Companhia aérea vende passagens para sobrevoar Chernobyl por R$ 592
Roteiro sobre ruínas tem duração de 90 minutos e acontecerá às vésperas dos 35 anos desde o acidente
Gabriel Aguiar
Publicado em 17 de abril de 2021 às 08h00.
Última atualização em 17 de abril de 2021 às 09h31.
Já pensou em fazer uma viagem sobre a antiga usina de Chernobyl, na Ucrânia? Quem propõe o roteiro inusitado é a companha aérea Ukraine International Airlines, que programou o passeio para as vésperas dos 35 anos desde o maior acidente nuclear da história. Essa será a terceira vez que acontece o passeio sobre as ruínas da cidade, desabitada desde 1986, e também pelas redondezas.
Para essa jornada, a empresa escolheu o Embraer E195, aeronave brasileira com capacidade para levar 116 passageiros. Com saída do Aeroporto Internacional Boryspil, na capital Kiev, a viagem terá duração de 90 minutos, o que também inclui passagens panorâmicas sobre o rio Dnipro, a cidade de Pripyat – a mais próxima de onde está a usina desativada – e, é claro, a área de Chernobyl.
Sobre o Reator 4, que explodiu e lançou material radioativo por extensas áreas da Europa, foi instalada uma estrutura de 36 mil toneladas que custou 1,5 milhão de euros e precisou de nove anos para ficar pronta. Mas, apesar de projetado para conter a propagação da contaminação, não é permitido voar a menos de 900 metros de altitude. E é justamente o limite previsto pela Ukraine.
Os bilhetes para esse roteiro especial são limitados e estão à venda por 2.970 grívnias, equivalente a 592 reais na cotação atual, para ida e volta. Além da viagem sobre a famosa região, o pacote inclui passeio na cabine do Boeing 777 que pertence à companhia (maior aeronave bimotor da atualidade), sessão de perguntas e respostas com a equipe de pilotos, bem como um sorteio de prêmios.
Vale lembrar que a região de Chernobyl é uma das mais restritas do mundo e, até hoje, oferece riscos a quem se aproximar. Por esse motivo, existe uma área com raio de 30 km em torno das ruínas da usina que é considerada a zona de exclusão. Neste perímetro, poucas pessoas têm permissão de permanecer, dependendo dos níveis de radiação, e trabalhadores podem morar a até 15 km.]