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Companhia aérea de Richard Branson, Virgin Atlantic declara falência

A Delta, que detém 49% da companhia, não pode salvá-la, pois as leis de propriedade estrangeira do Reino Unido impediriam o aumento da participação

Richard Branson, dono da Virgin Atlantic: bilionário ofereceu sua ilha particular como garantia de um empréstimo (Getty Images/EXAME.com/Getty Images)
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Natália Flach

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 18h09.

Última atualização em 4 de agosto de 2020 às 18h18.

"O mundo das companhias aéreas não havia mudado muito. Passagens caras, com pouca ênfase nas necessidades dos clientes. Era uma experiência cinzenta e chata. Até que chegou a hora de alguém entrar e agitar as coisas." Esse alguém era a companhia aérea Virgin Atlantic , fundada pelo bilionário Richard Branson . A descrição, em seu site, no entanto, precisa ser atualizada. Nesta terça-feira, 4, a empresa que deveria agitar as coisas entrou com pedido de falência.

A companhia aérea deu entrada no capítulo 15 em Nova York, de acordo com informações da Business Insider. O capítulo 15 é uma forma de falência projetada para casos que envolvem vários países. Ele fornece um mecanismo para empresas estrangeiras em processo de falência em seu próprio país para acessar o sistema judicial dos Estados Unidos. Protege efetivamente os ativos da Virgin nos Estados Unidos dos credores, enquanto um tribunal do Reino Unido supervisiona as reivindicações.

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Fundada em 1984 em Londres, a Virgin Atlantic opera exclusivamente rotas internacionais. Suspendeu todas as operações em abril, quando a pandemia de coronavírus provocou um colapso na demanda de viagens, e retomou os voos em julho.

Chegou a anunciar um pacote de resgate privado de 1,2 bilhão de libras (1,57 bilhão de dólares), mas não finalizou o acordo. A companhia aérea chegou a pedir anteriormente, sem sucesso, um resgate do governo britânico. Branson também ofereceu sua ilha particular como garantia para um resgate ou empréstimo.

Nem mesmo a Delta, que detém 49% da companhia, pretende injetar dinheiro para salvar a Virgin Atlantic de uma possível reestruturação de falência. Isso porque as leis de propriedade estrangeira do Reino Unido impediriam a empresa ou qualquer outro investidor estrangeiro de aumentar sua participação.

Não à toa, na terça-feira da semana passada, a Virgin Atlantic disse durante uma audiência em Londres que ficaria sem dinheiro em setembro, informou a Bloomberg. O processo nos Estados Unidos parece estar vinculado à audiência de Londres, segundo a Business Insider, na qual um juiz deu o aval para uma reunião permitindo que os credores votassem no plano de reestruturação.

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