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Concorrência com as teles pode turvar cenário para TV paga

Brasil fechou o primeiro trimestre com 4,22 milhões de clientes de televisão por assinatura

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

O número de assinantes de televisão paga no Brasil chegou a 4,22 milhões no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 11% em relação aos 3,8 milhões verificados no mesmo período de 2005, revelou a Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA). Já a oferta de acesso em alta velocidade à internet por parte das operadoras de televisão paga deu um salto de 101%, chegando a 789 milhões de assinaturas. O faturamento do setor cresceu 20%, para 1,3 bilhão de reais, nos primeiros três meses de 2006.

O desempenho foi considerado bom por Christopher Torto, presidente da ABTA. Há, no entanto, uma sombra pairando sobre as perspectivas futuras do setor: a concorrência com as operadoras de telecomunicações. Assim como as empresas de cabo estão oferecendo acesso à internet e telefonia, as teles começam a preparar suas ofertas de vídeo.

Em mais um sinal da rivalidade entre esses dois setores, a operadora de cabo Net e a Oi, braço de telefonia celular da Telemar, vão disputar amanhã (27/07) o leilão da Way Brasil, que oferece TV paga e internet de alta velocidade em Minas Gerais. A ABTA não descarta que haja irregularidade na participação da Oi, já que a Lei do Cabo restringe a participação no setor das concessionárias de telefonia que já atuem com serviços de voz e dados na mesma região - e Minas Gerais faz parte da área de cobertura da Telemar.

Segundo projeções da consultoria PTS, o número de clientes das operadoras de TV por assinatura chegará a 4,4 milhões até o final deste ano, 4,85 milhões no final de 2007 e 6,4 milhões em 2011 dentro do cenário considerado mais provável. Mas a competição com as empresas de telecomunicações levou a PTS a traçar também um cenário pessimista, em que outras formas de acesso de vídeo e conteúdo televisivo cresceriam rapidamente.

Nesse caso, a projeção para este ano fica em 4,2 milhões, enquanto até o final de 2007 seriam 4,4 milhões de clientes. De acordo com a projeção pessimista - que o diretor executivo da PTS, Otávio Jardanovski, disse achar pouco provável -, em 2011 o mercado das operadoras de TV paga teria retrocedido a 4,2 milhões de assinantes, o mesmo patamar de hoje. Em um cenário otimista, seriam 7,6 milhões de assinantes dentro de cinco anos.

"Todas as operadoras de telecomunicações vão entrar no mercado de vídeo. Não estamos contra isso, desde que elas sigam as regras do setor. Já competimos na oferta de banda larga e temos bons resultados", disse Torto. "Não podemos lutar contra uma tendência mundial."

Alexandre Annenberg, diretor-executivo da ABTA, acredita ser possível chegar a modelos de cooperação com as teles, embora não saiba ainda como isso poderia ser feito. "Há empresas que criam conteúdo, outras que transportam e outras que distribuem", disse. "Não acreditamos que uma só companhia faça tudo verticalmente. Nós somos distribuidores. Nosso grande negócio é o contato com o cliente, os serviços de instalação e o atendimento. É aí que vamos nos diferenciar."

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