Negócios

Como lidar com funcionários que vão trabalhar no Carnaval

Para consultor, políticas de compensação para empregados que trabalham durante a folia são a melhor forma de motivar e garantir seu comprometimento

Fazer um agrado ao funcionário que não poderá ir para a folia é fundamental para manter a motivação (Stephanie Berghaeuser/StockXchng)

Fazer um agrado ao funcionário que não poderá ir para a folia é fundamental para manter a motivação (Stephanie Berghaeuser/StockXchng)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 11h19.

São Paulo – Nesta sexta-feira (4/3), os funcionários do hotel InterContinental Rio vão “esquentar os tamborins” na hora do almoço, para entrar em um ritmo pesado de trabalho durante os próximos dias. Com a plena consciência de que receberão 20% mais hóspedes do que o normal, por causa do feriado de Carnaval que se aproxima, eles vão aproveitar o curto horário da refeição para degustar um cardápio de “comida de botequim”, com música e decoração carnavalesca. Todo esse preparo é um esforço da direção do hotel para que aqueles que não tiveram a sorte de cair na folia por quatro dias tenham estímulos para colaborar com a festa alheia.

O presidente e sócio-fundador da consultoria de recursos humanos Doers, Marcelo Santos, afirma que atividades como essa são muito positivas para motivar os funcionários que não têm chance de folgar em feriados, principalmente o Carnaval, Natal e Réveillon. “Geralmente quem sofre não é só o funcionário, mas também a família, que não pode viajar, passar o momento com a pessoa. Mas o que a empresa pode fazer é dar uma contrapartida, mostrar simpatia e compreensão”, afirma.

Santos também diz que as empresas precisam demonstrar que se esforçam para valorizar os funcionários que estarão de plantão nessas datas festivas. Esse esforço pode ser um almoço, uma viagem de presente em outra ocasião, ou simplesmente a garantia de que, na próxima vez, o funcionário poderá aproveitar o feriadão. O hotel InterContinental Rio segue esse princípio. Segundo a Diretora de Recursos Humanos, Carmen Cenira, neste próximo feriado, 250 dos 300 funcionários vão trabalhar. “Para garantir a excelência em nosso atendimento, os colaboradores das áreas operacionais podem compensar antecipadamente as horas que trabalharão durante o feriado. Assim, aproveitamos os períodos de ocupação mais baixa para garantir que todos estarão bem dispostos durante o Carnaval”, diz. Nos cargos administrativos, a empresa tem um esquema de plantão e folga de segunda a quarta-feira.

Em um hotel, que possui épocas de menor movimento durante o ano, esse tipo de acordo com os trabalhadores é um pouco mais fácil de ser feito. Há setores, no entanto, que não podem parar, como a indústria em geral. “Em setores como o de serviços de utilidade pública, segurança, saúde, siderurgia, as pessoas entendem que precisam trabalhar, mas o diferencial é o tratamento. A empresa precisa reconhecer o esforço do funcionário e entender que a produtividade vai cair”, diz Marcelo Santos.

E não adianta forçar a barra. Segundo o consultor, a empresa que pressiona os funcionários a manter o nível de produtividade inalterado, mesmo em épocas em que as distrações são tentadoras, como o Carnaval, Copa do Mundo e fim de ano, está dando um tiro no pé. “É melhor encarar, tratar com normalidade, tratar como pessoas e não como máquinas. Nesse caso, é melhor perder a produtividade do que o comprometimento com o profissional, pois, se a empresa não se importa com seu bem-estar agora, quando ela precisar mais dele, o trabalhador não vai dar a mínima atenção”, afirma.

Acompanhe tudo sobre:Gestão de pessoasgestao-de-negociosMotivaçãoprodutividade-no-trabalhoRecursos humanos (RH)

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024