trens suspeito de atuar nos governos tucanos no Estado de São Paulo.

A investigação revela que a Gantown era titular da conta Rockhouse, na mesma instituição financeira em Zurique que abrigava a conta 180636-Milmar. O documento bancário agora encartado nas investigações do Ministério Público no Brasil é um manuscrito por meio do qual a offshore solicita transferência daquele valor.

A prova põe em xeque a versão de Zaniboni que, em depoimento à força-tarefa do Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, afirmou ter realizado serviços de consultoria para Teixeira antes de assumir o cargo de diretor de manutenção da CPTM. Ele ocupou o posto durante parte dos governos do PSDB de Mário Covas e Geraldo Alckmin.

Zaniboni disse que "não tem cópia" do contrato com Teixeira. Questionado sobre outras consultorias que teria feito, ele disse que trabalhou apenas para o lobista da Alstom.

Consultoria. Outro documento apreendido pela Suíça confirma a parceria da offshore com a Alstom - em 3 de setembro de 1999 elas fecharam acordo de consultoria em contrato da multinacional com a CPTM para reforma e melhorias de 129 vagões.

A Milmar recebeu depósitos que somaram US$ 836 mil, entre 1999 e 2002. Outra parte desse valor foi remetida para Zaniboni por ordem de outra offshore, a GHT Consulting S/A, também controlada por Teixeira. Todos os ativos migraram em 2007 para a conta de uma filha de Zaniboni, em Nova York.

A Suíça abriu investigação de polícia criminal e analisou as movimentações financeiras das offshores e de Zaniboni. "As análises de fluxos revelaram que fundos foram transferidos a João Roberto Zaniboni", descreve relatório do Ministério Público da Confederação (MPC) suíça. "Este cidadão era, naquela altura, manifestamente diretor no âmbito da CPTM."

Ao examinar o ingresso de valores na conta de Zaniboni, a Suíça ressaltou: "Há uma forte suspeita de que esses pagamentos foram efetuados em relação com a atribuição de contratos relativos a projetos de transporte pela CPTM à Alstom."

O advogado Luiz Fernando Pacheco rechaça a suspeita. "(Zaniboni) é um técnico. Recebeu o dinheiro pela consultoria que prestou a Arthur Teixeira e a outras pessoas, quando ainda não ocupava o cargo na CPTM."

A Alstom informa que está colaborando com as investigações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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