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Como a reforma trabalhista ajudou a Alelo a faturar mais

Mudança na lei regulamentou benefícios que vão além dos vales refeição e transporte; com isso, a Alelo pode expandir o seu portfólio

Alelo (Germano Luders/Exame/Exame)

Alelo (Germano Luders/Exame/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 11 de setembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 11 de setembro de 2018 às 10h17.

São Paulo - A reforma trabalhista teve impacto para trabalhadores, empresas e até para companhias de benefícios. A Alelo, empresa de benefícios do Banco do Brasil e Bradesco, aproveitou a mudança para aumentar o leque dos produtos de benefícios que vende às empresas e, consequentemente, suas receitas.

Em vigor desde novembro do ano passado, as mudanças na CLT alteram pontos como jornada de trabalho e férias. Entre as mudanças, estão os artigos 457 e 458, que tratam da segurança e modernização das políticas de benefícios. Esses pontos não chamaram tanto a atenção, mas, para a Alelo, fizeram toda a diferença.

Com a regulamentação dos outros benefícios, além do vale refeição e transporte, a Alelo pode expandir o seu portfólio. Se esses auxílios forem entregues pelas empresas em dinheiro ao colaborador, como acontecia, podem ser vistos como parte do salário e, por isso, estão sujeitos a tributação específica. Ao oferecer os auxílios por meio de um vale, esse dinheiro não é taxado por impostos e, por isso, sai mais barato para a companhia.

Um dos produtos novos, o Multibenefícios, concentra em um só cartão privilégios como subsídio a medicamentos, consultas médicas e odontológicas e desconto em farmácias.

É a primeira vez que a Alelo oferece benefícios voltados para o mercado da saúde. Cerca de 600 companhias, com 110 mil funcionários, já adotaram o novo produto. Em três anos, o plano é chegar a 1 milhão de portadores do benefício.

A Alelo tem cerca de 8 milhões de usuários, em 105 mil empresas. É líder do mercado, com participação de 32%, diz a companhia.

Quase 15 mil farmácias já foram cadastradas para oferecer descontos em medicamentos e, desde novembro, quando o produto foi implementado, os consumidores economizaram mais de 10 milhões de reais. Um aplicativo da Alelo também ajuda a encontrar a farmácia cadastrada mais próxima que vende um remédio pelo menor preço.

Além da economia na oferta de benefícios, a empresa também ganha com a melhor saúde do funcionário, diz o presidente da Alelo, Raul Moreira. “Quando as empresas investem na prevenção de doenças, diminuem o custo dos sinistros no plano de saúde e ganham com a maior produtividade dos colaboradores”, afirma.

Vale transporte atualizado

Além das novas vantagens em saúde, a empresa também atualizou seu produto voltado à mobilidade urbana.

Antes, o cartão era apenas para abastecimento em postos de gasolina. O novo produto, lançado em agosto, abrange o vale transporte, valor para abastecimento em postos de gasolina, lava rápido, zona azul, gastos em aplicativos de transporte como Uber, 99 e Cabify. Até bicicleta compartilhada e voos de helicóptero para grandes executivos podem ser incluídos no pacote, dependendo da necessidade da empresa.

O objetivo é que, nos próximos três anos, as plataformas de multibenefícios e mobilidade correspondam a 30% do faturamento total da Alelo. Atualmente, movimentam cerca de 30 bilhões de reais por ano e crescem cerca de 40% ao ano.

Terceirização

Além da reforma trabalhista, outras mudanças também podem impactar os contratos de trabalho. No final de agosto, o Supremo Tribunal Federal aprovou a terceirização para atividades fim nas empresas.

Moreira diz que o aumento da terceirização não deve atrapalhar os planos de crescimento da oferta de benefícios da Alelo. “Quando apresentamos uma proposta para um novo cliente, também desenvolvemos um plano para os funcionários das empresas terceirizadas. Cabe às empresas contratar esses serviços, mas é importante que não haja diferença entre os funcionários contratados e os terceirizados”, afirma.

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