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Com real fraco, israelense compra fatia no Shopping Eldorado

A unidade brasileira da operadora de shoppings isralense Gazit-Globe, sem se deixar abalar pelo declínio na demanda de consumo no Brasil, está indo às compras

Shopping Eldorado, em São Paulo: empresa anunciou que adquiriu uma fatia de 4,3 por cento do Shopping Eldorado (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 20h08.

A unidade brasileira da operadora de shoppings isralense Gazit-Globe, sem se deixar abalar pelo declínio na demanda de consumo no Brasil, está indo às compras.

A empresa anunciou nessa terça-feira que adquiriu uma fatia de 4,3 por cento do Shopping Eldorado, shopping center localizado a cerca de 3 km da região do Itaim Bibi, área residencial de luxo e onde está localizado o coração financeiro da cidade.

A compra, de 74 milhões de reais, é a terceira da Gazit Brasil desde agosto do ano passado, e se soma a mais de um bilhão de reais já investidos pela empresa no país desde 2013.

O contexto econômico que tem feito com que muitos brasileiros permaneçam em casa tem impulsionado a onda de aquisições para a empresa israelense. A recessão na maior economia da América Latina deverá se arrastar até o ano que vem, elevando o desemprego ao nível mais alto em cinco anos e empurrando os preços dos ativos para baixo.

Em dólares, a avaliação dos ativos fica ainda mais atrativa para estrangeiros, dado que o real registrou a maior queda entre as principais moedas do mundo neste ano.

“Percebemos que São Paulo é uma das cidades alfa do mundo”, disse Mia Stark, CEO da Gazit Brasil, em entrevista a Bloomberg. “E o Brasil está barato agora. Em dólares, os preços caíram muito e há bons ativos por aqui”.

As vendas do varejo no Brasil caíram 7,4 por cento neste ano até setembro. Em uma pesquisa do Banco Central publicada na segunda-feira, os economistas previram que o produto interno bruto encolherá 3,2 por cento em 2015 e 2 por cento no ano que vem.

A Gazit, que gerencia cerca de US$ 20 bilhões em ativos em todo o mundo e opera em mais de 20 países, está aproveitando a oportunidade para se expandir na cidade de 12 milhões de habitantes -- 1,5 vez a população total de Israel. A desvalorização da moeda está tornando mais barata também a reforma de dois imóveis que a empresa já possui.

De agosto de 2014 para cá, a Gazit comprou dois ativos da General Shopping Brasil, a operadora brasileira de shoppings que precisou reestruturar parte de sua dívida em dólares. A Gazit também comprou uma participação de 5,16 por cento na BR Malls Participações por meio da compra de ações na bolsa brasileira, segundo anúncio feito em outubro. Os indicadores de preço da BR Malls estavam “atraentes” depois de a ação ter caído 36 por cento nos nove primeiros meses do ano, disse Stark.

Decisão surpresa

A compra de parte da BR Malls “foi inesperada e chamou certa atenção”, disse Daniel Gasparete, analista do Bank of America Merrill Lynch em São Paulo, acrescentando que os ativos da BR Malls são cerca de 10 vezes maiores que os da Gazit. Não seria surpreendente se a Gazit seguisse a mesma estratégia que implementou em outros lugares do mundo, “incrementando gradualmente as participações até atingir uma fatia relevante da empresa”, escreveu o analista, em um relatório, no dia 27 de outubro.

A Gazit não tomou dinheiro emprestado no mercado local para financiar suas aquisições, nem contratou assessores financeiros para as operações. Preferiu realizar as negociações “pessoalmente”, disse Stark.

“Estamos em uma fase em que precisamos decidir se queremos nos tornar realmente grandes aqui”, disse ela. “Atualmente, muitas coisas estão à venda. E nós seremos capazes de comprar”.

--Com a colaboração de Rita Nazareth.

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A unidade brasileira da operadora de shoppings isralense Gazit-Globe, sem se deixar abalar pelo declínio na demanda de consumo no Brasil, está indo às compras.

A empresa anunciou nessa terça-feira que adquiriu uma fatia de 4,3 por cento do Shopping Eldorado, shopping center localizado a cerca de 3 km da região do Itaim Bibi, área residencial de luxo e onde está localizado o coração financeiro da cidade.

A compra, de 74 milhões de reais, é a terceira da Gazit Brasil desde agosto do ano passado, e se soma a mais de um bilhão de reais já investidos pela empresa no país desde 2013.

O contexto econômico que tem feito com que muitos brasileiros permaneçam em casa tem impulsionado a onda de aquisições para a empresa israelense. A recessão na maior economia da América Latina deverá se arrastar até o ano que vem, elevando o desemprego ao nível mais alto em cinco anos e empurrando os preços dos ativos para baixo.

Em dólares, a avaliação dos ativos fica ainda mais atrativa para estrangeiros, dado que o real registrou a maior queda entre as principais moedas do mundo neste ano.

“Percebemos que São Paulo é uma das cidades alfa do mundo”, disse Mia Stark, CEO da Gazit Brasil, em entrevista a Bloomberg. “E o Brasil está barato agora. Em dólares, os preços caíram muito e há bons ativos por aqui”.

As vendas do varejo no Brasil caíram 7,4 por cento neste ano até setembro. Em uma pesquisa do Banco Central publicada na segunda-feira, os economistas previram que o produto interno bruto encolherá 3,2 por cento em 2015 e 2 por cento no ano que vem.

A Gazit, que gerencia cerca de US$ 20 bilhões em ativos em todo o mundo e opera em mais de 20 países, está aproveitando a oportunidade para se expandir na cidade de 12 milhões de habitantes -- 1,5 vez a população total de Israel. A desvalorização da moeda está tornando mais barata também a reforma de dois imóveis que a empresa já possui.

De agosto de 2014 para cá, a Gazit comprou dois ativos da General Shopping Brasil, a operadora brasileira de shoppings que precisou reestruturar parte de sua dívida em dólares. A Gazit também comprou uma participação de 5,16 por cento na BR Malls Participações por meio da compra de ações na bolsa brasileira, segundo anúncio feito em outubro. Os indicadores de preço da BR Malls estavam “atraentes” depois de a ação ter caído 36 por cento nos nove primeiros meses do ano, disse Stark.

Decisão surpresa

A compra de parte da BR Malls “foi inesperada e chamou certa atenção”, disse Daniel Gasparete, analista do Bank of America Merrill Lynch em São Paulo, acrescentando que os ativos da BR Malls são cerca de 10 vezes maiores que os da Gazit. Não seria surpreendente se a Gazit seguisse a mesma estratégia que implementou em outros lugares do mundo, “incrementando gradualmente as participações até atingir uma fatia relevante da empresa”, escreveu o analista, em um relatório, no dia 27 de outubro.

A Gazit não tomou dinheiro emprestado no mercado local para financiar suas aquisições, nem contratou assessores financeiros para as operações. Preferiu realizar as negociações “pessoalmente”, disse Stark.

“Estamos em uma fase em que precisamos decidir se queremos nos tornar realmente grandes aqui”, disse ela. “Atualmente, muitas coisas estão à venda. E nós seremos capazes de comprar”.

--Com a colaboração de Rita Nazareth.

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