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Com crise na indústria naval, estaleiros demitem

A situação é crítica para os 5 estaleiros que têm contratos com a Sete Brasil, empresa que gerencia construção de sondas da Petrobrás na exploração do pré-sal

Estaleiro Atlântico Sul: houve atraso na construção dos navios da Sete Brasil (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2015 às 09h06.

São Paulo - Com uma carta aos funcionários dizendo que a indústria naval vive uma crise sem precedentes e que os atrasos de pagamento da Sete Brasil tornaram sua situação insustentável, o estaleiro Enseada, no Recôncavo Baiano, demitiu na sexta-feira (13) 350 trabalhadores. O número de demitidos acentua ainda mais a queda de empregados no setor de construção naval. Segundo o Sindicato da Indústria Naval, só em janeiro deste ano, foram cortados três mil postos.

A situação é crítica para os cinco estaleiros que têm contratos com a Sete Brasil, empresa criada para gerenciar a construção das sondas a serem usadas pela Petrobrás na exploração do pré-sal. Segundo fontes ligadas à empresa, a Sete deixou de pagar aos cinco estaleiros entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões desde novembro. E é no estaleiro da Bahia que a situação parece mais grave.

O estaleiro Enseada, que pertence às construtoras Odebrecht, OAS e UTC, além do grupo japonês Kawasaki, começou a ser construído em 2012 para atender a demanda do pré-sal. O estaleiro já está 82% concluído, mas as obras foram paralisadas desde que a Sete Brasil começou a atrasar pagamentos e três mil trabalhadores foram desmobilizados. As demissões alcançam o estaleiro, que informou a suspensão da produção, assim como outros fornecedores da Sete. A empresa está desde novembro sem pagar o Enseada e a dívida já chega a R$ 500 milhões. Com a inadimplência de seu único cliente, está impossível obter crédito.

Também sem receber, o estaleiro Rio Grande, da construtora Engevix, reduziu o ritmo da produção e a empresa só não demitiu porque tem outros contratos em andamento e conseguiu transferir seus funcionários para trabalhar em outras embarcações. Os atrasos da Sete com o Rio Grande chegam a R$ 180 milhões, e a estimativa é de que atinjam R$ 250 milhões.

Montante parecido é devido ao estaleiro Jurong, do grupo SembCorp de Cingapura, segundo informou o presidente mundial na semana passada. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, na semana anterior, o presidente do estaleiro no Brasil chegou a ameaçar processar a Sete na Justiça.

Segundo fontes próximas à companhia, outros R$ 900 milhões estão em atraso com os outros dois estaleiros, o Atlântico Sul, que pertence à Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, e o estaleiro BrasFels, do grupo Keppel de Cingapura. E as demissões também já começam a ser percebidas no Atlântico Sul.

Nenhum dos estaleiros quis conceder entrevistas sobre o assunto. O estaleiro Jurong informou apenas que as atividades estão normais. O Enseada confirmou as demissões. E o Rio Grande disse que teve de realocar pessoal. Atlântico Sul e BrasFels, não quiseram comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Com uma carta aos funcionários dizendo que a indústria naval vive uma crise sem precedentes e que os atrasos de pagamento da Sete Brasil tornaram sua situação insustentável, o estaleiro Enseada, no Recôncavo Baiano, demitiu na sexta-feira (13) 350 trabalhadores. O número de demitidos acentua ainda mais a queda de empregados no setor de construção naval. Segundo o Sindicato da Indústria Naval, só em janeiro deste ano, foram cortados três mil postos.

A situação é crítica para os cinco estaleiros que têm contratos com a Sete Brasil, empresa criada para gerenciar a construção das sondas a serem usadas pela Petrobrás na exploração do pré-sal. Segundo fontes ligadas à empresa, a Sete deixou de pagar aos cinco estaleiros entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões desde novembro. E é no estaleiro da Bahia que a situação parece mais grave.

O estaleiro Enseada, que pertence às construtoras Odebrecht, OAS e UTC, além do grupo japonês Kawasaki, começou a ser construído em 2012 para atender a demanda do pré-sal. O estaleiro já está 82% concluído, mas as obras foram paralisadas desde que a Sete Brasil começou a atrasar pagamentos e três mil trabalhadores foram desmobilizados. As demissões alcançam o estaleiro, que informou a suspensão da produção, assim como outros fornecedores da Sete. A empresa está desde novembro sem pagar o Enseada e a dívida já chega a R$ 500 milhões. Com a inadimplência de seu único cliente, está impossível obter crédito.

Também sem receber, o estaleiro Rio Grande, da construtora Engevix, reduziu o ritmo da produção e a empresa só não demitiu porque tem outros contratos em andamento e conseguiu transferir seus funcionários para trabalhar em outras embarcações. Os atrasos da Sete com o Rio Grande chegam a R$ 180 milhões, e a estimativa é de que atinjam R$ 250 milhões.

Montante parecido é devido ao estaleiro Jurong, do grupo SembCorp de Cingapura, segundo informou o presidente mundial na semana passada. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, na semana anterior, o presidente do estaleiro no Brasil chegou a ameaçar processar a Sete na Justiça.

Segundo fontes próximas à companhia, outros R$ 900 milhões estão em atraso com os outros dois estaleiros, o Atlântico Sul, que pertence à Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, e o estaleiro BrasFels, do grupo Keppel de Cingapura. E as demissões também já começam a ser percebidas no Atlântico Sul.

Nenhum dos estaleiros quis conceder entrevistas sobre o assunto. O estaleiro Jurong informou apenas que as atividades estão normais. O Enseada confirmou as demissões. E o Rio Grande disse que teve de realocar pessoal. Atlântico Sul e BrasFels, não quiseram comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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