Como o sonho da Boeing com o Dreamliner virou pesadelo
Maior aposta da companhia, o modelo 787, da família Dreamliner, está proibida de decolar no mundo até que a Boeing prove que ela é realmente segura
Daniela Barbosa
Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 08h29.
São Paulo – Os aviões 787 da família Dreamliner estão proibidos de voar em todo o mundo até que a Boeing consiga provar que eles são realmente seguros. O impedimento foi determinado pela Autoridade Federal de Aviação (FAA), dos Estados Unidos , após uma série de acidentes acontecer quase que simultaneamente com diferentes companhias aéreas que voam com o modelo.
Somente na última semana, incêndios ocorreram nos 787 de duas companhias japonesas, entre elas, a All Nippon Airways – maior cliente da Boeing, com uma encomenda de mais de 60 aeronaves. Ainda não se sabe as causas exatas dos incidentes, mas, em ambos os casos, as baterias de lítio das aeronaves pegaram fogo sem um motivo aparente.
Segundo especialistas ouvidos pela imprensa internacional, o modelo Dreamliner é um avião incomum, pois depende muito de energia elétrica para a maioria de suas funções e é alimentado por baterias. Normalmente, boa parte dos aviões combina energia elétrica e motorização para operar, o que o torna menos eficiente, porém mais seguro.
No passado, outras companhias de diferentes segmentos tiveram problemas com produtos que utilizavam o mesmo tipo de bateria usada pela Boeing, no 787. A Lenovo, IBM, Dell e Apple viram seus computadores explodirem por conta da bateria de lítio, já a General Motors e a Toyota viram seus carros elétricos pegarem fogo pela mesma razão.
O que a Boeing diz
A Boeing, por meio de nota, reconheceu o problema e se mostrou comprometida em tentá-lo resolver o quanto antes. No entanto, reiterou que os modelos Dreamliner são seguros . “Neste momento, a segurança dos passageiros e tripulantes que voam a bordo de aviões Boeing é a nossa maior prioridade. Estamos confiantes de que o 787 é seguro e vamos provar a sua integridade”, afirmou Jim McNerney, CEO da Boeing, em comunicado.
Há quem diga que a responsabilidade maior do problema seja da FAA, que testou por mais de 200 horas o avião antes de ele começar a ser comercializado no mercado e não detectou nenhum problema. Uma fonte ouvida pelo Wall Street Journal afirmou que o órgão, normalmente, terceiriza esse tipo de serviço e por isso a inspeção não foi tão rigorosa. A entidade, no entanto, se defendeu alegando que todas as fiscalizações são extremamente rigorosos.
Maior aposta da Boeing
Independente de quem seja a culpa, o maior prejuízo, sem dúvida, ficará para a Boeing. Isso porque, além das 50 aeronaves 787 que já estão em circulação, outras 360 encomendas ainda precisam ser entregues às companhias aéreas. Diante da situação, a fabricante suspendeu a produção dos novos aviões até que o caso seja solucionado.
O Dreamliner era a grande aposta da Boeing para ganhar mercado da sua principal concorrente, a Airbus, no segmento de longo alcance e com capacidade entre 210 e 330 passageiros. Com uma tecnologia ímpar, os aviões 787 foram os primeiros a serem fabricados com material composto e fibra de carbono, o que a torna as aeronaves mais leves e rápidas.
Segundo a empresa, esse tipo de avião é capaz de economizar até 20% os gastos com combustíveis e ser 60% mais silencioso do que qualquer outro jato, mas a segurança, no entanto, pode ser questionada.
Veja, a seguir, os pedidos e as entregas do 787 Dreamliner, da Boeing:
Companhias aéreas | Pedidos | Entregues |
---|---|---|
ILFC | 74 | 0 |
All Nippon Airways | 66 | 17 |
United Airlines | 50 | 6 |
Japan Airlines | 45 | 7 |
American Airlines | 42 | 0 |
Etihad Airways | 41 | 0 |
Qatar Airways | 30 | 5 |
Air India | 27 | 6 |
Air Canada | 27 | 0 |
LAN Airlines | 26 | 3 |
Air France-KLM | 25 | 0 |
Fonte: Boeing |
São Paulo – Os aviões 787 da família Dreamliner estão proibidos de voar em todo o mundo até que a Boeing consiga provar que eles são realmente seguros. O impedimento foi determinado pela Autoridade Federal de Aviação (FAA), dos Estados Unidos , após uma série de acidentes acontecer quase que simultaneamente com diferentes companhias aéreas que voam com o modelo.
