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Concessionária do Maracanã reafirma validade do acordo

Empresa apresentou propostas para viabilizar o negócio mediante cessão de área para construir uma espécie de centro temático do futebol

Vista do Maracanã, também conhecido como estádio Mario Filho, com o Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 22h41.

Rio - A Maracanã Entretenimento, concessionária que ganhou, no governo Sérgio Cabral Filho (PMDB), o direito de administrar o Estádio Mário Filho, entregou nesta segunda-feira ao governo do Rio documento em que reafirma seu entendimento de que o contrato de concessão para gestão do Maracanã e do Maracanãzinho continua válido.

A empresa, segundo apurou a reportagem, também apresentou propostas para viabilizar o negócio - que ganhou por 35 anos - mediante cessão de área para construir uma espécie de centro temático do futebol.

As proposições envolvem a construção de restaurantes, lojas de conveniência, um museu multimídia e área verde - ancorando marcas globais e possivelmente com participação dos quatro grandes clubes cariocas, -, a ser erguido ao lado da Quinta da Boa Vista, ligando-se ao Maracanã por passarela sobre a via férrea.

Seria abandonada a intenção da prefeitura de fazer, na mesma região, originalmente pertencente ao Exército Brasileiro, o Parque Glaziou, com 85 mil metros quadrados.

O modelo dos projetos protocolados à tarde no governo estadual é o ginásio Staples Center, localizado em Los Angeles, na Califórnia, e administrado pela AEG, também uma das acionistas da concessionária do Maracanã.

Foi a saída encontrada pela empresa para tentar compensar a perda das áreas onde ficam o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare, cuja demolição, para dar lugar a empreendimentos comerciais e a um estacionamento, foi cancelada pelo governo estadual.

O cancelamento aconteceu depois da queda de popularidade de Cabral, posterior às manifestações de junho e após o início da campanha de protestos pedindo o seu impeachment, marcada por confrontos entre ativistas e a Polícia Militar.

O objetivo da concessionária é fazer um centro de convivência, com uma praça de alimentação com restaurantes temáticos e lojas-conceito que vendam produtos de marcas fortes, todas ligadas ao futebol. O atual Museu do Futebol, que fica no Maracanã, teria o seu acervo transferido para o novo museu, que passaria a ter perfil parecido com seu congênere no Pacaembu.


Iriam para a nova construção as marcas dos pés de grandes craques gravadas em cimento, a estátua de Zico, o busto de Garrincha, a placa do gol mil de Pelé. Vasco, Fluminense, Botafogo e Flamengo seriam convidados a participar do novo projeto. Também a seleção brasileira poderia ser chamada a integrar o novo projeto, que agora depende da aquiescência do governo estadual. Um estacionamento também seria construído, possivelmente com vagas subterrâneas.

O governo do Rio informou oficialmente no fim da tarde desta segunda-feira não ter prazo para responder à proposta da concessionária. Uma das possibilidades seria a administração pública retomar o Maracanã, o que implicaria despesas.

Calcula-se entre acionistas da concessionária que o Estado teria despesas de cerca de R$ 2,6 bilhões, ao longo dos próximos 35 anos, somando-se, a reais de 2013, o que deixaria de receber com o aluguel às despesas de manutenção. Antes da concessão, o Estádio Mário Filho foi reformado por R$ 1,2 bilhão. O custo da reforma e o alto preço dos ingressos têm gerado críticas ao governador.

Ato

Cerca de 50 pessoas fizeram manifestação na noite desta segunda-feira na porta do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, contra a "privatização", como alegaram os ativistas, do Maracanã.

Depois de se concentrarem a partir do fim da tarde na praia de Botafogo, na zona sul da cidade, na porta do Centro Empresarial Botafogo, onde fica a sede da empreiteira Odebrecht, acionista majoritária da Maracanã Entretenimento, os manifestantes interromperam o trânsito para seguir pelo Viaduto San Thiago Dantas e pela rua Pinheiro Machado.

Policiais militares escoltaram os manifestantes, e integrantes do Batalhão de Polícia de Choque esperavam a manifestação no Palácio Guanabara com escudos e cassetetes. Houve alguma tensão quando policiais obrigaram dois jovens encapuzados a mostrar seus rostos, suas carteiras de identidade e o conteúdo de suas mochilas.

"Sem esculacho!" e "Não tem arreglo!", gritaram os manifestantes. Os jovens, porém, foram liberados ali mesmo, depois da intervenção da advogada Luísa Maranhão. Às 20 horas, o ato foi encerrado, pacificamente e sem incidentes. A Maracanã Entretenimento emitiu nota, afirmando que o Maracanã não foi privatizado e dizendo que o estádio tem "espaços democraticamente setorizados".

