Como se faz a bala Butter Toffees da Arcor
A fábrica que produz as guloseimas fica em Rio das Pedras, interior de São Paulo, e é uma das mais antigas da Arcor
Karin Salomão
Publicado em 19 de agosto de 2016 às 10h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h09.
São Paulo – A Butter Toffees produz 13 sabores diferentes de balas grandes de caramelo, que derretem na boca e grudam nos dentes. A marca pertence à Arcor, que também fabrica a 7 Belo, o chicle Big Big, a bolacha Triunfo, o chocolate Tortuguita, entre outros produtos. A fábrica responsável pelas balas Butter Toffees fica em Rio das Pedras, interior de São Paulo, onde são feitas balas, pirulitos e chicles do grupo. Por isso, o local cheira a morango, chocolate, leite condensado e até limão, tudo ao mesmo tempo. Exame.com visitou o local para ver como se faz a bala Butter Toffees. Confira o processo nas imagens acima.
A fábrica funciona durante o dia inteiro em 3 turnos de trabalho, quase todos os dias da semana. Ela fica fechada aos domingos e os sábados são reservados para a limpeza geral pesada de todos os equipamentos. O processo de fabricação das balas Butter Toffees começa com a chegada dos ingredientes. Toneladas de açúcar, leite, manteiga e óleo de palmiste, que é derivado da amêndoa da palma, aguardam no estoque para serem utilizados.
Antes de ser adicionada aos outros ingredientes, a manteiga precisa ser derretida em uma espécie de forno. O bloco do ingrediente é colocado sobre uma grade quente e o líquido escorrega para o compartimento de baixo. O óleo de palmiste, que também chega em blocos sólidos, é derretido em um equipamento à parte.
A manteiga, sal, óleo e alguns aditivos passam pela pré-mistura, que irá produzir a primeira base do doce. Se a fábrica pulasse essa etapa e adicionasse todos os ingredientes de uma vez em um grande tonel, a massa não ficaria lisa e homogênea, mas sim cheia de grumos, pedaços de ingredientes que não foram misturados corretamente. Os aditivos, principalmente emulsificantes, também têm o papel de unificar a massa. Como o caramelo é formado por uma parte aquosa e outra oleosa, o insumo é indispensável para que esses dois universos coexistam na mesma bala.
A pré-mistura chega a um tanque muito maior. Aqui, água, leite, açúcar, cacau e glucose são acrescentados com a ajuda de um dosador automático. A partir daqui, já não há mais qualquer contato humano no preparo.
A primeira versão da calda de caramelo ainda contém muita água. Branca e quase sem cheiro, em nada lembra a guloseima. A massa é agitada nesse tanque por alguns minutos até que engrosse e alcance a textura correta.
Antes de ir para a próxima etapa, o caldo passa por dois filtros muito finos, de apenas meio milímetro, que irão eliminar qualquer impureza. Esses filtros chamam pontos críticos de controle, e são uma das etapas para verificar a segurança e qualidade do alimento.
O cozimento da massa ocorre em um tanque imenso. Uma grande pá raspa o interior do tanque continuamente para garantir que o doce cozinhe por igual. Para chegar ao topo, é preciso subir uma escada. Nessa parte da fábrica, onde há apenas maquinário e funcionários não têm acesso, o ar é mais quente e extremamente cheiroso. A massa já começa a ganhar cor e aroma mais pronunciados, muito parecido com leite condensado. O produto fica nesse tanque por cerca de 10 minutos a 120°C.
Para finalizar o processo de caramelização da massa, ela passa por 4 tanques menores e compridos, nos quais a temperatura aumenta gradativamente.
Todas essas etapas são para que a reação química entre a proteína do leite e o açúcar ocorra por completo.
Na foto, a massa já está pronta para ser inserida na forma das balas, com uma cor muito mais parecida com o produto final.
No dia da visita de Exame.com à fábrica, essa linha estava produzindo a bala Butter Toffees com recheio de chocolate. Esse ingrediente já chega pronto à fábrica e é apenas armazenado até poder ser utilizado. O caramelo e o chocolate são bombeados ao mesmo tempo dentro do molde de bala.
Os moldes de silicone com os docinhos recheados passarão por uma esteira de 25 metros em um túnel de resfriamento. Para economizar espaço na fábrica, a esteira vai e retorna pelo mesmo caminho.
Na volta, o molde de silicone é apertado por expulsores, ferramentas como dedos que retiram a bala da forma. Nessa etapa, ela ainda está morna e muito mais macia do que a que se compra no supermercado. O sabor é suave e a bala derrete com mais facilidade na boca.
Como é possível ver na imagem, a bala sai perfeitamente oval e lisa do molde de silicone. No entanto, com a pressão da embalagem no caramelo macio e o movimento no transporte, ela fica amassada de um jeito bem característico. Tereza Cortelazzi, gerente de pesquisa e desenvolvimento que está na Arcor já mais de 20 anos, afirma que a empresa até estudou maneiras de impedir que a bala amassasse. No entanto, não houve interesse dos consumidores já que o formato lembra as antigas balas artesanais.
Depois de saírem da forma, os doces são direcionados para uma das seis máquinas embaladoras, que irão colocá-las nas embalagens individuais. A capacidade da fábrica é de produzir 58 mil toneladas de guloseimas, no total, por ano.
A máquina embaladora separa cada um dos produtos em pequenos nichos e os coloca em papéis metálicos com uma velocidade impressionante. A unidade mais rápida é capaz de processar 84.000 balas por hora. Isso dá 1.400 por minuto ou 23 por segundo.
Aqui estão as balas Butter Toffees com recheio de chocolate quase prontas. Outra máquina ainda irá montar os pacotes que serão enviados a lojas e supermercados.