Somente na última semana, incêndios ocorreram nos 787 de duas companhias japonesas, entre elas, a All Nippon Airways – maior cliente da Boeing, com uma encomenda de mais de 60 aeronaves. Ainda não se sabe as causas exatas dos incidentes, mas, em ambos os casos, as baterias de lítio das aeronaves pegaram fogo sem um motivo aparente.
Segundo especialistas ouvidos pela imprensa internacional, o modelo Dreamliner é um avião incomum, pois depende muito de energia elétrica para a maioria de suas funções e é alimentado por baterias. Normalmente, boa parte dos aviões combina energia elétrica e motorização para operar, o que o torna menos eficiente, porém mais seguro.
No passado, outras companhias de diferentes segmentos tiveram problemas com produtos que utilizavam o mesmo tipo de bateria usada pela Boeing, no 787. A Lenovo, IBM, Dell e Apple viram seus computadores explodirem por conta da bateria de lítio, já a General Motors e a Toyota viram seus carros elétricos pegarem fogo pela mesma razão.
O que a Boeing diz
A Boeing, por meio de nota, reconheceu o problema e se mostrou comprometida em tentá-lo resolver o quanto antes. No entanto, reiterou que os modelos Dreamliner são seguros . “Neste momento, a segurança dos passageiros e tripulantes que voam a bordo de aviões Boeing é a nossa maior prioridade. Estamos confiantes de que o 787 é seguro e vamos provar a sua integridade”, afirmou Jim McNerney, CEO da Boeing, em comunicado.
Há quem diga que a responsabilidade maior do problema seja da FAA, que testou por mais de 200 horas o avião antes de ele começar a ser comercializado no mercado e não detectou nenhum problema. Uma fonte ouvida pelo Wall Street Journal afirmou que o órgão, normalmente, terceiriza esse tipo de serviço e por isso a inspeção não foi tão rigorosa. A entidade, no entanto, se defendeu alegando que todas as fiscalizações são extremamente rigorosos.
Maior aposta da Boeing
Independente de quem seja a culpa, o maior prejuízo, sem dúvida, ficará para a Boeing. Isso porque, além das 50 aeronaves 787 que já estão em circulação, outras 360 encomendas ainda precisam ser entregues às companhias aéreas. Diante da situação, a fabricante suspendeu a produção dos novos aviões até que o caso seja solucionado.
O Dreamliner era a grande aposta da Boeing para ganhar mercado da sua principal concorrente, a Airbus, no segmento de longo alcance e com capacidade entre 210 e 330 passageiros. Com uma tecnologia ímpar, os aviões 787 foram os primeiros a serem fabricados com material composto e fibra de carbono, o que a torna as aeronaves mais leves e rápidas.
Segundo a empresa, esse tipo de avião é capaz de economizar até 20% os gastos com combustíveis e ser 60% mais silencioso do que qualquer outro jato, mas a segurança, no entanto, pode ser questionada.
Veja, a seguir, os pedidos e as entregas do 787 Dreamliner, da Boeing:
Companhias aéreas | Pedidos | Entregues |
---|---|---|
ILFC | 74 | 0 |
All Nippon Airways | 66 | 17 |
United Airlines | 50 | 6 |
Japan Airlines | 45 | 7 |
American Airlines | 42 | 0 |
Etihad Airways | 41 | 0 |
Qatar Airways | 30 | 5 |
Air India | 27 | 6 |
Air Canada | 27 | 0 |
LAN Airlines | 26 | 3 |
Air France-KLM | 25 | 0 |
Fonte: Boeing |