Ana Paula Bógus, CEO da Beiersdorf no Brasil: “Na América Latina, apresentamos um crescimento de 9,3% esse ano, enquanto o mundo está crescendo 6,5%. O Brasil é um dos mercados mais estratégicos da Beiersdorf e esperamos por mais em 2025” (NIVEA/Divulgação)
Repórter
Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 08h08.
Última atualização em 6 de janeiro de 2025 às 10h58.
Como gêmeos idênticos com o mesmo DNA envelhecem de forma diferente? Essa foi a pergunta que norteou um dos maiores investimentos da Beiersdorf, empresa alemã de cosméticos e cuidados pessoais, dona das marcas com Nivea e Eucerin. Essa pergunta estimulou a companhia a começar uma pesquisa em 2008 para explorar os impactos da epigenética (estudo das alterações no funcionamento dos genes causadas por fatores externos como poluição, radiação solar e hábitos pessoais).
“Com o passar dos anos, identificamos que esses fatores levam à metilação dos genes, um processo que os desliga, reduzindo a produção de colágeno, ácido hialurônico e elastina”, afirma o engenheiro químico Luiz Faria, líder de negócio da Eucerin Brasil na Beiersdorf.
A pesquisa na área de epigenética durou 15 anos e trouxe como um marco a criação do Age Clock, tecnologia patenteada pela Beiersdorf que mede a idade biológica da pele, diferentemente da idade cronológica. “Testamos mais de 50 mil ativos e chegamos ao Epicelline, um ingrediente exclusivo que reativa os genes e reverte a idade biológica da pele em até 5 anos”, afirma Faria.
Durante a pesquisa, foram realizados testes em diversas pessoas com diferentes fototipos e etnias, utilizando a tecnologia Age Clock para mensurar a idade biológica da pele antes e depois do uso do produto. A análise incluiu a avaliação de sinais como rugas, elasticidade, hidratação, textura e luminosidade da pele, afirma o engenheiro químico. “Em um dos dados apresentados, houve uma redução impressionante de 78% na profundidade das rugas”.
O Epicelline está em linha com o compromisso da Beiersdorf com a sustentabilidade, afirma Bógus. “Temos metas ambiciosas para reduzir nossas emissões de CO2 em 90% até 2045”. A meta já se reflete nos processos da empresa, que há mais de 35 anos não realiza testes em animais e criou o Epicelline derivado de uma videira chinesa.
O ingrediente Epicelline resultou no Eucerin Hyaluron-Filler Sérum Epigenetic, novo produto da empresa que traz expectativas para o negócio global. Com produção na Europa e lançamento em 50 países, o novo produto marca uma nova era para a categoria antienvelhecimento – inclusive no Brasil, afirma Bógus. “Esse é o maior investimento dos 140 anos de história da Eucerin e temos expectativas de crescimento acelerado em 2025 no Brasil”, afirma Bógus.
Além do Serum Epigenetic, a Eucerin também expandiu sua linha Anti-Pigment em 2024, com produtos contra manchas da pele que conta com o Thiamidol, outro ativo patenteado da companhia. Segundo a CEO, o Thiamidol ajudou a Eucerin a ser uma das marcas de dermocosmético que mais cresceu no Brasil, ficando atrás apenas da marca La Roche. “O Thiamidol trouxe a Eucerin para o topo de crescimento em 2024.”
Para o próximo ano a companhia alemã terá duas avenidas de crescimento, segundo Bógus. “Teremos o Thiamidol, o ativo de combate a hiperpigmentação, e o Epicelline, que é o ativo de combate à antidade. Esses serão as nossas apostas para o próximo ano”, diz a CEO que afirma que as inovações devem chegar em breve nos produtos da marca Nivea.
As apostas em inovações ajudaram a Beiersdorf a faturar globalmente 9,5 bilhões de euros em 2023, registrando um crescimento de 10,8%. Neste ano, o resultado do terceiro quarter chegou em um faturamento de 7,5 bilhões de euros. Apesar da produção do novo sérum ser na Europa, no Brasil, a companhia tem investido em novas linhas de produção. Em 2019, a companhia investiu 300 milhões de reais para começar a produção aerossol no Brasil. Já em 2022, investiu 50 milhões de reais para produzir as embalagens e os hidratantes faciais. No início de 2024, a companhia investiu 90 milhões de reais para a produção de emulsão no Brasil.
“Até o terceiro quarter deste ano já crescemos 6,5%, e a América Latina, que é o cluster que o Brasil faz parte, é um acelerador desse crescimento”, diz Bógus. “Estamos crescendo 9,3% esse ano, enquanto o mundo está crescendo 6,5%. O Brasil é um dos mercados mais estratégicos da Beiersdorf e esperamos por mais em 2025”.