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Rio - A Maracanã Entretenimento, concessionária que ganhou, no governo Sérgio Cabral Filho (PMDB), o direito de administrar o Estádio Mário Filho, entregou nesta segunda-feira ao governo do Rio documento em que reafirma seu entendimento de que o contrato de concessão para gestão do Maracanã e do Maracanãzinho continua válido.

A empresa, segundo apurou a reportagem, também apresentou propostas para viabilizar o negócio - que ganhou por 35 anos - mediante cessão de área para construir uma espécie de centro temático do futebol.

As proposições envolvem a construção de restaurantes, lojas de conveniência, um museu multimídia e área verde - ancorando marcas globais e possivelmente com participação dos quatro grandes clubes cariocas, -, a ser erguido ao lado da Quinta da Boa Vista, ligando-se ao Maracanã por passarela sobre a via férrea.

Seria abandonada a intenção da prefeitura de fazer, na mesma região, originalmente pertencente ao Exército Brasileiro, o Parque Glaziou, com 85 mil metros quadrados.

O modelo dos projetos protocolados à tarde no governo estadual é o ginásio Staples Center, localizado em Los Angeles, na Califórnia, e administrado pela AEG, também uma das acionistas da concessionária do Maracanã.

Foi a saída encontrada pela empresa para tentar compensar a perda das áreas onde ficam o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare, cuja demolição, para dar lugar a empreendimentos comerciais e a um estacionamento, foi cancelada pelo governo estadual.

O cancelamento aconteceu depois da queda de popularidade de Cabral, posterior às manifestações de junho e após o início da campanha de protestos pedindo o seu impeachment, marcada por confrontos entre ativistas e a Polícia Militar.

O objetivo da concessionária é fazer um centro de convivência, com uma praça de alimentação com restaurantes temáticos e lojas-conceito que vendam produtos de marcas fortes, todas ligadas ao futebol. O atual Museu do Futebol, que fica no Maracanã, teria o seu acervo transferido para o novo museu, que passaria a ter perfil parecido com seu congênere no Pacaembu.


Iriam para a nova construção as marcas dos pés de grandes craques gravadas em cimento, a estátua de Zico, o busto de Garrincha, a placa do gol mil de Pelé. Vasco, Fluminense, Botafogo e Flamengo seriam convidados a participar do novo projeto. Também a seleção brasileira poderia ser chamada a integrar o novo projeto, que agora depende da aquiescência do governo estadual. Um estacionamento também seria construído, possivelmente com vagas subterrâneas.

O governo do Rio informou oficialmente no fim da tarde desta segunda-feira não ter prazo para responder à proposta da concessionária. Uma das possibilidades seria a administração pública retomar o Maracanã, o que implicaria despesas.

Calcula-se entre acionistas da concessionária que o Estado teria despesas de cerca de R$ 2,6 bilhões, ao longo dos próximos 35 anos, somando-se, a reais de 2013, o que deixaria de receber com o aluguel às despesas de manutenção. Antes da concessão, o Estádio Mário Filho foi reformado por R$ 1,2 bilhão. O custo da reforma e o alto preço dos ingressos têm gerado críticas ao governador.

Ato

Cerca de 50 pessoas fizeram manifestação na noite desta segunda-feira na porta do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, contra a "privatização", como alegaram os ativistas, do Maracanã.

Depois de se concentrarem a partir do fim da tarde na praia de Botafogo, na zona sul da cidade, na porta do Centro Empresarial Botafogo, onde fica a sede da empreiteira Odebrecht, acionista majoritária da Maracanã Entretenimento, os manifestantes interromperam o trânsito para seguir pelo Viaduto San Thiago Dantas e pela rua Pinheiro Machado.

Policiais militares escoltaram os manifestantes, e integrantes do Batalhão de Polícia de Choque esperavam a manifestação no Palácio Guanabara com escudos e cassetetes. Houve alguma tensão quando policiais obrigaram dois jovens encapuzados a mostrar seus rostos, suas carteiras de identidade e o conteúdo de suas mochilas.

"Sem esculacho!" e "Não tem arreglo!", gritaram os manifestantes. Os jovens, porém, foram liberados ali mesmo, depois da intervenção da advogada Luísa Maranhão. Às 20 horas, o ato foi encerrado, pacificamente e sem incidentes. A Maracanã Entretenimento emitiu nota, afirmando que o Maracanã não foi privatizado e dizendo que o estádio tem "espaços democraticamente setorizados".

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